por Ronaldo Aidos - espiritualidade
A respeito da polêmica proposta por deputado estadual de Santa Catarina, de que as escolas
públicas distribuam um kit bíblico aos alunos, defendendo o
ensino religioso, gostaria de acrescentar alguns argumentos que ainda
não foram abordados por leitores e jornalistas indignados com a
proposta. Longe de mim classificar pessoas ateias como sendo uma espécie
de andróides. Acho que são tão seres humanos como qualquer crente em
Deus. Inclusive têm fé, a fé de que Deus não existe.
Digo isso porque a ciência humana ainda não comprovou nem a existência
de Deus, nem a não existência. Os milagres e os fenômenos naturais ainda
não explicados pela ciência atual, como a própria vida, são provas
disso. Einstein, um dos luminares da ciência humana moderna, afirmou,
inclusive, que quanto mais a ciência evolui, mais perto está de provar a
existência de Deus. Portanto, o ateísmo é uma espécie de religião, tão
dependente de fé como todas as demais religiões humanas. Ensinar nas
escolas esse sentimento tão humano, como é a fé na existência ou não do
divino e de suas virtudes sobrenaturais, certamente completa a educação
do ser humano, permitindo que esse possa optar, livremente e com mais
sabedoria, pela fé que melhor lhe satisfaça.
A bíblia não se trata de um livro de história, que a leitura deve ser feita com o
sentido da fé e, sobretudo, com bom senso e que o objetivo da leitura
deve ser a perfeição cristã. Ao lê-la, procurar lembrar que quando foi escrita, os sentidos simbólicos da linguagem era outro, que não o atual. Ao interpretá-la ao pé da letra, o leitor corre o risco de ter uma interpretação errônea do que está realmente escrito.
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