Para profa.
Maria do Socorro Sousa Braga, cientista politica da Ufscar, presença de governo
ilegitimo, de certa forma, sustenta parte da classe política envolvida em atos
ilícitos. Sua queda poderia levar boa parte de parlamentares neste movimento
por Eduardo Maretti, da RedeBrasil Atual – Sociedade e Autoridades Sem Rumo no Brasil
Foto reprodução/TV
Câmara
"Eles querem passar as reformas a qualquer
custo, mas não tem condição", diz professora da Ufscar
O momento a que chegou o país, no
processo que culminou com as mobilizações do Ocupa Brasília,
reflete a situação que vive um governo sem nenhuma capacidade de funcionar. “É
um governo que quer passar as medidas a qualquer custo, e a oposição tenta
segurar, dada a ilegitimidade concretizada nas últimas semanas, a partir do
momento em que se soube que o presidente Michel Temer está envolvido nisso
tudo. Vivemos a expressão da situação a que o Brasil chegou. A classe política
está encurralada”, diz a cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da
Universidade Federal de São Carlos (Ufscar).
Para a professora, a permanência de Temer na
presidência vai depender da pressão. “É difícil prever porque ele tem apoio de
uma parte da classe política que sabe que, se ele sai, pode ser preso. Não acho
que ele sai por renúncia.”
A capitulação de Temer no atual momento poderia
levar diversos políticos de roldão, acredita a analista. “Porque a presença
dele, de certa forma, sustenta parte dessa classe política envolvida em atos
ilícitos.”
Ela observa que o Congresso Nacional está “pegando
fogo”, em referência à tentativa do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
aliado de Temer, de prosseguir com a votação das reformas e medidas do governo.
“Eles querem passar as reformas a qualquer custo. Mas não tem condição de dar
continuidade a essas reformas”, afirma Maria do Socorro.
Em discurso na Câmara na tarde desta quarta-feira
(24), a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) protestou contra a tentativa
de Maia de conduzir uma sessão na Casa como se nada estivesse ocorrendo em
Brasília. Ela denunciou a repressão contra manifestantes e
parlamentares. “Mais de 100 parlamentares nas ruas foram
vítimas de violência. Encaminhe (a sessão) pela excepcionalidade dos problemas
no Brasil. Não há clima para deliberações normais”, disse a parlamentar,
dirigindo-se a Maia.
A deputada citou uma frase de Ulysses Guimarães,
que comandava a Câmara à época da promulgação da Constituição de 1988. “Quando
querem impedir a palavra do povo, isto é que é grave”, disse. “Estão condenando
Ulysses como a ditadura fez. Querem construir uma nova ditadura.”
O clima na Câmara dos Deputados está tenso. Maria
do Rosário pediu que Rodrigo Maia exerça um papel institucional. Mas a sessão
continuou. “Vossa excelência não pode ser preposto do governo Temer. Aja como
instituição, como Câmara dos Deputados, como é da altura dos grandes que
ocuparam esta casa.” Por volta das 17h, Maia suspendeu a sessão por 30 minutos,
depois de reconhecer que solicitou a segurança das Forças Nacionais.
Maia convidou as lideranças dos partidos a irem a
seu gabinete para esclarecer as versões sobre a presença das Forças Armadas na
Esplanada dos Ministérios. Deputados da oposição denunciaram que intervenção de
forças federais tinha sido pedida pelo presidente da Câmara.
“Eu pedi ao governo a intervenção da Força Nacional
para a proteção dos manifestantes, dos servidores e do patrimônio público. Se o
governo decidiu pelo envio de tropas das Forças Armadas foi em razão do que
avaliou pelo já ocorrido”, afirmou Maia.
“Parte da população está em casa e assiste de
camarote. E a outra acredita que indo para a rua é capaz de mudar e não deixar
quem está no poder continuar as reformas”, diz Maria do Socorro, da Ufscar.
http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2017/05/classe-politica-esta-encurralada-diz-analista
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