Segundo a
pesquisadora, é possível, sim, frear o desmatamento na Amazônia. "Depende
do governo assumir a responsabilidade pelas atuais taxas de desmatamento e
parar com discursos que promovam a impunidade no campo. É preciso entender que
sem a Amazônia não há chuva no resto do país, seriamente comprometendo nossa
produção agrícola e nossa geração de energia, explica Erika Berenguer...
por redação da Revista
Forum – Sociedade e Amazônia sendo
destruída por queimadas do agronegócio e estímulos de Bolsonaro
A presquisadora Erika Berenguer escreveu texto sobre as queimadas na
Amazônia (Reprodução/internet)
Pesquisadora
sênior brasileira do Instituto de Mudanças Ambientais, da Universidade de
Oxford, que estuda há 10 anos o impacto do fogo e da extração de madeira nos
estoques de carbono e na biodiversidade da Amazônia brasileira, Erika Berenguer publicou em sua página
no facebook um texto didático e de fácil entendimento sobre o que está acontecendo atualmente com a Amazônia.
Segundo
ela, os incêndios na floresta amazônica são causados “necessariamente pelo
homem” e, diferentemente da vegetação do cerrado – que é resistente ao fogo -,
ao serem queimadas as árvores da região morrem.
“Ao
morrerem, essas árvores então se decompõem liberando para a atmosfera todo o
carbono que elas armazenavam, contribuindo assim pras mudanças climáticas. O
problema nisso é que a Amazônia armazena carbono pra caramba nas suas árvores,
a floresta inteira estoca o equivalente a 100 anos de emissões de CO2 dos EUA,
então queimar a floresta significa colocar muito CO2 de volta na atmosfera”,
explica.
Erika ainda explica a técnica chamada pelos
ruralistas (agronegócio) de “correntão”, que é
proibida por lei, muito usada para desmatar grandes áreas da região amazônica.
“Para
desmatar a floresta, primeiro corta-se ela, normalmente com o que é chamado de
correntão – dois tratores interligados
por uma imensa corrente, assim com os tratores andando, a corrente entre eles
vai levando a floresta ao chão. A floresta derrubada fica um tempo no chão
secando, geralmente meses a dentro da estação seca, pois só assim a vegetação
perde umidade suficiente pra ser possível colocar fogo nela, fazendo toda
aquela vegetação desaparecer, e sendo então possível de plantar capim. Os
grandes incêndios que estamos vendo agora e que fizeram o céu de São Paulo escurecer
a poucos dias, representam então esse último passo na dinâmica do desmatamento
– transformar em cinzas a floresta tombada.”
Segundo a
pesquisadora, é possível, sim, frear o desmatamento na Amazônia. “Depende do
governo assumir a responsabilidade pelas atuais taxas de desmatamento e parar
com discursos que promovam a impunidade no campo. É preciso entender que sem a
Amazônia não há chuva no resto do país, seriamente comprometendo nossa produção
agrícola e nossa geração de energia. É preciso entender que a Amazônia não é um
bando de árvore juntas, mas sim nosso maior bem”, relata Erika Berenguer.
https://revistaforum.com.br/brasil/em-texto-ultra-didatico-pesquisadora-que-trabalha-ha-10-anos-com-fogo-na-amazonia-explica-o-atual-incendio-na-floresta/?fbclid=IwAR2sbLdcB4N9fxgjzmHUsc84IzSa2NaHZTWsV1tk3YEWI1DqYSbpyeq_LIQ
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