Especialistas em clima garantem que as petrolíferas controlam a COP, desta forma inviabilizando iniciativas urgentes para buscar a sobrevivência da vida no planeta
Especialistas
da ONU pedem a redução de 43% na emissão dos gases até 2030 para combater o
aquecimento global e suas consequências potencialmente catastróficas. Contudo, as previsões apontam para uma
redução tímida de apenas 2%
por redação da Rede Brasil Atual – Sociedade e Efeito Estufa:
ou o ser humano controla ou será instinto da face da Terra
Países avançam a pequenos passos para evitar a crise climática, mas precisam dar um passo gigante . Foto Divulgação/Nasa
O Brasil vive uma onda de calor (mais uma em 2023)
praticamente sem precedentes. Sensações térmicas acima dos 55°C
desde 11/NOV/2023, temperatura real acima dos 45°C no Centro-Oeste e próximas
disso no Oeste paulista. Pesa o El Niño de grandes proporções que aquece as
águas do Pacífico; evento que pode ser o mais forte da história. Também pesa o
desmatamento e a maior seca em 121 anos na Amazônia. Contudo, especialistas
cravam que não há explicação fora do aquecimento global. Pior,
não há comprometimento da comunidade internacional para resolver os problemas,
como aponta relatório da ONU de 14/NOV/2023, às vésperas da COP28.
Os últimos quatro meses foram os mais quentes, na
média para o período, da história do Brasil. O país parece receber de forma
especialmente forte os efeitos das mudanças climáticas. Além disso, vale
pontuar uma temporada de ciclones acentuada com temporais no Sul, além de
outros eventos, como a maior chuva já registrada na história do país, no
litoral Norte de São Paulo, particularmente em São Sebastião, no início do ano.
Os climatologistas estão assustados com a realidade
brasileira. “Quatro meses consecutivos de temperatura recorde no Brasil não
podem ser explicados apenas por variabilidade natural do clima ou a influência
do fenômeno El Niño. O que está se testemunhando no nosso país se insere em um
contexto muito maior, em que os mesmos quatro meses também foram de temperatura
recorde no planeta”, afirma informe da agência meteorológica Metsul do Rio
Grande do Sul.
Aquecimento global
Os meteorologistas recordam que as anomalias também
atingem outras regiões. Contudo, o Brasil parece ser um “laboratório” especial
da crise climática. “O último mês foi o outubro mais quente já registrado
globalmente, de acordo com os dados do Sistema Copernicus da União Europeia. A
temperatura média do ar na superfície no planeta foi de 15,30°C, ou 0,85°C
acima da média de outubro de 1991-2020 e 0,40°C acima da temperatura do outubro
mais quente anterior, em 2019. Outubro de 2023 no mundo não foi apenas o mês
quente já registrado, mas por uma larga margem, tal como já havia ocorrido em
setembro.”
As autoridades
globais estão completamente perdidas quanto ao clima
O governo brasileiro tenta agir de forma muito
tímida. Neste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao lado de
especialistas como a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina
Silva, conseguiram alguma ação. Em menos de um ano, o Brasil reverteu a taxa de
desmatamento que cresceu em níveis recordes durante a gestão do extremista de
Jair Bolsonaro (PL). Bolsonaro dizia que a Amazônia “não pega fogo por ser
floresta úmida”. A realidade, contudo, é muito diferente. Agora, o bioma
amazônico sofre após a “porteira” de devastação que a política bolsonarista estimulou
e implantou na região.
Os esforços do governo brasileiro não são
suficientes. A situação é de alerta extremo e o mundo precisa mais do que frear
a devastação em seus biomas já depredados. Precisa aumentar áreas verdes e
reduzir drasticamente a emissão de gases do efeito estufa. É o que informa relatório
da ONU divulgado em 14/NOV/2023.
Em 2023 a COP28 é em
Dubai, Emirados Árabes Unidos
Especialistas
da ONU pedem a redução de 43% na emissão dos gases até 2030, para combater o
aquecimento global. Contudo, as previsões apontam para uma redução tímida de
apenas 2%.
É totalmente insuficiente.
O secretário-geral da ONU, António Gutérres, alerta
para o “inferno climático” que está por vir. Os líderes globais, envoltos em
uma má vontade que significará eventos de níveis nunca vistos, discutem na
Conferência do Clima da ONU (COP28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
O relatório da ONU, um dos que antecipa a COP28,
aponta que “os países avançam a poucos passos para evitar a crise climática,
mas precisam dar passos gigantes”. Então, a entidade apela para que a COP28
represente “uma guinada decisiva”. Especialistas
em clima garantem que as petrolíferas controlam a COP, desta forma
inviabilizando iniciativas urgentes para buscar a sobrevivência da vida no
planeta.
O relatório mostra, de acordo com as conclusões da
análise do ano passado, que embora as emissões não devam aumentar após 2030 na
comparação com os níveis de 2019, ainda não mostram a tendência de queda rápida,
que a ciência considera necessária nesta década, afirmam os cientistas.
Publicado
no Brasil Atual: 15/NOV/2023
Fonte: https://www.redebrasilatual.com.br/ambiente/frear-a-devastacao-nao-basta-mundo-precisa-aumentar-areas-verdes-e-reduzir-poluicao/