- Mergulhado em escândalos, prepara-se para ocupar o Planalto e dar continuidade aos seus planos de desmonte do Brasil
- Planos traduzíveis mais ou menos assim: mais dinheiro aos ricos e menos dinheiro aos pobres e entregar o País às grandes empresas multinacionais
por Mauricio Dias para revista Carta Capital
Daqui o bando zarpa para assumir o leme em definitivo
A grande maioria dos senadores votou pelo
impedimento da presidenta, invocando a necessidade de manter a
estabilidade no País. Ao contrário. O que se pode esperar neste caso,
onde se misturam hipocrisia e falsidade, diz respeito à eventual reação
das ruas.
Eis um alerta insuperável do conhecido sociólogo Raymundo
Faoro: “A mais grave de todas as formas de falseamento da soberania
popular é aquela que usurpa a legitimidade, confundindo-a com o poder”.
Na penúltima fase do processo de impeachment,
a honesta Dilma foi julgada e, possivelmente, na última etapa, será
condenada, pelos políticos suspeitos de corrupção, conforme apontam as
investigações da Operação Lava Jato. Uma grande parte deles integra a cúpula do PMDB.
Ulysses Guimarães, mito dessa legenda partidária, os reprimiria com rigor muito forte. E poderia mesmo jogá-los na lixeira.
A propósito. Serão eles, expressões da
corrupção na política, responsáveis pelas homenagens na passagem do
centenário de nascimento de Ulysses, a 6 de outubro próximo? Se assim
for, Ulysses não comparecerá aos eventos.
Voltando aos fatos de agora. O núcleo
duro de um suposto poder definitivo, em operação já na interinidade,
seria este: Michel Temer, presidente da República; Renan Calheiros,
presidente do Congresso; senador Romero Jucá, líder do partido; Moreira Franco, da Secretaria-Executiva do governo; Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil; deputado Geddel Vieira Lima, ministro da Secretaria de Governo.
Atuaria por fora, como já atua, o deputado Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, de grande influência no Jaburu. Ele renunciou à função e, recentemente, foi substituído pelo deputado Rodrigo Maia, do DEM, agregado de última hora ao bando peemedebista.
Maia é o responsável pela prorrogação do
julgamento final de Cunha, na Câmara. O jovem títere atendeu aos pedidos
superiores. Mas, sob pressão, poderá “recuar”, para usar uma expressão
muito comum a Michel Temer.
Mesmo envolvidos em escândalos, todo o
bando do Jaburu voará, em breve, para o Palácio do Planalto, onde há
mais poder, e mais espaço, para dar continuidade aos planos do bando.
Planos traduzíveis mais ou menos assim: mais dinheiro aos ricos e menos
dinheiro aos pobres e entregar o País.
Este o remédio que Henrique Meirelles e José Serra
pretendem ministrar ao País, longe de atender às suas necessidades,
assim como não o é a tendência autoritária do presidente interino ao
sustentar, em ilegítima defesa, as restrições impostas aos cartazes e às
vaias audíveis nas áreas onde atletas disputam medalhas olímpicas.
http://www.cartacapital.com.br/revista/914/o-bando-do-jaburu
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