A Agência Brasil mostra
que o PIB cresceu, o rendimento dos mais ricos subiu mas o rendimento
dos mais pobres caiu (na comparação entre 2018 e 2017). O
índice que mede a razão entre os 10% que ganham mais e os 40% que ganham menos,
que vinha caindo até 2015, voltou a crescer e chegou a 13% em 2018
Segundo jornal espanhol El Pais, são quase 104 milhões de pessoas que em
2018 sobrevivia com apenas 413 reais per capta, segundo a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) publicada em outubro. No mesmo
ano, 5% da população, ou 10,4 milhões de pessoas no Brasil, sobreviviam com 51
reais mensais. O levantamento revelou ainda que a desigualdade se agravou no
país
por
Ricardo Stuckert no portal Brasil de Fato – Sociedade e Desmonte
do País Pós-golpe 2016
Figura na internet
A Lava
Jato foi derrotada no STF. O governo frustrou-se no leilão do pré-sal. Agora foi
possível soltar o ex-presidente. Lula volta ao cenário político com liberdade
para transitar pelo país, ainda que não possa participar de eleições. Nuvens de
otimismo no horizonte? Decisão do STF reduz o papel da Lava Jato?
Calma lá.
As instituições estão funcionando e muito, mas a serviço de projetos obscuros
ou do desmonte acelerado do Estado. Vamos aos principais pontos da semana.
1. Lula
livre, 580 dias depois
O STF
enfim derrubou a execução de pena após condenação em segunda instância,
entendimento definido em novembro de 2016 no auge do lavajatismo institucional.
Iniciado em 23 de outubro, o julgamento se encerrou com um placar de 6 a 5 a
favor da posição, expressa na Constituição, de que a prisão de um
réu só pode ser autorizada após o fim de todos os recursos possíveis.
Entre os cinco mil beneficiados pela decisão, o mais notório obviamente é Lula,
que volta ao cenário político com liberdade para transitar pelo país, ainda que
não possa participar de eleições. A revogação da sentença do caso triplex, que
o levou à prisão, depende do
julgamento da Segunda Turma sobre o pedido de suspeição contra Sergio Moro.
O caso está com Gilmar Mendes, que pediu vistas, mas anunciou que deve
retomá-lo ainda em novembro.
Lula volta ao cenário político com liberdade para transitar pelo país,
ainda que não possa participar de eleições / Ricardo Stuckert
Na grande imprensa, uma preocupação que aparece em
diferentes colunistas é sobre qual Lula sairá da prisão. Na Folha, Igor Gielow
acredita que um Lula mais à
esquerda seria útil ao bolsonarismo, que aposta as fichas na
radicalização política contra a ameaça vermelha. Como precisa de um inimigo
permanente, Lula serviria para aglutinar o
bolsonarismo e recuperar as franjas perdidas do antipetismo. Os
generais da milícia virtual, Olavo de Carvalho e Carlos Bolsonaro, já deram a senha
na madrugada da quinta-feira, insuflando a milícia virtual e
falando até em “morticínio”. Já políticos
do centrão estariam
esperando um Lula estilo Mandela, apaziguador, sem polarizar com Bolsonaro
- o que contribuiria para esvaziar o centrão.
Independentemente dos outros desdobramentos
políticos, o certo é que a decisão do STF reduz o papel da Lava Jato, um dos
principais atores políticos dos últimos anos. Os promotores ameaçaram e
esbravejaram, mas terminaram melancolicamente
apenas prometendo reagir. Na prática, a falta de qualquer reação social
mais forte em defesa da Operação demonstra que o seu papel já havia sido
cumprido, tirar Lula das eleições. Como vimos acima, no Brasil pós-Bolsonaro,
um Lula livre interessa à esquerda, à direita e ao centro.
Diante da
derrota no STF, os lava-jatistas do Congresso falam sobre a possibilidade de uma emenda
constitucional para permitir a prisão após a segunda instância,
criticada por Rodrigo Maia. Como veremos
mais abaixo, a aposentadoria compulsória dos ministros do Supremo também aparece
como uma tentativa de reação.
