No total,
são cinco as medidas provisórias que tratam do atendimento às reivindicações
dos caminhoneiros. Os deputados e senadores concordam que tais matérias sejam
apreciadas com celeridade
por Hylda Cavalcanti da Rede Brasil Atual
Fernando
Frazão/ABr
Após greve dos caminhoneiros,
governo Temer ofereceu solução que penaliza programas sociais, em vez de repensar
política de preços da Petrobras
A semana
no Congresso será marcada, a partir desta terça-feira (12), pela discussão dos
deputados e senadores sobre as Medidas Provisórias (MPs) publicadas pelo
governo Temer no último dia 31, que tratam de adequar o Orçamento para que a
União banque a redução do preço do óleo diesel. As MPs já
entraram em vigor até que sejam votadas pelo Legislativo. Mas parlamentares da
oposição afirmam que vão trabalhar para fazer alterações que não
representem repasse desta conta para os trabalhadores. "Somos a
favor da redução do preço do óleo diesel e também da gasolina e do gás de
cozinha, mas não permitiremos que essa redução seja feita do jeito como foi
proposto pelo Executivo", afirmou o líder do PT, Paulo Pimenta (RS), ao
comentar a questão.
Pimenta
disse que a oposição está com um grupo atuante de parlamentares participando
das comissões especiais criadas para apreciar estas matérias e à frente das
discussões. Afirmou ainda, que serão
oferecidas outras alternativas em contraponto ao que foi proposto por estes
textos.
"Não
aceitamos deixar, por exemplo, que sejam retirados recursos destinados no
orçamento para áreas sociais quando temos em vigor a MP do trilhão,
que beneficia as grandes empresas de petróleo. São estas grandes empresas que
vão ter de ajudar a fechar essa conta", disse o líder.
Pimenta
se referiu, com a declaração, ao texto (lei de conversão de MP) que concede
benefícios fiscais para empresas petrolíferas que atuarão em blocos de
extração de petróleo.
Apelidado
de "MP do Trilhão" – por impor perdas dessa ordem à União nos
próximos 25 anos, em decorrência da isenção fiscal, conforme análise de
especialistas eo setor – o texto isenta de taxas de importação, máquinas,
projetos e serviços sob responsabilidade de empresas estrangeiras com
interesses nos campos de petróleo.
Planos de trabalho
Ficou
acertado de nesta semana serem apresentados os planos de trabalho de cada
comissão e, também, os requerimentos com pedidos
de audiência pública a serem realizadas com técnicos, economistas, acadêmicos e
entidades diversas da sociedade civil.
Em
relação ao preço do frete dos caminhões, tema que suscitou confusão na última
sexta-feira e que é alvo de outra MP, os parlamentares defendem que seja
discutida a possibilidade de regulação destes valores.
"Sabemos
que tem que haver regulação no mercado de frete brasileiro, mas isso causa
urticária em alguns liberais fundamentalistas", afirmou o deputado
Henrique Fontana (PT-RS).
"Se
a gente sabe quanto custa o diesel, o pedágio, a remuneração do motorista e
quantas horas ele tem que trabalhar, como é que nós não vamos determinar um
valor mínimo que garanta a viabilidade para essa atividade?", questionou o
deputado.
Já no
tocante à MP que altera a Lei do Caminhoneiro para estender para as rodovias
estaduais, distritais e municipais a dispensa de pagamento de pedágio do eixo
suspenso de caminhões (caminhões vazios), uma das questões a ser discutida é a
resistência dos estados e municípios para manter a cobrança nos pedágios.
"Na
minha opinião esta é uma cobrança indevida, porque os pedágios cobram por algo
que não gera deterioração no pavimento. É um pleito legítimo dos caminhoneiros,
mas temos de discutir e conversar com estes prefeitos e governadores e
apresentar argumentos bem fundamentados a partir das audiências a serem
definidas com técnicos do setor", disse o presidente da comissão especial
que vai apreciar a matéria, deputado Sandro Alex (PSD-PR).
No total,
são cinco as medidas provisórias que tratam do atendimento às reivindicações
dos caminhoneiros. Os deputados e senadores concordam que tais matérias sejam
apreciadas com celeridade, até mesmo em função do prazo de funcionamento do
Congresso, que deve entrar em recesso branco a partir do segundo semestre, em
função do período eleitoral.
Muitos
querem incluir, inclusive, entre os convocados para as audiências públicas,
dirigentes da estatal e o próprio ex-presidente Pedro Parente – autor da
política atual de preços da companhia, que pediu demissão recentemente.
http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2018/06/oposicao-quer-tirar-dos-trabalhadores-o-peso-da-conta-da-reducao-do-diesel
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O comentário será analisado para eventual publicação no blog