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6.27.2014

Perdemos uma genial mulher de visão: Rose Marie Muraro


Luiz Alberto Gómez de Souza - Adital - Sociedade
Rose Marie Muraro partiu. Mulher fora de todos os parâmetros, lúcida, implacável e sempre atualizada, leitora incansável, superando as limitações de sua visão ("nasci quase cega”). Infatigavelmente acompanhando os temas emergentes e abrindo novos e surpreendentes horizontes. Nos anos sessenta reformulou, com Leonardo Boff, a Editora Vozes e transformou uma insossa revista franciscana, na então moderna Painel Brasileiro. Ali tive minha coluna internacional, com Alceu Amoroso Lima, Heloneida Studart e tantos outros. Durante anos lutara pelo feminismo, na sua Editora Rosa dos Tempos. Em Seis meses em que fui homem (Rosa dos Tempos, 1990), candidata a deputado, denunciava uma maneira de fazer política masculina e excludente. Com Leonardo Boff escreveu, Feminino e Masculino: uma nova maneira de entender as diferenças (Sextante, 2004).
Seu livro profético, Os avanços tecnológicos e o futuro da humanidade. Querendo ser Deus? (Vozes,2009), explorou os limites futuros de um pós-humano, pelos caminhos da física quântica, da engenharia genética, da nanotecnologia, até a fusão entre o homem e a máquina, num videogame quântico, com os novos e enormes problemas éticos que se colocam para a humanidade nas próximas décadas; "quando desistirmos de ser deuses poderemos ser plenamente humanos, o que ainda não sabemos o que é, mas já intuímos desde sempre” (p. 354). Imaginava uma governança mundial sustentável. Apostava em moedas complementares para superar o capital dinheiro. Antes de tudo, acreditava no ser humano e em Gaia, a Mãe Terra, infinitamente maior do que todos nós. " A nossa espécie é tão vulnerável que homens e máquinas podem se extinguir ao menor suspiro da Mãe Terra” (p. 353). Temos Rose Marie de corpo inteiro em Memórias de uma mulher impossível (Rosa dos ventos, 1999). Ali indicava que trocara a felicidade pelo impossível. Traçou então um belíssimo itinerário, incansável e provocador. Nos últimos anos, com graves problemas de saúde, não parou um só instante, no Instituto Rose Marie Muraro, um dos espaços de enorme criatividade e valentia.
O Instituto Rose Marie Muraro enviou a seguinte mensagem no domingo 21 de junho, que reproduzo:
Rose Marie Muraro acaba de nos deixar e partir para outra dimensão. Lutou por sua vida até o ultimo fôlego e neste momento:
A família perde sua matriarca
As mulheres perdem uma amiga e
A sociedade brasileira perde uma grande aliada.
Os mais de sessenta anos de dedicação ao nosso Pais, sua luta e conquistas pelos direitos das mulheres, seu sonho de construir um mundo mais humano e solidário, o seu imensurável amor pela vida, nos revelam que Rose além de um exemplo de superação foi realmente Uma Mulher Impossível! Mas agora nos deixa na condição de órfãos de sua beleza, de sua cabeça fascinante, de sua capacidade de criar o impossível para uma realidade palatável, de onde sua sensibilidade e profundidade podiam vislumbrar a grande beleza neste planeta.
Os seus últimos quinze anos de vida foram preenchidos de muitas batalhas, mas também engrandecida com uma linda história de Um Grande Amor. E nos deixou, mais este apaixonado e inédito poema:
O Pássaro de Fogo

Tu vieste como um pássaro
E pousaste no meu ombro
E eu fui habitada
Pela paixão da entrega.
Eu te amei antes que tu existisses
Como o deserto que tem sede de água
E as flores tem sede da luz
E te amei como a pedra ama a terra
Que lhe dá sua força.
Com teu bico colocaste na minha mão esquerda
A semente da morte
E na direita a semente da vida
Para que com as duas juntas
Eu fizesse a escolha de cada momento,
Ligando o instante à sua profundidade eterna.
Pássaro de fogo
Capaz de queimar sem consumir
Estás dentro de mim.
Pássaro de fogo
Irei onde tuas asas me conduzirem
E meu caminho se tornou incandescente
Como teus olhos.

