Enquanto
Caixa e BB já esgotaram suas cotas, instituições privadas boicotam em oferecer
créditos pelo Pronampe
por redação Rede Brasil Atual – Sociedade e Luta por
Economia com Justiça
SPBancários
Habilitado
a emprestar pelo Pronampe, Itaú ainda não efetuou nenhuma operação
Enquanto
o Banco do Brasil e a Caixa já emprestaram R$ 6,9 bilhões para micro e pequenas
empresas, os bancos privados demonstram resistência para aderir ao Programa
Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
Nesta quinta (9), as duas instituições públicas anunciaram mais R$ 2,3 bilhões
para esta linha de crédito.
Os
recursos emprestados pelo programa são garantidos pelo Fundo Garantidor de
Operações (FGO), do Tesouro Nacional. O governo se dispõe a cobrir até 85% das
perdas totais em casos de inadimplência. Ainda assim, os bancos privados
utilizam o argumento da falta de garantias das empresas como justificativa para
não disponibilizar o crédito pelo Pronampe.
O Itaú
Unibanco e o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) já foram
habilitados para oferecer crédito pelo Pronamp, mas ainda não formalizaram
nenhuma operação. O Santander afirmou que deve aderir ao programa a partir do
mês que vem. Já o Bradesco disse que também deve participar, mas ainda sem data
definida para começar a operar. Outras 20 instituições manifestaram interesse,
mas ainda analisam as condições.
Para a
coordenadora de pesquisas do Dieese, Patrícia Pelatieri, os bancos privados não
cumprem o papel esperado no enfrentamento da crise econômica decorrente da
pandemia. Em vez de contribuírem para o financiamento das atividades
produtivas, “concentram renda, registram lucros enormes e selecionam para quem
vão emprestar”.
Aglomeração de Bancos causam estragos na economia
Em
entrevista a Glauco Faria no Jornal Brasil
Atual,
nesta sexta-feira (10/07), Patrícia destaca que os cinco maiores bancos do país
(dois públicos e três privados) registraram lucro recorde de R$ 108 bilhões em
2019. No primeiro trimestre deste ano, com a economia estagnada e ainda antes
da pandemia, o lucro somado foi de R$ 18 bilhões. Apesar da crise, as taxas de
inadimplência seguem em torno de 3%, dentro da média mundial.
Enquanto isso, dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, para o trimestre
encerrado em maio, mostram que o número de trabalhadores por conta própria teve
redução de 8,4%. Ao todo, 2,062 milhões de pessoas que deixaram de empreender,
a maioria formada por microempreendedores individuais (MEIs). Nesse período,
também houve a redução de 377 mil empregadores. Em grande medida, são pequenas
empresas que já fecharam seus negócios, em função da queda nas vendas e das
dificuldades no acesso ao crédito.
Publicação
Brasil de Fato: 10/07/2020
Fonte: https://www.redebrasilatual.com.br/economia/2020/07/bancos-privados-pronampe-empresas/
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