2. As
instituições estão funcionando?
A mudança
de postura do STF pode ser vista com certo alento por quem ainda acredita nas
instituições, mas o fato é que continuará a guerra de posições dentro do
sistema policial e judiciário, agora com o bolsonarismo tendo um grande
protagonismo. Tivemos alguns exemplos na semana que passou. A Polícia Federal
atendeu imediatamente o pedido de Sérgio Moro para investigar o porteiro que
citou Bolsonaro no caso Marielle Franco. A prestatividade e agilidade só
comprovam a preocupação
dos familiares e especialistas de que o Planalto poderia interferir diretamente
nas investigações. Mais do que isso, comprova que Bolsonaro usa sem
melindres a Polícia Federal, como já havia feito com o Coaf, a serviço do seu
projeto político ou em benefício da sua família, o que no fim das contas são a
mesma coisa. Vale lembrar que a investigação da PF sobre os assessores
fantasmas de Flavio Bolsonaro motivaram uma tentativa de derrubar a cúpula da
PF no Rio. A postura da PF só piora uma investigação
contaminada em várias pontas, segundo a Procuradoria Geral da
República. Polícia Civil, Ministério Público e agora a PF acumulam
informações propositalmente desencontradas, falhas metodológicas e
contradições, como o fato de que a Polícia Civil tem há um ano as planilhas com
os registros de entrada de visitantes do condomínio Vivendas da Barra contradizendo a
versão do Ministério Público, de que só teve acesso aos
documentos em 5 de outubro passado. No dia 1º, a promotora Carmem Carvalho foi
afastada após a revelação dos seus vínculos com o Bolsonarismo. Em tempo: a edição desta
semana da Veja expõe o porteiro do Condomínio e suscita a
hipótese de que ele teria citado Bolsonaro sob coerção para proteger Ronnie
Lessa, o suspeito da execução da vereadora.
No caso da PF, não é exatamente uma novidade que
ela se preste a atuar como polícia política. Aliás, a cada dia fica mais claro
que a Operação Lava Jato era exatamente isto, uma operação política pouco
interessada com garantias legais. Como revelam os grampos
ilegais dos advogados de Lula e a omissão de
informações para ganhar o apoio de Rosa Weber. O pedido -
rejeitado - de prisão preventiva de Dilma Rousseff e a tentativa de coerção de
Lula em sua cela, às 6 horas da manhã, demonstram que a
máquina da Lava Jato continua em operação, apesar dos recentes
reveses, sempre movido pelo gosto midiático (estado do espetáculo, como definiu
Gilmar Mendes) e em especial se tratando de petistas.
Os sucessivos ataques da família Bolsonaro às
instituições, ideias, ciência e cultura vão expulsando, uma a uma, os “ares
democráticos” do país. Mas os desvarios não são blefes, escreve Jânio de
Freitas na Folha, os Bolsonaros não deixam dúvidas de que realmente desejam um regime
autoritário. E o desprezo pela democracia não está na verborragia, mas
concretamente na forma como as instituições que interessam, as policiais e
jurídicas, são usadas a serviço do projeto político familiar. Com um aparato
policial obediente, mas sem o mesmo trâmite no judiciário, desde o início do
governo, tramitam projetos que antecipariam a
aposentadoria de ministros do STF, diminuindo para de 75 para 70
anos a idade da aposentadoria compulsória, enquanto outro projeto limitaria o
mandato de ministros do STF a oito anos. Sobra o Congresso. Mas para este,
Eduardo Bolsonaro já deu o recado: um novo AI-5 resolveria o problema.
3.
Caminho de Santiago?
As lições
chilenas não ensinaram nada para Bolsonaro e para Paulo Guedes. Convictos na sua “missão” de eliminar o Estado brasileiro e passado o
capítulo da Reforma da Previdência, o governo apresentou seu pacote de
três emendas constitucionais: a emergencial, que pretende reduzir
gastos obrigatórios, a do pacto federativo, que muda a distribuição de recursos
entre União, estados e municípios, e a que revisa fundos públicos.
