No Brasil, por exemplo, um pouco menos da metade da população ainda não tem acesso, no mundo ainda são 4 bilhões de pessoas que são possuem internet, relata o pesquisador Samuel Lima da UFSC
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De acordo com o projeto de pesquisa “Donos da Mídia”,
o grupo Abril possui 74 veículos de comunicação, e a Globo tem 69.
Focando na área de radiodifusão, três conglomerados nacionais e cinco
grupos regionais midiáticos atingem quase 100% do território brasileiro.
Atualmente, a mídia brasileira é controlada por sete famílias e essas
empresas controlam cerca de 90% da receita publicitária pública e
privada. Além disso, a pesquisa também revelou que políticos estavam
ligados, direta ou indiretamente, em negócios com 324 empresas de
comunicação.CONFIRA ESSES E OUTROS DADOS NA PESQUISA DONOS DA MÍDIA
Para o professor do curso de Jornalismo
da UFSC, Samuel Lima, a concentração de mídia não caminha na direção da
qualidade nem dos valores democráticos da sociedade contemporânea.
“Temos o exemplo da RBS, você analisa a qualidade geral é de chorar.
Temos exceções é evidente, mas qual é a visão que está norteando quem
está a frente da empresa?”, questiona. Ele explica que o modelo diz
muito, pois na medida que não se tem concorrência, acaba se impondo ao
público uma determinada visão e ponto de vista.
Para o professor do Departamento de
Sociologia Política da UFSC, Jacques Mick, o monopólio é sempre um
problema. “Um exemplo regional é o jornal “A Notícia” há 10 anos ele foi
transformado deixou de ser familiar para fazer parte de um conglomerado
mídia. Isso resultou em corte de 70% do quadro de funcionários e ficou
um jornal que atende apenas uma pequena parcela da comunidade, diferente
de antigamente”, conta.
O professor do curso de Jornalismo da
UFSC, Rogério Christofoletti, diz que concentração de mídia influencia
indiretamente no atual momento do jornalismo. Ele explica que o público
se frustra com a redução de informação e pluralidade, e que isso
influencia diretamente na credibilidade do jornalista. Ele aponta a
internet como uma boa alternativa para democratização de mídia, mas ela
não é a única. “Ela é um caminho, mas é necessário não abandonar outras
frentes tradicionais”, explica.
Samuel Lima, pesquisador na UFSC problematiza a internet
dizendo que ela precisa ser universalizada. No Brasil, por exemplo, um
pouco menos da metade da população ainda não tem acesso, no mundo ainda
são 4 bilhões de pessoas ainda são possuem internet. “Há limites para
esse crescimento. Determinados países talvez não chegam a universalizar,
são milhões de pessoas sem energia”, diz.