por Fr. Aloísio Fragoso no jornal do PT Pernambuco – Sociedade e Luta Popular Brasileira
Foto na Internet, Lula Livre
Por que
“eles” tem tanto medo de Lula? Reflete Frei Aloísio Fragoso, que teve sua visita
ao ex-presidente restringida
“MEU ENCONTRO COM LULA”
Atenção
para as aspas! Elas mudam o significado do título, de concreto para simbólico.
Nem por isso menos real. Uma nova ordem judicial, suspendendo as visitas
de líderes religiosos, restringindo-as a um único encontro mensal e com maior
monitoramento de seus juízes e algozes, me feriu fundo na sensibilidade
humana, cristã, cidadã. Me fez perguntar por que?
Por que
“eles” tem tanto medo de Lula? Por que os que estão com todas armas nas mãos,
judiciais, políticas, institucionais, precisam apertar o torniquete de
um homem completamente desarmado, e, ainda por cima, reduzido
ao mínimo de sua mobilidade física, ao mínimo da sua comunicação verbal, ao
mínimo de seus contatos com as pessoas queridas?
Encontrei
resposta nos arquivos da minha fé. Na sua carta aos coríntios, S. Paulo
escreve: “vocês não se enganem, se alguém quiser ser sábio, torne-se louco, a
fim de alcançar a verdadeira sabedoria, pois o que, aos olhos do mundo, é
força, Deus toma e converte em fraqueza, para confundir os que se fazem
passar por fortes”. E acrescenta o apóstolo “quando pareço fraco aí é que estou
forte, porque em minha fraqueza habita a força de Deus”.
Parodiando:
quando Lula parece fraco, em sua fraqueza habitam a força do povo, a chama
ardente de um sonho, a semente de um Projeto Político Popular, capaz de
devolver ao povo o protagonismo da sua história. Daí cada nova medida de
força só aumenta o seu tamanho, só dilata a paixão dos que acreditam na sua
liderança, no poder deste sonho, desta semente.
O
sentimento de ira, que vem de dentro do ser e não a raiva que aniquila o ser, e
de impotência, que experimento, neste momento, não resulta em desânimo,
desencanto; vejo uma luta de forças infinitamente desiguais (o diálogo entre o
pescoço e a guilhotina), mas, por outra parte, não se conhece nenhum caso na
História humana de uma guilhotina que tenha decepado uma ideia, uma utopia.
Está
claro que a meta dos adversários não é a morte física de Lula, é antes a morte da sua identidade, do seu
ânimo, da sua imagem na alma do povo e nos anais da História.
Algo impossível!
Conclusão: estando a qualquer distância da
Superintendência da Polícia Federal, onde Lula está preso, (estou a 40 metros)
eu me encontro com ele simbolicamente todos os dias, e esta energia me dá uma
certeza inexorável: qualquer dia desses, eu vou voltar e vou abraça-lo
pessoalmente, em meu nome e em nome de todos vocês, amigos! “Deus quer, o homem
sonha, a obra nasce” (Fernando Pessoa).
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