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1.14.2025

O Ser Humano é Des-umano ?

por redação do Mangue do Cachoeira - Sociedade e Como a Vida Continuará na Terra

Tem várias pessoas tentando entender o ser humano pela inteligência artificial (IA), ciência antiga e moderna ou a partir de uma individualidade errante.

Frustação plena.

Ao observarmos as gananciosos trocas comerciais dos fabricantes das tecnologias de comunicações (ou big tech's), fabricantes de armas, políticos hiper ambiciosos, o desvario dos banqueiros (sem limites) e o desenfreado avanço sobre a natureza (biomas na face da terra, água, ar, sub-solo,  entre outros ambientes).Pronto, este é um lado tenebroso do des-humano.

Agora, o ser humano , que busca o verdadeiro equilíbrio, é só observar e entender as comunidades coletivas ao longo do globo, como por exemplo em nosso país, os indígenas (primeiros humanos a habitarem por aqui), quilombolas, pequenos agricultores (principalmente agricultura familiares) e pequenos posseiros , na luta real pela sua existência e por consequencia, a continuidade da vida na Terra.

Uma prova ao contrário do que se comenta aqui, no Brasil neste lado do hemisfério sul, são as grandes queimadas provocadas pelos grandes detentores de terras (agropecuaristas), temos ao vivo e a cores a dita fumaça que hoje contamina e faz a Terra gemer 🌚 por pelo menos 500 anos.

E segue-se a vida sem entender o homem sapiens, que de sábio, o que sobrou ?

E a lógica individualista, que não deixa a paz, bondade e um ser holístico recriarem-se. Uma minoria possuidora de capital, patrimônio e poder, destruindo os coletivos indígenas, quilombolas, pequenos agricultores, pequenos posseiros (entre outros pequenos). 

A conclusão simples e resumida que chega-se é que o capitalismo não vai acabar, mas a Terra vai... 🙆🏽‍♂️ , neste ritmo frenético dos 10 % e seus adoradores.


11.06.2024

Brasil virou um Lixão dos Agrotóxicos dos Países que se “Dizem” Desenvolvidos

 

Ø  Brasil usa mais agrotóxicos que Estados Unidos e China juntos

Ø  Agência da ONU FAO  indica que Brasil aplica mais de 720 mil toneladas de veneno contra pestes em lavouras

        Ø  Entre os 10 mais vendidos no Brasil, cinco são proibidos na União Europeia,  profa. Larissa Bombardi-USP

por Vinicius Konchinski no Brasil de Fato – Sociedade e Pais Colônia do Sub-desenvolvimento

        Intensificação da pulverização aérea com agrotóxicos é uma das preocupações nos territórios vizinhos às plantações - Alberto César Araújo/Amazônia Real

O Brasil já usa mais agrotóxicos em suas lavouras do que a China e os Estados Unidos juntos. Isso é o que mostra um levantamento da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês).

Os dados divulgados pela FAO são referentes a 2021. Naquele ano, segundo a agência, foram aplicadas 719,5 mil toneladas de venenos contra pestes em lavouras nacionais. No mesmo ano, a China, que tem quase sete vezes mais habitantes que o Brasil, aplicou 244 mil toneladas. Já os EUA aplicaram 457 mil toneladas. Juntos, eles usaram 701 mil toneladas.

De acordo com os dados da FAO, o Brasil é o país que mais usa agrotóxicos no mundo. É seguido justamente pelos EUA. A Indonésia, que usou 283 mil toneladas de veneno em suas lavouras – menos da metade do Brasil –, vem em terceiro lugar.

Dados do Banco Mundial indicam quais países mais usam fertilizantes por área de lavoura / Reprodução/elaboração Gerson Teixeira (Abra)

O Brasil usa 10,9 kg de agrotóxicos para cada hectare de lavoura (10 mil m2). Já os EUA usam 2,85 kg/ha; a China, 1,9 kg/ha.

Em 2021, foram usados no Brasil 3,31 kg de agrotóxicos por pessoa. Nos EUA, foram 1,36 kg per capita; e na China, 0,17 kg per capita.

