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5.16.2024

Universidade Federal do RS monta Mapa com Cozinhas Solidárias

 RS: cientistas auxiliam no trabalho de equipes e pesquisadores voluntários na enchente

Mapa colaborativo reúne dados sobre abrigos, cozinhas solidárias e pontos de coleta no RS

por Marcelo Ferreira no Brasil de Fato – Sociedade e Pessoas Aprendem o Coletivo na Desgraça

Pesquisadores de universidades federais somam esforços para reunir dados que possam ajudar o poder público e a população em meio à tragédia climática do Rio Grande do Sul. Uma das materializações desse empenho é a plataforma Cheias no Rio Grande do Sul, desenvolvida em caráter emergencial e voluntário por diversos setores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A plataforma traz modelos de previsão de elevação do nível de água, mapeamento de áreas afetadas pelas inundações e outras informações críticas para o enfrentamento da crise das cheias no estado. Desse esforço nasceu um mapa interativo da inundação em Porto Alegre, que nos últimos dias foi atualizado com informações de abrigos, cozinhas solidárias, pontos de coleta de doações e outros dados, não só da capital, mas também da região metropolitana, da Serra e de outras cidades gaúchas.

A iniciativa é liderada pela equipe do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Ufrgs (IPH/UFRGS). Autor do mapa, o engenheiro ambiental e hidrólogo Iporã Possantti, doutorando do instituto, conta que a ideia inicial partiu de seus colegas, que pensaram em criar um mapa que fosse útil para jornalistas. "Mas a gente descobriu que o mapa era muito mais útil para as pessoas", assinala.

Ele destaca que o esforço reúne diversos setores da universidade e pesquisadores externos colaborando de forma voluntária. Entre eles, a Faculdade de Arquitetura, o Instituto de Geociências e os programas de pós-graduação em Políticas Públicas e em Sociologia. Há também contribuição de pesquisadores das federais de Rio Grande (Furg) e de Pelotas (UFPel), além de empresas de consultoria em nas áreas de urbanismo e de hidrologia.

"Foi uma iniciativa emergencial que nasceu de forma orgânica e mostra o papel que a universidade federal, que é uma universidade pública, tem na sociedade", afirma Iporã. Ele recorda que o mapa vem sendo ampliado. Foi divulgado pela primeira vez alertando para a população se preparar para uma evacuação caso o sistema de proteção contra cheias falhasse, o que acabou se confirmando.

Agora, o mapa já está numa terceira fase de trabalho, que é de sistematização de bancos de dados. Conforme o pesquisador, traz informações técnicas para instituições de governo usarem para para tomar decisões, "mas também a outros atores sociais, como o Judiciário, Ministério Público, e outros grupos de pesquisa que agora vão se debruçar sobre os dados para fazer análise".

Durante o trabalho, prossegue Iporã, o mapa serviu de apoio para ajudar as pessoas na busca de abrigos. Ao longo da sua construção, destaca, "surgiu um grupo de trabalho incrível chamado GT Abrigos, e muitos voluntários nesse grupo apuraram e estão apurando ainda os pontos onde tem abrigos, não só em Porto Alegre, mas depois na região metropolitana inteira".

A base dados é alimentada pelas seguintes fontes: SOS RS (antigo Ajuda RS), Fórum Social das Periferias de Porto Alegre (FSPPA), SOS RS | Zona Sul, AbrigaRS, Curicaca/Uergs, Prefeitura de Eldorado, Prefeitura de São Leopoldo, SAS - Prefeitura de São Leopoldo, Prefeitura de Novo Hamburgo e Coletivo Meio de Caxias do Sul.

Foram identificados um total de 738 pontos de abrigos, doações e cozinhas solidárias, dos quais 599 foram verificados e geo-localizados. Dos pontos já classificados, três grupos destacaram-se neste processo: 27% dos pontos na base de dados são organizados por entidades religiosas, 20% são organizados por empresas privadas e 20% por grupos ligados ao estado. O restante dos pontos, 33%, é dividido entre outros tipos de organizações da sociedade civil e empresas.