A PEC do
Pacto Federativo prevê a ampliação do destino dos recursos da exploração do
pré-sal aos Estados, chegando até 70% em 8 anos. O governo também quer que os gastos com servidores inativos sejam
somados às despesas com saúde e educação, diminuindo na prática o investimento
obrigatório nestas áreas. A proposta também prevê unificar os percentuais de
investimentos obrigatórios nestas áreas tanto para a União quanto os Estados,
de forma que possam distribuir como quiserem os valores. Ou seja, um Estado
poderá gastar, por exemplo, 35% do Orçamento com educação e 2% com saúde.
Na PEC
Emergencial, o governo estabelece “gatilhos” para reduzir o endividamento de
estados e municípios, como reduzir salários e jornadas, diminuir gastos com
pessoal e antecipar medidas de ajuste fiscal. Já a PEC dos Fundos Públicos
propõe a extinção da maioria dos 281 fundos existentes no país e direcionar os
recursos para abater a dívida pública, que consome cerca de 50% do orçamento da
União e tem como destino final o mercado financeiro. Não à toa, a deputada
Jandira Feghalli (PCdoB) apelidou o pacote de PEC da agiotagem. Outros parlamentares chamam atenção de que algumas das
propostas são inconstitucionais como a tentativa de suspender o
repasse do Fundo de Amparo ao Trabalhador para o BNDES e a proibição de conceder
reajuste real ao salário por até dois anos. No entanto, não foi só a
esquerda quem criticou o pacote. Na revista Exame, a economista
liberal Monica de Bolle acusa Guedes de estar preso nos anos 70 e
defender um modelo fracassado. “Não dá para o estado brasileiro ser reduzido a
ponto de só oferecer o básico do básico. O pensamento macroeconômico moderno é
o estado precisa mirar as tensões sociais” afirma.
Além das
três emendas, o governo deve apresentar em breve um projeto para acelerar as
privatizações, para estimular o emprego e a primeira fase da reforma
tributária. Ainda sobre as privatizações,
nesta semana, a Petrobras
vendeu a Liquigás, o que retira a estatal do mercado de
gás, além disso o governo apresentou um projeto de lei
que prevê a privatização da Eletrobrás, reduzindo sua participação
para cerca de 40% do capital e perdendo o controle da operação. Também na terça
(5/nov) foi emitida uma medida provisória que acaba com o
monopólio da Casa da Moeda na fabricação de papel-moeda, moedas
metálicas, passaportes e impressão de selos postais e fiscais federais.
4.
Liquidação do petróleo sem compradores
O
megaleilão do Pré-sal realizado na quarta (6/nov) arrematou R$ 69,8 bilhões,
bem abaixo da expectativa do governo de arrecadar R$ 100 bilhões. As áreas de
Sépia e Atapu não receberam propostas. A Petrobras adquiriu sozinha o campo de
Itapu e a área de Búzios em parceria com duas empresas chinesas. Das catorze
empresas estrangeiras credenciadas para o leilão, apenas metade compareceram.
Se por um lado, o leilão confirma a supremacia da Petrobras, por
outro, é indicativo de
que as empresas estrangeiras não estão apostando na economia brasileira,
já que não havia riscos aos investidores de não encontrarem petróleo nas áreas
leiloadas. Do ponto de vista econômico, a avaliação dos analistas de
mercado foi de que o valor muito
alto e as regras complexas afastaram as empresas. Porém, a instabilidade política também afasta investidores, que não sabem ao
certo o quanto poderão avançar sobre o patrimônio brasileiro.
Dito de outra forma: “o governo Bolsonaro
tornou-se tão abertamente destrutivo, para o Brasil, que os próprios
beneficiários da devastação desconfiam que ela será insustentável”, como analisa
Antônio Martins no site Outras Palavras. O governo pediu alto e os maiores
pagamentos deveriam ser feitos antes do começo da extração e por algum motivo
as grandes petroleiras não quiseram assumir esse risco. Dos recursos
arrecadados, 3% fica com o Rio de Janeiro (estado produtor), 67% com a União,
15% com demais estados e 15% com os municípios. Mas nada disso deverá ser usado
para investimentos, como já mencionamos em outras edições, já que o valor
arrecadado deve mesmo ir para o pagamento da dívida pública.
