Fórum Social Temático faz balanço de 15 anos de debates e atividades
Os presentes manifestaram preocupação perante o avanço do conservadorismo no mundo
Painel do FSM com o tema "Globalização,
desigualdade e crise civilizatória" aponta avanços alcançados pelo
evento e mudanças necessárias para mais conquistas
Por redação agência de notícias Rede Brasil Atual - Sociedade e Luta por Justiça Social
Foto cut-rs/reprodução
São Paulo – Durante a mesa
“Globalização, desigualdade e crise civilizatória”, organizada ontem
(20/jan/2016) no Fórum Social Temático de Porto Alegre, os presentes realizaram
um balanço dos resultados obtidos nestes 15 anos de Fórum Social Mundial
(FSM). O presidente da CUT gaúcha, Claudir Nespolo, apontou conquistas
do evento, como o fim da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e a
expansão de governos progressistas em diversos locais do mundo, como a
América Latina.
Em busca de novos resultados, além da exposição de um
panorama de conquistas, os presentes debateram a revisão de alguns
pontos do FSM. “O Fórum deixou um legado inegável, mas não podemos
desconsiderar que não estamos em um melhor momento da democracia”, disse
o sindicalista. Também participou do debate o sociólogo português
Boaventura de Sousa Santos, que reafirmou a “necessidade de fazer a
autocrítica”.
“Estamos aqui debatendo para quê? Precisamos ter
posições claras e assumir a responsabilidade social que devemos ter
perante aqueles que sofrem, são oprimidos, excluídos e, portanto, não
têm oportunidade de estar aqui conosco”, criticou o sociólogo da
Universidade de Coimbra, que propôs posicionamentos mais claros do FSM
perante questões de consenso.
Citando a defesa da homologação de terras indígenas
no país como exemplo de pauta comum, Boaventura pediu por união entre os
movimentos progressistas. “Capitalismo, sexismo, colonialismo e racismo
atuam em conjunto (…) A agenda sempre foi contra o neoliberalismo e não
contra o capitalismo, mas durante esses anos vimos que o neoliberalismo
se tornou a única forma de capitalismo que existe”, concluiu.
A mesa ainda contou com a participação de Socorro
Gomes, do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta Pela Paz
(Cebrapaz/Brasil); Caroline Borges, do Reaja Brasil; Maren Mantovani, do
Stop The Wall/Palestina; Nair Goulart, da Força Sindical; Cristina
Reynold, da AIH/Argentina; e o jornalista austríaco Leo Gabriel.
Todos os presentes manifestaram preocupação perante o
avanço do conservadorismo no mundo. “Temos que dar uma resposta às
alternativas lançadas pelo Fórum de Davos”, disse Cristina Reynold, em
referência ao Fórum Econômico Mundial, que é realizado concomitantemente
na Suíça e reúne líderes de governos com executivos de multinacionais,
investidores e representantes do mercado financeiro.
Boaventura reafirmou a importância da “resposta”
citada por Reynold. “Os neoliberais que discutem lá no Fórum Econômico
de Davos nem consideram a possibilidade de discutir com nossos setores
(…) A Europa, que vivia as políticas do FMI (Fundo Monetário
Internacional) aplicadas nos países de terceiro mundo, agora vive a
violência, o pesadelo de ver a pilhagem do seu salário, sua vida”,
afirmou.
Fonte - http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2016/01/mesa-do-forum-social-tematico-realiza-balanco-dos-15-anos-de-evento-8585.html
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