Um projeto de desenvolvimento nacional, voltando a consolidar nossa
soberania energética, passa portanto, necessariamente, pelo aumento do controle
de nossa produção de derivados de petróleo
por Miguel do Rosário no
Desacato – Sociedade e Luta Popular Contra Milícias Chapa Branca
Recentemente, fizemos um post sobre o aumento da exportação de gasolina
americana, e de outros derivados de petróleo produzidos nos Estados Unidos,
para o Brasil.
Também fizemos um post sobre o virtual controle, de quase 90%,
dos Estados Unidos, sobre a importação brasileira de óleo diesel.
Repercutimos ainda uma informação do IBGE, de que o diesel é a principal
indústria brasileira, faturando quase R$ 140 bilhões nos últimos 2 anos.
Hoje vamos falar especificamente da gasolina, o
décimo mais importante produto da nossa pauta de importação. Nos últimos seis
meses (jan/jun 2019), gastamos US$ 962 milhões com a importação de gasolina,
mais do que gastamos com a importação de computadores, trigo e fertilizantes.
Em relação ao ano passado, houve aumento de 6%, bem acima do aumento do nosso
consumo, o que mostra que está havendo substituição de gasolina brasileira por
gasolina importada.
E de onde está vindo essa gasolina?
Segundo dados do Comexstat, o banco estatístico
público de comércio exterior, quase 70% da gasolina que importamos tem vindo
dos Estados Unidos.
O aumento da participação estadunidense na
importação de gasolina tem sido impressionante, e está em linha com o
crescimento vertiginoso da produção norte-americana de derivado nos últimos
anos.
Em 2015, os EUA responderam por somente 29% da
nossa gasolina importada.
Em valores, o aumento da exportação estadunidense
de gasolina para o Brasil também é impressionante. No primeiro semestre de
2016, importamos apenas US$ 126 milhões em gasolina dos EUA. Nos seis
primeiros meses deste ano, as importações brasileiras de gasolina oriunda de
refinarias norte-americanas saltaram para US$ 634 milhões.
A economia brasileira é altamente dependente de
diesel e gasolina. Quase não temos ferrovias ou transporte de cabotagem (barcos
e navios), e todo o transporte interno de mercadorias é feito por caminhões
movido a diesel. Nossos carros de passeio são movidos quase todos por gasolina.
Um projeto de desenvolvimento nacional, voltando a
consolidar nossa soberania energética, passa portanto, necessariamente, pelo
aumento do controle de nossa produção de derivados de petróleo.
http://desacato.info/quem-controla-quase-70-das-importacoes-brasileiras-de-gasolina/