Truculência da repressão de um governo ilegítimo a manifestantes e
edição de decreto autorizando uso das Forças Armadas repercutiu no Superior Tribunal
Federal, onde ministro surpreendido Marco Aurélio afirmou: "Espero que a notícia
não seja verdadeira"
por redação
da Rede Brasil Atual – Sociedade e Manifestação dos Movimentos Sociais em
Brasilia
Foto Nunah Alle / Mídia NINJA
"Capital do Brasil precisa reaaprender a receber os brasileiros que para cá se dirijam em busca de seus direitos", diz advogada ativista
"Capital do Brasil precisa reaaprender a receber os brasileiros que para cá se dirijam em busca de seus direitos", diz advogada ativista
A repressão do governo ilegítimo com Michel
Temer a frente, aos manifestantes nesta data de 24 de maio em
Brasília, levou muitas pessoas atingidas por balas de borracha e estilhaços de
bomba com efeito moral, entre outros artefatos, a hospitais da capital federal.
“Os hospitais estão lotados de jovens, senhores e senhoras. Tivemos bem mais de
100 mil pessoas, entre 150 mil e 170 mil pessoas, recebidas com balas, bombas,
cassetetes. O povo deste país foi recebido na sua capital com uma agressividade
e hostilidade sem precedente. Nunca vimos um caso tão sério como essa
manifestação de hoje.” O relato é da advogada ativista Graça Pacheco.
Ao longo do dia foi divulgada a notícia de que
Temer editou um decreto pelo qual “autoriza o emprego das Forças Armadas para a
garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal”. A determinação é válida entre
24 a 31 de maio de 2017.
A informação repercutiu no Supremo Tribunal Federal
(STF). Segundo relatos, pouco antes de proferir voto em um julgamento, o
ministro Marco Aurélio Mello interrompeu a discussão e falou sobre a informação
do decreto de Temer e da truculência contra manifestantes. “Presidente, voto um
pouco preocupado com o contexto e eu espero que a notícia não seja verdadeira.
O chefe do Poder Executivo teria editado um decreto autorizando o uso das
Forças Armadas no Distrito Federal no período de 24 a 31 de maio”, teria dito
Marco Aurélio, que pediu vista do processo em seguida.
A advogada Graça Pacheco descarta o eventual
argumento de que as forças de repressão reagem contra grupos violentos de
manifestantes agressores. “A questão não é essa. Pessoas pacificamente se manifestando
foram atingidas por balas. São várias pessoas feridas, machucadas, até correndo
risco de vida.”
A advogada ativista afirma que a Frente Brasil de
Juristas presta assistência e faz acompanhamento das manifestações, na
tentativa de que o manifestante abordado, detido ou que é conduzido à
delegacia, seja tratado dentro da legalidade e tenha seus direitos respeitados.
“A capital do Brasil precisa aprender a receber os brasileiros que para cá se
dirijam em busca de seus direitos e para fazer uma manifestação legítima”, diz
a advogada.
Segundo o relato do secretário-geral da CUT,
Sérgio Nobre, a violência foi despropositada e “faz lembrar
os piores tempos da ditadura”. "Mal a marcha chegou ao parlamento e já
começou a ser reprimida com bombas em mulheres, crianças e trabalhadores que
estão aqui só para defender seu direito de trabalhar livremente, ter seu direito
trabalhista garantido, o acesso à Previdência”, disse o dirigente.
http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2017/05/povo-foi-recebido-na-sua-capital-com-uma-agressividade-sem-precedente
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