Há um movimento orquestrado
para privatizar universidades, diz professor da Unesp
Presidente
da Adunesp (Assoc. dos Docentes
da Univ. Estadual Paulista) João Chaves avalia que Future-se proposto
pelo MEC e ações realizadas nas instituições estaduais visam o mesmo fim:
privatizar universidades brasileiras
por redação Rede Brasil Atual
- Sociedade e Autoridades
Federais Sem Rumo Pós-Golpe 2018
Foto RBA
Para o presidente da Adunesp João
Chaves , ideia dos governos atuais é alinhar as universidades com os interesses
do mercado
O presidente da Associação dos Docentes da
Universidade Estadual Paulista (Adunesp), João Chaves, observa que existe uma
movimento coordenado no país para privatizar universidades públicas, estaduais
e federais. Em entrevista à Rádio Brasil Atual,
Chaves alerta que a ação pode destruir o desenvolvimento acadêmico e
tecnológico no país.
“Tanto o Future-se
quanto as iniciativas que estão sendo tomadas no estado de São Paulo, de
asfixia financeira das universidades, e as medidas que estão sendo tomadas por
alguns reitores, caminham na mesma direção. Ocorre que, em nenhum lugar do
mundo, as universidades importantes são financiadas pela iniciativa privada”,
afirmou.
Para Chaves, a ideia de financiar universidades por
investimentos da iniciativa privada – na prática, privatizar universidades
– pode ser um desastre para o desenvolvimento científico e do pensamento
crítico, já que a pesquisa acadêmica é muito mais ampla que os interesses dos
investidores.
“Existem interesses, linhas de pesquisa, que não
tem objetivo imediato de lucro, o que é fundamental para a iniciativa privada.
Universidade e mercado não podem caminhar na mesma direção, ter a mesma lógica
de funcionamento”, diz o presidente da Adunesp.
Apesar de todos os problemas de subfinanciamento e
das atuais ações de perseguição contra professores e estudantes, o Brasil é um
dos maiores produtores de artigos científicos do mundo, na avaliação do
professor. “O Brasil é o 13º país na produção de artigos acadêmicos. Está à
frente, por exemplo, da França, da Suécia, da Holanda, da Turquia. Isso não é
pouca coisa. Entre as 100 universidades brasileiras que mais produzem, as três
paulistas são as primeiras. E elas produzem hoje, cerca de 30% de toda produção
acadêmica nacional”, afirmou, argumentando contra a ideia de privatizar
universidades.
No caso das perseguições, João Chaves destaca a
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada na
Assembleia Legislativa de São Paulo, que oficialmente deve
analisar os gastos das instituições, mas tem servido de palanque a perseguições
ideológicas.
“Preocupa muito a CPI porque ela tem se pautado por
um conjunto de ataques às universidades. A maior parte dos deputados que a
compõem tem pouco entendimento do que são essas universidades. Há também um
tratamento, para dizer o mínimo, deselegante com os reitores, os pró-reitores,
enfim, as pessoas que têm ido prestar depoimento à CPI. Isso é lamentável”,
afirmou.
Para ouvir a entrevista completa com João Chaves, acessar:
https://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2019/09/privatizar-universidades-adunesp/
https://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2019/09/privatizar-universidades-adunesp/
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