No novo leilão realizado na quinta (7/nov), só uma das cinco
áreas foi vendida, e o comprador também foi a Petrobras. Os
próximos leilões do Pré-sal estão previstos para 2020 e podem incluir as áreas
que não tiveram ofertas no leilão desta semana.
5. “Na
direção correta”, escreveu o jornal Folha
Um
editorial da Folha de São Paulo nesta semana sintetizou o que temos falado
sobre como grande mídia e mercado tolerarão Bolsonaro enquanto as reformas
estiverem andando. “É preciso dar algum tempo para que a nova política
econômica possa mostrar seus resultados”, diz o texto,
intitulado “Na direção correta”, representando a visão dos
donos do jornal sobre as reformas de Paulo Guedes, como se o Ministério da
Economia fosse um ente separado do restante do governo, como se as reformas ultraliberais não precisassem do projeto
autoritário para avançar e como se os sinais de que a política econômica é
trágica já não fossem o bastante. Dados do IBGE divulgados nesta semana
mostram que a desigualdade social vem
aumentando desde 2015. Matéria da Agência Brasil mostra que o PIB
cresceu, o rendimento dos mais ricos subiu mas o rendimento
dos mais pobres caiu (na comparação entre 2018 e 2017). O
índice que mede a razão entre os 10% que ganham mais e os 40% que ganham menos,
que vinha caindo até 2015, voltou a crescer e chegou a 13% em 2018.
Outra leitura: a Síntese de Indicadores Sociais aponta que, em média, um milhão de
brasileiros por ano desceu abaixo da linha da pobreza entre 2015 e 2018.
Ah, mas o emprego está aumentando, dirá Bolsonaro em seu Twitter. É verdade: os
dados da PNAD mostram que o mercado de trabalho brasileiro bateu o recorde do
número de ocupados desde o início da pesquisa em 2012. Porém, como alerta a
economista Iriana Cadó, o índice de
desocupados ainda é muito alto e a maioria dos postos de trabalho gerados são
informais. Outro exemplo da gravidade da desigualdade
social brasileira foi revelado na terça pela Rede Nossa São Paulo, que divulgou o
Mapa da Desigualdade 2019: um dos itens do estudo mostra que a expectativa de vida de um moradora
da periferia de São Paulo é 23 anos menor que a de um morador de um bairro de
classe alta. Dados divulgados na mesma semana em que o ministro da Economia
demonstrou o elitismo de sua visão de mundo, ao declarar que pobres são pobres
porque não sabem poupar.
6.
Destruição do Brasil como projeto
O governo
segue na “direção correta” também na área ambiental, de olho na possibilidade
de lucro imediato para o capital privado e do apoio da base bolsonarista, mas
sem pensar em consequências de médio prazo. Na quarta (6/nov), foi revogado o
decreto que estabelecia o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar e
impedia a expansão do cultivo por áreas como Amazônia e Pantanal. O decreto
é de 2009 e foi um dos principais fatores que tornou o etanol brasileiro em um
diferencial para as exportações, sendo defendido inclusive pela associação dos
usineiros. Um levantamento realizado por uma empresa de consultoria empresarial
mostra, por exemplo, que a imagem do
Brasil ficou queimada na cobertura de dez grandes jornais do mundo:
o país se mostrou vulnerável e seus governantes irresponsáveis e impulsivos nas
declarações. Na terça (5/nov), Bolsonaro voltou a prometer a
garimpeiros que vai
perseguir servidores do Ibama em função da queima de maquinário
ilegal apreendido em ações de fiscalização, ação amparada por lei. Talvez não seja por acaso que este
encorajamento presidencial tenha resultado em um aumento no
número de inquéritos abertos pela Polícia Federal para investigar garimpos
ilegais: até outubro deste ano, foram instaurados 165
inquéritos sobre esse tipo de crime na região amazônica, número maior que o
registrado em todo o ano de 2018, quando foram abertas 140 investigações. A declaração foi feita dias depois que um líder
indígena foi assassinado a tiros na Terra Indígena Araribóia, no
Maranhão, supostamente em um conflito com madeireiros. Paulo Paulino
Guajajara era um guardião
da floresta, responsável por fiscalizar e denunciar invasões
na mata.
