- "Atlas da Carne", lançado recentemente, relaciona produção industrial e desigualdade
- Relatório relaciona a carne com as mudanças climáticas e desigualdade social mundial
O Atlas da Carne - Fatos e números sobre os animais que comemos
foi lançado a publicação em português em 29/09/2016, no Espacio 945, localizado na zona central de São Paulo
(SP).
O relatório (disponível para baixar em http://br.bell.or),
elaborado por pesquisadores do Brasil, Chile, México e da
Alemanha, mapeia a produção industrial de carne no mundo e analisa
como ela atinge os recursos hídricos e os solos, influenciando as
mudanças climáticas e o aumento da desigualdade social. A publicação é
da fundação alemã Heinrich Böll Stiftung.
O evento também contará com o lançamento do livro Cadeia industrial da Carne - Compartilhando ideias e estratégias sobre o enfrentamento do complexo industrial global da carne, produzido pela FASE, e contou com a participação do DJ Peron.
Carne e fome
O Atlas da Carne revela também a relação entre a
criação animal em escala industrial com a fome no mundo, já que produção
intensiva é considerada mais importante que o suprimento das
necessidades nutricionais de cada país. Outro impacto do avanço da
pecuária sobre as terras, segundo o relatório, é a perda da
biodiversidade.
A
publicação, que já havia sido lançada em espanhol, inglês, francês e
alemão, busca disseminar alternativas ao modelo predador da pecuária
mundial.
Segundo o Atlas, se o consumo de carne continuar crescendo,
os pecuaristas terão que produzir 150 milhões de toneladas extra de
carne até 2050, o que agravaria todas os impactos no meio ambiente.
Brasil
O país é um dos grandes responsáveis por esse impacto, uma
vez que possui uma das maiores produções mundiais de carne e a maior
produção de soja, grão utilizado principalmente para alimentação dos
animais para abate. A maior empresa processadora de carne do mundo, a
JBS/Friboi, também é brasileira, com um faturamento anual de cerca de
US$ 51 bilhões.
Além disso, a produção de soja e de carne no país envolve
questões como a crise hídrica, com o gasto de 15 mil litros de água para
cada quilo de carne produzida, a contaminação da população com os
grandes níveis de agrotóxicos utilizados no processo, e os conflitos no
campo, motivados pela ganância dos produtores, que causam a sistemática
expulsão de pequenos agricultores e assassinato de líderes camponeses e
indígenas no país. A produção da soja também é responsável por grande
parte do desmatamento na Amazônia, Cerrado e no Pantanal.Dessa forma, as
reflexões sobre como implementar uma pecuária "ecológica, social e
ética", trazidas pelo Atlas, serão discutidas no evento de lançamento,
que contará com a presença de representantes das ONGs Repórter Brasil,
FASE, e do programa de Justiça Socioambiental da Fundação Heinrich Böll
Stiftung.
https://www.brasildefato.com.br/2016/09/29/atlas-da-carne-lancado-nesta-quinta-relaciona-producao-industrial-e-desigualdade/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O comentário será analisado para eventual publicação no blog