A falácia do PIX e os lucros dos pagamentos revelados
por Esmael Morais em seu blog – Sociedade e O Mercado é um Cassino que Não Pode Falir
Figura: a falácia do PIX e os mistérios dos pagamentos digitais
Durante as eleições presidenciais de 2022, o candidato derrotado alardeava ser o criador do PIX.
Através deste texto, procura-se desvendar as pequenas letras por trás desse método de pagamento bancário instantâneo, de uma forma que poucos escreveram sobre o mercado financeiro privado e público.
É um processo bancário que poucos conseguem
entender.
Imagine alguém pegando uma nota de cinquenta reais
para pagar suas compras em uma mercearia próxima.
O dono da mercearia, por sua vez, utiliza a mesma
nota para adquirir produtos de um vendedor de sorvetes.
O sorveteiro, por sua vez, repassa a mesma nota ao
posto de gasolina para abastecer seu veículo.
Após 20 ou 30 transações financeiras, a nota de
cinquenta reais continua valendo exatamente o mesmo valor.
Agora, se em vez de usar dinheiro vivo, você opta
por pagar o dono da mercearia com um cartão de crédito ou débito. Assim, uma
porcentagem é destinada ao banco ou que os economistas gostam de dizer spreed.
O mesmo ocorre quando o dono da mercearia efetua o
pagamento ao padeiro com cartão, e assim por diante.
Após 20 ou 30 transações realizadas com cartões, os
cinquenta reais simplesmente desaparecem das mãos das pessoas, migrando
inteiramente para o sistema bancário, através dos spreed’s.
Portanto, há uma evidente concentração de renda nas
mãos dos poucos banqueiros ou sistema financeiro, se preferir ou o tal do
mercado.
Isso nos explica por que os bancos estão tão
ansiosos para eliminar o dinheiro em espécie e digitalizar tudo.
Além desta ciranda ou que alguns agora chamam de
pirâmide, os bancos com os pix’s conseguem diminuir o pessoal, pois as transações
bancárias ou pagamentos são totalmente digitais, diferente da circulação de
dinheiro que obrigatoriamente tem que passar nas mãos das pessoas, além da
economia dos bancos em segurança.
Agora, voltando ao PIX…
De acordo com o
Banco Central, o PIX movimentou R$
10,9 trilhões em 2022.
Ou seja, meia dúzia de banqueiros podem ter lucrado
entre 330 e 500 bilhões de reais do montante movimentado.
A título de comparação, os orçamentos da saúde e da
educação para este ano somam apenas 300 bilhões de reais.
Revelando as
intrincadas taxas do PIX
O PIX, em sua maioria, oferece transferências gratuitas.
No entanto, há situações em que os bancos podem
impor taxas sobre essas transações.
Desde 2020, o Banco Central autoriza tal cobrança,
deixando para as instituições financeiras a definição das regras e valores.
Quando pode haver cobrança?
Pessoas jurídicas são o principal alvo.
A taxação pode ocorrer tanto ao realizar quanto ao
receber um PIX, pois a transação é categorizada como uma compra.
O Banco Central não estipula uma tarifa fixa ou um
limite, deixando a cargo dos bancos determinar o quanto e se vão cobrar.
Por outro lado, pessoas físicas, micro-empreendedores
individuais (MEIs) e empresários individuais (EIs) podem realizar ou receber
PIX gratuitamente.
A cobrança entra em vigor apenas se a pessoa:
1. Optar
por atendimento presencial (incluindo telefone) quando meios eletrônicos
estiverem disponíveis para efetuar o PIX;
2. Receber
mais de 30 PIX por mês (a cobrança inicia a partir do 31º);
3. Receber
PIX por meio de um código QR dinâmico;
4. Receber
PIX por meio de um código QR de pessoa jurídica;
5. Receber PIX em uma conta definida em contrato como de uso estritamente comercial.
Abaixo, você confere os custos das transferências PIX para pessoas jurídicas em sete das principais instituições financeiras do Brasil:
Bradesco: O
Bradesco cobra tarifas de pessoas jurídicas conforme determinado pelo Banco
Central. Os valores podem ser encontrados no site do banco e nas agências.