Rose Marie Muraro

Luiz Alberto Gómez de Souza

Sociólogo, diretor do Programa de Estudos Avançados em Ciência e Religião da Universidade Candido Mendes
http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=81164

6.22.2014

Livro de juiz irrita deputados sem moral e reforça argumentos favoráveis à reforma política

Entrevistas publicadas em livro revelam meandros dos bastidores das campanhas e financiamentos privados que retornam para os doadores por meio de ilegalidades e desvios de dinheiro público.
por Hylda Cavalcanti, da RBA - política 
márlon reisDivulgado antes do lançamento, livro chamou atenção do Congresso e o autor tornou-se alvo de representação no CNJ
Brasília – Os financiamentos privados de campanha e os caminhos percorridos pelos políticos após o período de eleições para fazer esse dinheiro retornar a seus donos voltaram a ser tema de polêmica nos últimos dias. Tudo por causa do livro "O Nobre Deputado", do juiz Márlon Reis, que aponta as práticas usadas por políticos e, principalmente, deputados federais para, uma vez no poder, contemplar seus financiadores com emendas de orçamento e licitações irregulares, entre outras táticas.
Divulgado antes do seu lançamento, o livro chamou a atenção do Congresso Nacional e o autor tornou-se alvo de uma representação junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Mas o episódio, mais que nunca, chama a atenção para a necessidade de uma reforma política no país, como defendem sindicatos, movimentos sociais e os principais quadros do PT, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff.
Ao comentar a publicação na última semana, o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha, afirmou que a casa deveria processar o autor e pedir reparação. A representação contra Reis no CNJ diz respeito apenas à sua conduta como magistrado.
“Márlon Reis achacou a honra de 513 deputados com suposições, como se todos fôssemos responsáveis pela conduta de um parlamentar que não identifica quem seja”, ressaltou o parlamentar fluminense, um dos maiores inimigos do Marco Civil da Internet recentemente aprovado pela Câmara.
A mesma linha foi adotada por vários deputados que criticaram o livro. “A publicação traz acusações gravíssimas. Esse juiz não pode destruir a imagem do Parlamento dessa forma”, disse o líder do DEM, o deputado pernambucano Mendonça Filho. “Deveríamos pedir direito de resposta contra isso”, também reclamou Fernando Ferro (PT-PE).
Márlon Reis é autor do projeto de lei da Ficha Limpa e atualmente coordena o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), que recolhe assinaturas para a apresentação ao Congresso de um projeto de reforma política. O magistrado fez uma pesquisa para sua tese de doutorado sobre as práticas dos candidatos durante as eleições. Os resultados são apresentados neste trabalho.
Reis ouviu parlamentares, assessores, coordenadores de campanhas eleitorais e profissionais de marketing entre 2007 e 2013. Vasculhou detalhes sobre os meandros das campanhas políticas e as formas de captação de recursos para bancar uma vitória eleitoral – recursos que posteriormente costumam retornar para as mãos dos que patrocinam os candidatos. No livro ele mostra, também, o caminho do dinheiro de volta a seus donos.
As pesquisas revelam condutas que se valem do atual sistema eleitoral para alcançar cargos eletivos por meio do abuso do poder econômico e desvio de recursos públicos. Em todas elas, o autor conta que solicitou aos entrevistados para não mencionarem pessoas ou fatos reais, mas procedimentos rotineiros durante as campanhas.
Dentre alguns itens citados por estas fontes são discriminados, como formas de abastecimento às campanhas eleitorais, emendas parlamentares, convênios celebrados entre governos e licitações fraudulentas. Num item do livro, o juiz aponta a agiotagem como meio de arrecadação – segundo ele, pouco falado e muito frequente no interior do país.
“As campanhas eleitorais custam milhões de reais e o financiamento delas não costuma sair do bolso de políticos honestos. Sai do caixa dois, sai das verbas de obras públicas, sai das empreiteiras e sai das mãos de agiotas”, destaca, num dos trechos da publicação. Em outro, o magistrado relata ter ouvido de vários entrevistados que as empreiteiras colocam dinheiro nas campanhas, mas vinculam esse financiamento à administração. “Se o cara ganhar a eleição, as obras naquele governo todas terão de ser feitas pela empreiteira que emprestou o dinheiro. Na verdade não é um empréstimo, é uma espécie de um investimento que fazem.”
