Multinacionais
abocanham 75% das reservas do país. Nessa “liquidação” do nosso patrimônio, as
britânicas Shell e BP acumulam, sozinhas, 13,5 bilhões de barris de petróleo,
mais do que a própria Petrobrás deteve nas cinco rodadas do leilão
por redação da Federação Única dos Petroleiros, Diálogos do Sul e Outras Palavras – Sociedade e Brasil pós-Golpe 2016
Imagem no site Outras Palavras
Como já era previsto, as petrolíferas estrangeiras
fizeram a festa durante a 5ª Rodada de Licitação do Pré-Sal, onde arremataram
mais de 90% dos 17,39 bilhões de barris de petróleo que foram leiloados.
Fazendo a equivalência entre os R$ 6,82 bilhões que
o governo arrecadou em bônus de assinatura e o valor atual do barril de
petróleo, chegaremos a bagatela de R$ 0,34 o preço médio pago por cada barril
do Pré-Sal leiloado.
Para protestar contra mais esse crime de lesa
pátria, a FUP e seus sindicatos realizaram manifestações em frente às sedes da
Agência Nacional do Petróleo (ANP), no Rio de Janeiro, e da Petrobrás, na
Avenida Paulista (SP), além de atos e mobilizações nas bases da petrolífera
brasileira.
Todos os quatro blocos ofertados
pela ANP no leilão desta sexta-feira, 28 de set/2019, foram arrematados em
questão de minutos. A britânica Shell e a estadunidense Chevron levaram
sozinhas o bloco de Bloco TSaturno, na Bacia de Santos, o mais valioso, com
reservas estimadas em 8,3 bilhões de barris de petróleo. A ExxonMobil (EUA), a
BP (Reino Unido), a CNOOC (China), a QPI (Catar) e a Ecopetrol (Colômbia)
dividiram os outros dois blocos da Bacia de Santos (Titã e Pau Brasil),
enquanto a Petrobrás se contentou com o bloco de Tartaruga Verde, na Bacia de
Campos, o menos disputado.
Esse foi o quarto leilão de campos do Pré-Sal, no
Regime de Partilha de Produção, que o governo Temer, sem a legitimidade das
urnas, realizou em dois anos de golpe. Neste curto espaço de tempo, as
petrolíferas estrangeiras abocanharam a maior parte das reservas do Pré-Sal
brasileiro que foram licitadas.
Ao todo, 13 multinacionais já se apropriaram de
reservas equivalentes a 38,8 bilhões de barris de petróleo, de um total de
51,83 bilhões de barris que foram leiloados. Juntas, essas empresas concentram
75% das reservas, onde são operadoras em seis dos 14 blocos licitados.
As britânicas Shell e BP já acumulam 13,5 bilhões
de barris de petróleo em reservas do Pré-Sal. Mais do que a própria Petrobrás,
que detém 13,03 bilhões de barris em campos leiloados nas cinco rodadas da ANP.
“É o pagamento do golpe. Ou alguém ainda tem alguma
dúvida?”, indaga o coordenador em exercício da FUP, Simão Zanardi Filho,
lembrando que, assim que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff foi
aprovado no Senado, o Congresso aprovou imediatamente o projeto do senador José
Serra (PSDB/SP), que, atendendo à promessa feita às petrolíferas estrangeiras,
tirou da Petrobrás a exclusividade na operação do Pré-Sal e acabou com a
obrigatoriedade da estatal ter participação mínima de 30% nos leilões.
“Essa foi a primeira de várias outras contas do
golpe que foram pagas pelo povo brasileiro. Por isso, é fundamental elegermos
um governo e um Congresso comprometidos com os interesses nacionais . Só assim,
conseguiremos deter a entrega do Pré-Sal”, afirma Simão.
http://desacato.info/e-o-pre-sal-vai-deixando-de-ser-brasileiro/
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