Orçamento do MEC regride
uma década com Bolsonaro e Weintraub pós-golpe 2018
Redução
dos investimentos e despesas cotidianas no orçamento do MEC vai da educação
básica à universidade e contradiz discurso de campanha do presidente perdido
por redação do portal Rede
Brasil Atual - Sociedade e Autoridades
Federais Sem Rumo Pós-Golpe 2018
Valter
Campanato/Agência Brasil
Bolsonaro e Weintraub vão
devastar a educação em todos os níveis (básico, secundário e superior) com os
cortes no orçamento em 2020
O corte
no orçamento do Ministério da Educação (MEC) previsto para 2020 vai fazer a
área regredir 10 anos em disponibilidade de recursos. Os R$ 15,73 bilhões
previstos para investimentos e despesas cotidianas – energia, segurança,
alimentação, transporte – são equivalentes ao investido no ano de 2010: R$
15,33 bilhões. O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro da
Educação, Abraham Weintraub, consolidam assim a redução de
recursos para a educação que já praticaram esse ano, com
graves consequências para o país. O levantamento sobre o orçamento do MEC foi
feito pela liderança do PT no Senado Federal.
Durante os governos de Luiz Inácio Lula da Silva
(2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016), o orçamento do MEC apresentou uma
evolução constante, e incrementou políticas de inclusão por meio da ampliação
de matrículas em escolas públicas e privadas. E expandiu o número de vagas e
cursos em universidades federais.
Em 2014,
o orçamento para investimentos e despesas cotidianas chegou a quase R$ 32
bilhões. Com isso, o país saltou de 45 universidades públicas em 148 campi, em
2003, para 63 universidades em 321 campi, em 2014. No começo do governo Lula,
500,4 mil universitários estavam matriculados na graduação. Em 2014, o número
chegou a 932,2 mil.
Em 2020,
o valor total repassado ao orçamento do MEC será 18% menor do que
em 2019, caindo de R$ 122 bilhões para R$ 101 bilhões.
Nessa redução, a educação básica – que atende crianças e adolescentes – vai ser
afetada, contradizendo o discurso eleitoral de Bolsonaro de gastar menos no
ensino superior para investir nos anos iniciais do ensino. Os valores para
Apoio à Infraestrutura para a Educação Básica passam de R$ 606 milhões para R$
230 milhões, um corte de 62%.
MEC e Universidades
No caso das
universidades, o corte geral é de 7,4%. Mas algumas universidades terão cortes
maiores. Como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que vai ter
redução de 24% da sua verba em relação a esse ano. A instituição já tinha
sofrido um corte de 30% – como as demais instituições federais – esse ano e
anunciou que vai ter dificuldades de manter suas atividades até o final do ano.
A
estimativa é a mesma para a Universidade Federal de Brasília (UnB). O Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que
elabora o Enem, terá sua verba reduzida em 30%, de R$ 1,5 bilhão para R$ 1,1 bilhão.
No caso
da pesquisa, o orçamento da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) vai cair quase 50%:
de R$ 4,2 bilhões, em 2019, para R$ 2,2 bilhões, em 2020. Os cortes ocorridos
esse ano levaram ao corte de cerca de 6 mil bolsas da graduação, mestrado,
doutorado e pós-doutorado.
https://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2019/10/orcamento-mec-2020/
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