7. Ponto
Final: nossas recomendações de leitura
O
Brasil de Fato elaborou uma lista com dez pontos em
que o Brasil andou para atrás - ou pra frente, se o destino for
o desmonte do Estado e a escalada autoritária – em 300 dias de governo
Bolsonaro. Serve
como roteiro sobre os retrocessos mais importantes deste já longo período.
No
blog da Boitempo, os professores de Serviço Social da UFF, Felipe Brito e
Renata Cardoso, fazem uma longa
e densa análise sobre o que chamam de “tecnologia devastadora” do governo
Bolsonaro, que segue o curso do projeto instalado com o
impeachment de 2016. “A destruição em curso não é apenas resultado/efeito
do funcionamento do governo Bolsonaro: é seu dispositivo central para
implementar uma política de devastação, que provoca consequências
apocalípticas”, escrevem os autores, lembrando se tratar de um projeto de
Estado que tem como norte a destruição da Constituição de 1988, dentro de uma
disputa de modelo de sociedade.
O
professor da UnB Luís Felipe Miguel se questiona por que, diante de tantas
provas de fraude, autoritarismo e incompetência administrativa, Bolsonaro não
cai. A resposta: com toda a sua estupidez, Bolsonaro é
capaz de intuir como ficar em pé. “Ele mantém uma base
minoritária, mas agressiva, que cada vez mais é direcionada contra o restante
da direita”, escreve o professor. O movimento dá certo porque o golpe de 2016
promoveu um veto à participação do campo popular no debate público, o que faz a
centro-direita ficar sem capacidade de se expandir.
Reportagem
do El País conta histórias de brasileiros que
vivem com meio salário mínimo. São quase 104 milhões de pessoas que em 2018 sobrevivia com apenas 413
reais per capta, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(Pnad Contínua) publicada em outubro. No mesmo ano, 5% da população, ou 10,4
milhões de pessoas no Brasil, sobreviviam com 51 reais mensais. O levantamento
revelou ainda que a desigualdade se agravou no país.
Criminalizar
as chamadas “fake news” tem sido uma bandeira levantada por progressistas na
esteira do que ocorreu na eleição de 2018. Mas isso pode se voltar contra os
próprios progressistas, alertam os
jornalistas Leandro Demori e Tatiana Dias no Intercept. “Como
separar ingenuidade, falta de informação e má intenção em um submundo infinito
como o zap? E como garantir que leis como essa não serão usadas contra
movimentos sociais e inimigos declarados como? a imprensa?”, questionam.
Circulou
bastante nas últimas semanas o artigo da antropóloga Rosana Pinheiro-Machado em
que a pesquisadora
aponta um imobilismo da esquerda diante da movimentação da
direita para as eleições municipais de 2020. Em resposta, as ativistas Tamara
Crantschaninov e Barbara Panseri criticam essa
visão e listam uma série de ações que vêm sendo
realizadas por movimentos sociais e partidos políticos, citando por exemplo a
mobilização durante a eleição para os conselhos tutelares, que evitou estrago
maior que se anunciava. As autoras criticam a visão unicamente sobre o
Congresso e sustentam que há uma série de iniciativas importantes acontecendo
nas comunidades.
As contradições das diferentes
investigações sobre o caso Marielle são difíceis de entender. A revista Piauí publicou uma
reportagem que funciona como um organizador das informações,
destrinchando a cronologia dos fatos sobre a citação a Bolsonaro pelo porteiro
do condomínio.
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Edição: Daniel Giovanaz para Brasil de
Fato
https://www.brasildefato.com.br/2019/11/08/lula-livre-num-pais-rumo-ao-caos-social/