Segundo Iporã, o trabalho segue em construção. Porém chama a atenção para o futuro incerto da iniciativa. "Sem dúvida alguma esse esforço vai se dispersar, porque é impossível manter esse esforço voluntário por tanto tempo", disse. Mas enquanto ainda houver a enchente (crise climática), afirma que o trabalho tem andamento garantido, com versões novas e atualizadas do site.

Publicado no BdF: 16 de maio de 2024

Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2024/05/16/mapa-colaborativo-reune-dados-sobre-abrigos-cozinhas-solidarias-e-pontos-de-coleta-no-rs

Edição: Rodrigo Chagas

 

Redes Digitais Gigantes (big tech’s) tem Algoritimos que Criam Dependência no Ser Humano

UE investiga como facebook e instagram provocam comportamentos de dependência em menores de idade

A Comissão Europeia já havia iniciado uma investigação contra o facebook e o instagram no final de abril/2024, por suspeitas de não cumprirem suas obrigações no combate à desinformação e dependência do ser humano nas redes digitais

por AFP – Sociedade e Comunicação Digital Dominada pelas Gigantes de Comunicação (Big Tech’s)

      Esta é a 6ª. investigação formal das Gigantes de Comunicação, iniciada pela Comissão Europeia, o braço Executivo da UE, com base nesta legislação, e a 2ª. contra a Meta     Foto: Lionel Bonaventure / AFP

A União Europeia anunciou nesta quinta-feira (16/mai/2024) a abertura de uma investigação para apurar se as redes digitais facebook e instagram, do grupo Meta, provocam comportamentos de dependência em menores de idade e jovens.

"Não estamos convencidos de que a Meta tenha feito o suficiente para mitigar os riscos de efeitos negativos na saúde física e mental dos jovens europeus em suas plataformas facebook e instagram", afirmou o comissário europeu de mercado interno da Meta, Thierry Breton.

A investigação tem como base a lei dos serviços digitais (LSD), um dos marcos regulatório das plataformas digitais no bloco europeu. Esta é a 6ª. investigação formal iniciada pela Comissão Europeia, o braço executivo da União Européia, com base nesta legislação, e a 2ª. contra a Meta.

Neste caso específico, a investigação apura se as 2 redes sociais cumprem suas obrigações em matéria de proteção de menores, incluindo uma efetiva verificação da idade dos usuários.

O grupo de tecnologia americano Meta (facebook e instagran) defendeu sua boa-fé. "Queremos que as crianças e os jovens tenham experiências on-line seguras e adaptadas à sua idade, e passamos uma década desenvolvendo mais de 50 ferramentas e políticas para protegê-los. É um desafio que todo o setor enfrenta e estamos ansiosos para compartilhar os detalhes do nosso trabalho com a Comissão Europeia", disse um porta-voz da Meta (sic).

No comunicado, a comissão manifestou preocupação com a possibilidade de os algoritmos utilizados pela Meta (facebook e instagram) estimularem o vício ou o chamado efeito 'toca do coelho'.

Isso ocorre quando um usuário é incitado por um algoritmo a usar determinado tema na rede digital, em um ciclo que leva a conteúdos manipulados ou perigosos. Além disso, a Comissão Européia mantém a preocupação com os métodos de verificação de idade aplicados pela Meta, indica a nota da comissão investigativa.

Na investigação, a Comissão procura também determinar se as plataformas cumprem a obrigação de "implementar medidas adequadas e proporcionais para garantir elevado nível de privacidade e segurança aos menores de idade”.

A Comissão Europeia já havia iniciado uma investigação contra o facebook e o instagram no final de abril/2024, por suspeitas de não cumprirem suas obrigações no combate à desinformação e utilização de algoritimos que criam dependência em menores de idade.

A lei europeia sobre serviços digitais (LSD), em vigor desde agosto do ano passado (2023), define regras rigorosas para as plataformas consideradas gigantes (big tech’s) por seu número de usuários, como as redes X, TikTok e Meta.

No total, cerca de 23 empresas e sites (incluindo três dedicados à pornografia: Pornhub, Stripchat e Xvideos) estão sob vigilância e contrôle da União Europeia.

Publicado no Correio do Povo RS: 16/05/2024

Fonte: https://www.correiodopovo.com.br/jornal-com-tecnologia/ue-investiga-se-facebook-e-instagram-provocam-comportamentos-de-depend%C3%AAncia-em-menores-1.1495080