·
Envio de PIX: 1,4% do valor transferido (mínimo de
R$ 1,65, máximo de R$ 9)
·
Recebimento de PIX: 1,4% do valor recebido (mínimo
de R$ 0,90, máximo de R$ 145)
Itaú Unibanco: O Itaú aplica tarifas diferentes para transferência e recebimento de PIX por pessoas jurídicas.
·
Envio de PIX: 1,45% do valor transferido (mínimo de
R$ 1,75, máximo de R$ 9,60)
·
Recebimento de PIX: 1,3% do valor recebido (máximo
de R$ 150 para transações nas maquininhas ou QR code estático; para QR code
dinâmico, há um mínimo de R$ 1).
Assim como no BB, os clientes PJ do Itaú têm
direito a uma quantidade limitada de transferências gratuitas via PIX, variando
conforme o perfil da conta.
O banco destacou que as tarifas “são aplicadas
apenas às empresas e não sofreram aumento desde sua implementação no final de
2020.”
Nubank: No
Nubank, as transações via PIX são gratuitas para pessoas jurídicas.
PagBank: As transferências via PIX no PagBank, do Grupo UOL, também são gratuitas para pessoas jurídicas.
Santander: O Santander cobra tarifas de pessoas jurídicas, exceto MEIs e EIs, quando realizam PIX. MEIs e EIs são sempre isentos de tarifas para enviar ou receber PIX por meio de um QR Code estático. Quando há cobrança, os valores variam de acordo com a natureza da transferência e o tipo de QR code utilizado (se aplicável).
·
Envio de PIX: 1,4% do valor transferido (mínimo de
R$ 1,75, máximo de R$ 9,60)
·
Recebimento de PIX via QR code estático ou
dinâmico: R$ 6,54
· Recebimento de PIX via Checkout ou GetNet: 1,4% do valor recebido (mínimo de R$ 0,95)
Caixa Econômica
Federal: Tanto pessoas físicas quanto jurídicas podem
realizar ou receber PIX gratuitamente no banco. A cobrança de tarifas por parte
de pessoas jurídicas, inicialmente prevista para 19 de julho, foi suspensa por
decisão de Lula. O banco alegou que a decisão de cobrar pelo serviço estava
planejada desde o ano anterior, mas não foi implementada devido à necessidade
de ajustes nos sistemas internos.
Banco do Brasil: Clientes pessoas jurídicas (exceto MEIs e EIs) podem ser tarifados toda vez que efetuam um PIX manualmente ou por chave PIX. Todas as contas PJ do BB incluem um número limitado de transferências PIX gratuitas, variando de três a 20 PIX por mês, dependendo do tipo de conta. Além desse limite, as taxas são as seguintes:
·
Envio de PIX: 0,99% do valor transferido (mínimo de
R$ 1, máximo de R$ 10)
Recebimento de PIX: 0,99% do valor recebido (máximo
de R$ 140)
É importante destacar que o Banco Central definiu
um limite de 30 transações gratuitas para MEIs e EIs, após o qual tarifas podem
ser aplicadas.
Através de uma
velha expressão popular é lembrado ao usar o PIX, cartão de crédito ou cartão
de débito:
“Não existe essa coisa de almoço grátis“.
Moral do PIX : é uma enganação sem igual, uma picaretagem no mercado financeiro, que atenta contra a economia popular, além de possibilitar a apropriação do dinheiro pelos bancos privados e públicos.
Publicado no blog
do Esmael: 9 de setembro de 2023
Fonte: https://www.esmaelmorais.com.br/a-verdade-sobre-o-pix-e-os-pagamentos-online-que-ninguem-nunca-te-contou/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
O comentário será analisado para eventual publicação no blog