As máquinas da Madeira, a ilha portuguesa e suas surpresas
Ilha tem vários locais a explorar. E esconde um curioso e bem organizado museu da imprensa
por Vitor Nuzzi
Jornal Brasil Atual - Número 105, História
Magno Bettencort/Museu de Imprensa
Primeiros modelos de impressoras Heidelberg. A impressora Minerva (abaixo) é a peça mais antiga do acervo
Museu da imprensa escondido na Ilha da Madeira, em Portugal
A mil quilômetros da Europa e a 800 da África, o arquipélago da portuguesa Ilha da Madeira é um local de origem vulcânica, montanhoso e de temperatura agradável, a 90 minutos de voo a partir de Lisboa. Talvez seja conhecido de alguns pelo vinho da região. Os esportistas mais enfáticos devem lembrar que foi no Funchal, a capital, que Cristiano Ronaldo deu os seus primeiros passos e chutes. Há muito o que se conhecer na Madeira, que tem lá suas curiosidades, como na pequena cidade de Câmara de Lobos, ao lado do Funchal. Ali, numa curva, com direito a vista para o mar, fica o Museu de Imprensa Madeira, com pequenas e grandes preciosidades.
A máquina mais antiga, fabricada em 1816, é uma impressora Minerva, da empresa norte-americana Golding&Company. Há outra de 1817, da alemã Augsburg, e uma máquina de composição mecânica de 1911, que pertenceu ao Diário de Notícias da Madeira, fundado há mais de 130 anos e ainda em atividade. O museu conta ainda com “um considerável patrimônio histórico tipográfico”, lembra Freitas.
A mil quilômetros da Europa e a 800 da África, o arquipélago da portuguesa Ilha da Madeira é um local de origem vulcânica, montanhoso e de temperatura agradável, a 90 minutos de voo a partir de Lisboa. Talvez seja conhecido de alguns pelo vinho da região. Os esportistas mais enfáticos devem lembrar que foi no Funchal, a capital, que Cristiano Ronaldo deu os seus primeiros passos e chutes. Há muito o que se conhecer na Madeira, que tem lá suas curiosidades, como na pequena cidade de Câmara de Lobos, ao lado do Funchal. Ali, numa curva, com direito a vista para o mar, fica o Museu de Imprensa Madeira, com pequenas e grandes preciosidades.
São aproximadamente 40 máquinas como linotipos e
impressoras, a mais antiga de 1886. O espaço, de 2 mil metros quadrados,
abriga ainda exposições, conferências e outros tipos de eventos. Até
janeiro, por exemplo, o MIM abrigou uma exposição sobre o cineasta
Manoel de Oliveira. Estão previstas uma mostra, a partir de agosto,
sobre rótulos de vinho Madeira do século 20, e outra, no final do ano,
sobre a Primeira Grande Guerra, em parceria com o Museu Nacional de
Imprensa, que fica na cidade do Porto.
Por falar em guerra e em Madeira, quem passou por
Câmara de Lobos foi Winston Churchill, então primeiro-ministro inglês,
em 1950. Foi descansar e pintar. A imprensa local registrou a presença
em primeira página, conforme se vê no acervo do museu.
Desde o primeiro jornal, lançado em 1821, são mais de
300 títulos. “Grosso modo, uma característica interessante dos
periódicos publicados ao longo destes quase 200 anos é a de que são
quase sempre muito politizados. Procuraram sempre afirmar e defender
convicções muito explícitas e determinadas. Uns mais conservadores,
outros mais liberais e alguns satíricos”, diz o diretor do museu,
Lourenço Freitas, um ex-jornalista que durante dois anos coordenou o
processo de coleta e recuperação do patrimônio que hoje compõe o acervo.
O MIM foi aberto em setembro de 2013. Em um ano e meio, recebeu
aproximadamente 5 mil visitas, sendo 800 de estrangeiros. “O percurso da
imprensa tem evoluído ao longo do tempo. Desde a descoberta de
Gutenberg no século 15 até hoje, e o MIM reúne não só antiguidade e
memória, mas também cultura e conhecimento. No primeiro ano de atividade
recebemos 74 visitas de estudo, o que por si só revela o interesse que
existe em saber que conhecimento encerra o museu”, comenta Freitas.A máquina mais antiga, fabricada em 1816, é uma impressora Minerva, da empresa norte-americana Golding&Company. Há outra de 1817, da alemã Augsburg, e uma máquina de composição mecânica de 1911, que pertenceu ao Diário de Notícias da Madeira, fundado há mais de 130 anos e ainda em atividade. O museu conta ainda com “um considerável patrimônio histórico tipográfico”, lembra Freitas.
É um lugar onde pode se conhecer o processo de
elaboração de jornais que funcionou até relativamente pouco tempo atrás.
Um processo fabril e braçal. “Acredito que conforme o homem vai
evoluindo, vai deixando atrás de si um rastro que quando é reunido num
museu permite mostrar no presente como era uma certa atividade no
passado – e essa lição pode ser cultural, industrial ou sociológica”,
analisa o diretor.
Formado por quatro ilhas, o arquipélago tem hoje 270
mil habitantes, sendo 112 mil apenas na capital. A Madeira era um local
estratégico para a navegação à América do Sul e à África. Tinha a
economia baseada na agricultura e nas exportações – particularmente, um
período de produção intensa de cana-de-açúcar, no século 15.
Posteriormente, o vinho deu fama à ilha. Algumas crises levaram a amplos
processos de emigração, já no século 19, e um dos principais destinos
foi o Brasil – estima-se que aqui exista uma comunidade de 150 mil
madeirenses. Embora não seja um roteiro turístico usual, até pela
localização, apenas o seu visual já recomenda a visita. Andar pela orla
muito bem cuidada e arborizada, conhecer o Jardim Botânico, conferir o
curioso Mercado dos Lavradores e passear no teleférico valem por um bom
começo.
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