A retração no mercado de trabalho
fez o número de trabalhadores formais (com carteira assinada) cair de
49,6 milhões no fim e 2014 para 48,1 milhões no fim do ano passado. Essa
foi a primeira vez desde 1992 em que o país acumulou perdas de empregos
no mercado formal de trabalho. Naquele ano, o Brasil tinha eliminado
623 mil vagas.
Divulgada uma vez por ano, a Rais é
mais ampla que o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e
engloba não apenas os trabalhadores do setor privado, mas trabalhadores
temporários e servidores públicos federais, estaduais e municipais. Para
medir o desempenho do mercado de trabalho, a Rais contabiliza a
diferença entre as contratações e as dispensas.
A perda de empregos formais é a pior da série histórica, iniciada em 1985Arquivo Agência Brasil
As demissões em massa e as
contratações por salários mais baixos afetaram os rendimentos médios
reais dos trabalhadores, que recuaram 2,56% em 2015 em relação a 2014.
Em valores absolutos, a remuneração média individual caiu de R$ 2.725,28
em 2014 para R$ 2.655,60 em 2015.
Na comparação por setores da
economia, apenas a agropecuária contratou mais do que demitiu no ano
passado, tendo criado 20,9 mil vagas formais. Os demais setores
registraram quedas, com destaque para indústria de transformação (-604,1
mil), construção civil (-393 mil) e comércio (-195,5 mil).
Entre as regiões, o Sudeste foi a
que mais eliminou postos de trabalho, com 900,3 mil trabalhadores a
menos. Em seguida, vêm o Nordeste (-233,6 mil) e o Sul (-217,2 mil).
Apenas três estados acumularam aumento no número de empregos formais em
2015: Piauí (3 mil), Acre (2,8 mil) e Roraima (2,2 mil).
Em relação à faixa etária, o
desemprego afetou principalmente os jovens. Na faixa de 18 a 24 anos,
foram eliminados 673,4 mil postos de trabalho, contra 477,8 mil entre 25
e 29 anos, 233,9 mil de 30 a 39 anos, 172,1 mil de 40 a 49 anos, e
107,7 mil na faixa até 17 anos. Somente a categoria acima de 50 anos
registrou ampliação de vagas: 154,4 mil.
http://www.brasil247.com/pt/247/economia/255673/Golpe-custou-15-milh%C3%A3o-de-empregos-ao-Pa%C3%ADs.htm
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