Na
Organização Internacional do Trabalho (OIT) itens da reforma trabalhista são
vistas como uma medida anti-sindical, que constrange o trabalhador e pode tirar
da base da empresa quem escolher ter vínculo com o sindicato
por redação
Rede Brasil Atual – Sociedade e Golpe 2016
Dieese
lembra que só através dos sindicatos o trabalhador conseguiu alcançar seus
direitos
São Paulo
– No primeiro trimestre, as entidades sindicais perderam 80% de suas receitas e
arrecadaram R$ 34,6 milhões. Em igual período de 2017, segundo dados do
Ministério do Trabalho, os sindicatos haviam recebido R$ 170 milhões. De acordo
com o Dieese, a queda se dá pela "reforma" trabalhista e o fim
da obrigatoriedade do imposto sindical.
O diretor
técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, afirma que a contribuição sindical
é a coluna vertebral do movimento e a nova legislação fragiliza as entidades.
"A partir de agora, com a lei, os trabalhadores não têm mais o imposto
descontado e quem quiser contribuir deve fazer individualmente. Isso é visto na
Organização Internacional do Trabalho (OIT) como uma medida antissindical, que
constrange o trabalhador e pode tirar da base da empresa quem escolher ter
vínculo com o sindicato", explica, em entrevista à jornalista Marilu
Cabañas, na Rádio Brasil Atual.
Para
Clemente, essa fragilização
tem como objetivo barrar a resistência dos trabalhadores na retirada de direitos
e retrocessos previstos na nova legislação trabalhista promovida pelo governo
Temer. Ele acrescenta que o momento exige que o empregado se sindicalize.
"Se
o trabalhador não tiver a clareza que o sindicato é seu escudo de proteção, a
lei auxilia na quebra dessa coluna. O momento é do trabalhador observar o
jogo que o setor empresarial faz e estar junto do sindicato. Se tem alguma
crítica à entidade, vai na assembleia ou na diretoria reclamar, mas precisa
estar junto ao sindicato", diz Clemente.
O diretor
técnico do Dieese lembra que só por meio da ação dos sindicatos foi possível
obter conquistas no passado. "Veja se o trabalhador prefere ganhar o piso
da categoria ou o salário mínimo, ou escolher entre a hora extra e adicionais
ou o que está na lei. Um estudo do Banco Mundial mostra que os países sem
sindicatos fortes são sociedades mais desiguais, ou seja, no mundo todo os
sindicatos aumentam o padrão de direitos e de proteção social."
http://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2018/05/com-reforma-trabalhista-sindicatos-perdem-80-das-receitas-no-1o-trimestre
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