Já no item referente ao processo de licitações dos governos, o juiz relata ter ouvido de um coordenador de campanhas que esta é “a coisa que mais funciona hoje”. E seguem explicações: “A maioria das licitações são organizadas pelas próprias empresas. Lá o cara sabe quanto é que vai custar, quanto é que vai ter de sobrar e quem é que vai ganhar. Para a lei está legal. Eles acertam de quanto é que vai ser a licitação e antes de entrar para uma licitação eles já sabem quais são as empresas que vão participar, qual é a forma de pagamento, qual é a forma do que vai voltar”. Conforme o livro de Márlon Reis, as demais empresas também são comunicadas e, dependendo da negociação que é feita, os contratos são divididos.
Sobre como agem os agiotas, Reis afirma também que estes profissionais emprestam dinheiro a candidatos que tenham chances reais de ganhar as eleições. Para que sejam bem-sucedidos em seus investimentos, chegam até mesmo a comprar pesquisas de institutos de credibilidade para saber quem são os favoritos. A partir daí, emprestam dinheiro, com o objetivo de compra de votos, mas com o compromisso de receber o pagamento quando o candidato estiver na prefeitura.
“Normalmente, o cara não tem dinheiro para bancar uma eleição e então o agiota oferece o dinheiro e o candidato aceita. Se compromete a pagar integralmente aquele dinheiro assim que ele estiver na prefeitura. O que ocorre é que o agiota cobra juros altíssimos, e então o cara passa quatro anos pagando somente os juros e nem consegue pagar o principal. Quando sai da prefeitura, ele tem de se desfazer de bens para pagar ao agiota”, destaca um dos capítulos, onde o magistrado afirma que o dinheiro termina saindo do setor público.
Embora pareçam informações reveladoras, as declarações do livro não assustam jornalistas nem analistas legislativos acostumados com as conversas trocadas nos bastidores da Câmara e do Senado ou nos gabinetes parlamentares. Poucas vezes, porém, foram explicitadas de forma tão clara. E, apesar das críticas, receberam declarações de apoio por parte de vários profissionais.
“Reis é um magistrado comprometido com a moralização das eleições, marcadas por abusos e uso indevido dos meios de comunicação, em benefício de candidatos, inclusive, com veiculação de pesquisas tendenciosas. Ele é o Montesquieu do mundo contemporâneo por sua luta por um processo eleitoral sem corrupção”, frisou o advogado Djalma Pinto.
“É uma obra que tira a última máscara da velha política e com isso evidencia a necessidade de uma mudança estrutural no Brasil”, completou o juiz Douglas de Melo Martins, atualmente coordenador do programa de mutirões carcerários do CNJ.
“Temos duas questões a serem observadas daqui por diante. Primeiro, saber como vão se comportar os integrantes do colegiado do CNJ ao julgarem a conduta do magistrado, diante das acusações dos deputados. E, em segundo lugar, avaliar a conduta dos próprios deputados nas próximas eleições”, avaliou o cientista político Fernando Santiago, para quem esse tipo de prática, está relacionado diretamente com a falta de uma reforma política no país.
O trabalho foi divulgado numa reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, que usou um ator representando um personagem fictício, o deputado Cândido Peçanha, criado pelo juiz para o livro. Na avaliação de muitos deputados, o personagem mostrou uma visão generalizada dos parlamentares, dando a entender que todos agem da mesma forma.
“Foi abuso e ataque explícito ao parlamento por parte de um magistrado. É nosso dever fazer alguma coisa”, bradou o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). “As diversas alusões traduzem exercício impróprio do direito de informar sem possibilitar o direito de defesa, vilipendiando a imagem do Congresso.”
“A intenção não foi generalizar, mas mostrar como agem os parlamentares que adotam tais práticas”, rebateu Reis. “Minhas críticas são dirigidas à parcela dos deputados que se elege por meio do desvio de recursos públicos e do abuso do poder econômico, não à Câmara dos Deputados como instituição central para a democracia”, acentuou Márlon Reis, destacando que não tem receio de uma representação no órgão de controle do Judiciário.
“Estou há mais de 17 anos na magistratura sem qualquer menção negativa nos meus apontamentos funcionais. Como juiz só me pronuncio nos autos, mas como cidadão, professor, autor de diversos livros e pesquisador acadêmico tenho e exerço o direito à liberdade científica. Meu objetivo foi revelar como o poder transforma dinheiro em poder.”
http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2014/06/livro-de-juiz-sobre-praticas-ilicitas-de-candidatos-provoca-reacao-de-deputados-4018.html