Modelo do agronegócio

Para Gerson Teixeira, engenheiro agrônomo e diretor da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), dados como esse mostram como a agricultura brasileira tem se tornado dependente dos agrotóxicos devido a escolhas de métodos de produção.

Em entrevista ao Brasil de Fato, Teixeira explicou que o Brasil, décadas atrás, optou por um modelo de produção agropecuária voltado à exportação, principalmente de soja. Isso tornou o país o segundo maior exportador de produtos agrícolas do mundo, segundo a FAO, atrás só dos EUA.

Acontece que lavouras de soja são altamente dependentes do uso de fertilizantes e agrotóxicos, ressaltou Teixeira. Isso aumentou o consumo desse tipo de veneno no Brasil.

Em 1990, segundo a FAO, o Brasil consumia 51,1 mil toneladas de agrotóxicos por ano. Em 31 anos, essa quantidade aumentou 1.300% (um mil e trezentos porcento).


Dados do Ibama mostram aumento da importação de agrotóxicos pelo Brasil desde 2008 / Reprodução/elaboração Gerson Teixeira (Abra)

"A agricultura brasileira pensava que a soja transgênica reduziria a necessidade do veneno e dos fertilizantes", afirmou Teixeira. "Na verdade, aumentou a dependência dos dois (veneno e fertilizantes)."

Dados do Banco Mundial tabulados por Teixeira apontam que o Brasil também já é o 2º. (segundo maior) consumidor de fertilizantes do mundo quando considerados a quantidade de quilos aplicados por hectares de lavouras, ficando atrás da China.

Do total de fertilizantes utilizados na agricultura brasileira, 87% é importado, de acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda). Segundo a FAO, o Brasil é o maior importador de fertilizantes do mundo. Consome 18% das importações mundiais. Os EUA consomem 13% e a China, 5%.


Dados do Banco Mundial indicam quais países mais usam fertilizantes por área de lavoura / Reprodução/elaboração Gerson Teixeira (Abra)

O Brasil também é líder nas importações de agrotóxicos. Foram 283 mil toneladas importadas durante o ano de 2022, segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Venenos do Agro(Ogro)-Negócio e Riscos à saúde

Por conta do uso crescente de venenos usados pelo agro(ogro)-negócio no país, a cada 2 (dois) dias, uma pessoa morre por intoxicação por uso desse tipo de veneno no Brasil. Uma (1) a cada 5 (cinco) vítimas é criança ou adolescentes de até 19 anos. Esse dado consta num relatório publicado em 2022 pela rede ambientalista europeia Friends of the Earth Europe.

De acordo com a entidade Friends of the Earth Europe, empresas agroquímicas europeias como a Bayer e a Basf trabalham conjuntamente com o agro-negócio brasileiro para disseminar o uso de veneno no Brasil, des-considerando os malefícios causados pelos venenos à população.

Larissa Bombardi, professora do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), escreveu em seu livro Agrotóxicos e Colonialismo Químico (editora Elefante) que a Europa concentra um terço (aproximadamente 33%) da produção de agrotóxicos no mundo. Autoridades europeias, porém, já proibiram o uso de 269 (duzentos e sessenta e nove) tipos de defensivos por conta dos danos causados por eles à saúde. Em países como Brasil, os banimentos não chegam a 30 (trinta).

Entre os 10 (dez) mais vendidos no Brasil, 5 (cinco) são proibidos na União Europeia, ressaltou a profa. Bombardi. "Enquanto a área plantada no país cresceu 29% (vinte e nove porcento) de 2010 a 2019, o uso de agrotóxicos cresceu 78% (setenta e oito porcento)", disse ela, na palestra feita em Curitiba, no ano passado.

"Essa forma de agricultura faz mal à população e ao planeta", disse ela. "Só a reforma agrária com foco na agroecologia oferece uma solução" citou a profa. Bombardi.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) participa da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida e tem várias ações em parceria com a sociedade civil organizada e movimentos sociais para alertar para o perigo dos agrotóxicos e para buscar aumentar o controle e reduzir seu uso.

Edição BdF: Nicolau Soares

Publicado: 05 de fevereiro de 2024

Fonte https://www.brasildefato.com.br/2024/02/05/brasil-usa-mais-agrotoxicos-que-estados-unidos-e-china-juntos