A lei trabalhista de
Temer e golpistas, que entrou em vigor no dia 11 de novembro, deu aos
empresários um poder sem limites, um poder absoluto de fazer e desfazer da vida
dos trabalhadores e das trabalhadoras sob o regime da CLT.
por Vagner Freitas para 24/7 – Sociedade e Reforma da CLT por Gopistas
Entre as mudanças aprovadas por este Congresso Nacional
corrupto, liderado por Temer, está o direito de as empresas poderem fazer um
termo de quitação anual.
Sabe o que isso significa? A cada ano de trabalho, o setor de
cada empresa ou RH vai chamar o trabalhador ou a trabalhadora para assinar o
chamado "Termo de Quitação Anual", que nada mais é do que um
comprovante de que o/a trabalhador/a recebeu tudo que tinha direito naqueles 12
meses, como salários, 13° salário, férias, PLR etc.
O trabalhador que assinar o termo de quitação não poderá
reclamar na Justiça Trabalhista caso descubra que no período foi desrespeitado
algum direito, como por exemplo, a empresa não depositou o FGTS em sua conta
individual, ou não pagou as horas extras devidas.
Agora, deve-se estar pensando: e daí, como eu saio dessa?
Não é possível deixar intimidar a classe trabalhadora. Se o
trabalhador não quiser, não assina, mas pode ser demitido.
A nova Lei trabalhista prevê isso. Lá diz que o Termo de
Quitação é facultativo.
Se, sozinho e com a pressão do patrão ele conseguir ter
tranquilidade para analisar e descobrir irregularidades no termo, o que será
muito difícil, ele pode pedir para a empresa tomar providências e correr o
risco de ser demitido.
Não é mais novidade que a nova lei trabalhista de Temer
beneficiou os patrões mais conservadores e gananciosos e legalizou a exploração
no mercado de trabalho brasileiro. O que poucos prestaram atenção é na extensão
das maldades. O Brasil voltou a escravidão e à servidão humana no trabalho.
Para Temer e os deputados aliados ao seu governo golpista e
ilegítimo, não bastava jogar no lixo 100 itens da CLT que protegiam os
trabalhadores e as trabalhadoras de empresários inescrupulosos. Era fundamental
dar a essa turma de empresários segurança jurídica para explorar, enganar,
intimidar e impedir que os sindicatos agissem para combater a má-fé, o ataque
aos direitos adquiridos, o não pagamento de direitos, os depósitos ao INSS e ao
FGTS.
Hoje, para garantir os direitos a transparência, a homologação
das rescisões de contratos de trabalho com no mínimo um ano de registro em carteira
deve ser feita no sindicato, com a presença da empresa e do trabalhador.
Qualquer problema, como o não recebimento de valores corretos de verbas
rescisórias, o trabalhador acionava a Justiça do Trabalho, mesmo que tivesse
assinado acordo entre as partes. Isso porque, a lei vetava tudo que
significasse perda para o trabalhador, independentemente de ter assinado. A lei
se sobrepunha ao acordo manipulado pelos patrões.
A partir do próximo dia 11 de novembro, não é mais obrigatório
homologar no sindicato, mesmo que você tenha mais de um ano de registro. E
ainda existe a brecha para que a Justiça do Trabalho aceite acordos
extrajudiciais de rescisão contratual, assinados entre patrões e empregados.
Com a nova lei, o trabalhador também vai negociar sozinho sua
demissão, checar o termo de rescisão para ver se as contas estão certas, se
tudo está sendo pago e formalizar o desligamento na sede da própria empresa. E
ao assinar o acordo, ao invés de 40% da multa do FGTS receberá 20%, a sua conta
individual do FGTS também será tungada em 20% e ele só poderá sacar 80% do que
tiver depositado. Ah, o aviso prévio também será pela metade e, para piorar, ao
assinar o acordo perderá o direito ao seguro-desemprego.
É ou não é uma barbárie?
Só tem uma saída: resistir, lutar pela anulação da reforma,
ocupar as ruas, denunciar as barbaridades contidas na lei, se organizar nos
locais de trabalho, procurador o seu sindicato e agir coletivamente. Sozinhos somos
fracos, juntos somos fortes.
No dia 10 de novembro, os sindicatos foram às ruas de todo o
país, protestando e denunciando o desmonte da CLT, os ataques à aposentadoria e
ao combate ao trabalho escravo. A CUT também está fazendo uma Campanha Nacional
pela Anulação da Reforma Trabalhista. Quando for alcançado 1,300 milhão de
assinaturas necessárias, será apresentado ao Congresso Nacional um Projeto de
Lei de Iniciativa Popular para anular essa reforma do governo gopista.
https://www.brasil247.com/pt/colunistas/vagnerfreitas/326772/%C3%89-a-barb%C3%A1rie-desmonte-da-CLT-acaba-com-prote%C3%A7%C3%A3o-ao-trabalhador.htm
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