6.11.2014

Como está a política na América do Sul e Central

Adital - política
A corrida eleitoral transforma um país. Além de servir para promover uma renovação da classe política e para a articulação de vontades entre diferentes posições, também possibilita uma oxigenação da ordem existente e seu pluralismo, contribuindo para a estabilidade, redefinição de contornos e abertura de possibilidades para modificação. A análise é do Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica (Celag), no documento "A disputa eleitoral na América Latina 2014”.
O Celag apresenta um mapa das disputas eleitorais em todos os países da região e traça um panorama das principais forças políticas atuantes, os partidos opositores, resultados das últimas eleições e a situação política frente à corrida eleitoral em países onde a votação esteja se aproximando. A análise foca a corrida presidencial. A seguir, destacamos o panorama político-eleitoral de alguns países.
As eleições presidenciais no Chile aconteceram no fim de 2013. Após uma disputa acirrada com oito candidatos Michelle Bachelet retomou a cadeira presidencial em segundo turno, deixando a conservadora Evelyn Matthei, da Aliança País, para trás. O Celag destaca que, atualmente, no mapa político conjuntural chileno as forças políticas da esquerda revolucionária - o Movimento Todos a La Moneda e o Partido Igualdade - estão unidas oficialmente desde 27 de março, no projeto Frente Ampla por uma Assembleia Constituinte autoconvocada, em que propõem derrubar a Constituição pinochetista de 1980 ao invés de construir uma simples Reforma Constitucional. Isto porque durante a ditadura de Augusto Pinochet, em 1980, a Constituição foi mudada de maneira arbitraria e é a que ainda segue vigente.
Na Colômbia, onde está previsto o segundo turno das eleições presidenciais para o próximo dia 15 de junho, a corrida eleitoral pelo mais alto cargo já começou de forma tensa, com a destituição de Gustavo Petro (Partido Verde), prefeito de Bogotá. A decisão gerou forte polêmica e fez com que 60% da população da cidade ficassem contra o presidente Juan Manuel Santos, que acatou a ordem da Procuradoria de destituir e desabilitar Petro. O relatório aponta que o posicionamento de Santos causou um grande impacto na campanha eleitoral. Vale ressaltar que nas eleições presidenciais de 2010, Antanas Mockus, do Partido Verde, era o principal opositor de Santos.
A Costa Rica vive um momento político diferente, com a vitória de Luis Guillermo Solís Rivera, do Partido Ação Cidadã (PAC). Ele enfrentou Johnny Araya Monge, do tradicional Partido Liberação Nacional (PLN) no segundo turno e venceu com 94% dos votos. A vitória de Solís Rivera pode apontar para uma caminhada moderada da América Central em direção à esquerda.
Em outubro, o Brasil celebra eleições presidenciais, no entanto, o momento político vem sendo ofuscado pela Copa do Mundo de Futebol, que começará em poucos dias no país. Em 2010, nas últimas eleições, o Partido dos Trabalhadores (PT) conquistou mais quatro anos de governo, elegendo a primeira mulher para o cargo na história brasileira, Dilma Rousseff, fortemente apoiada pelo então presidente Lula. O Celag analisa que o último ano de Dilma foi, sem dúvida, o mais turbulento de sua gestão e o que apresentou maior queda de sua popularidade, mesmo assim, a presidenta ainda aparece como preferida nas pesquisas de intenção de votos.
O clima de instabilidade no país teve início com as manifestações de junho de 2013, motivadas inicialmente pela elevação no preço do transporte público e pelos gastos com a Copa do Mundo. Após as primeiras manifestações, os jovens - principais organizadores das ações - continuaram a sair às ruas para denunciar a repressão policial e a criminalização dos protestos em todo o país. Várias manifestações estão sendo prometidas para repudiar a Copa e os exorbitantes gastos públicos.
A economia também é motivo de preocupação no país, já que houve significativa desaceleração do crescimento se comparado a outros países da região; a tendência inflacionária também é alta, com média de cerca de 6% ao ano; e a falta de chuva ameaça o abastecimento de energia hidrelétrica. Apesar da soma de problemas e de um eleitorado cada vez mais crítico, o Celag analisa que o crédito do PT e de seus sócios se mantém graças à marca de Lula e aos programas sociais que tiraram milhares de pessoas da pobreza nos últimos anos.
Desde o último dia 1º de junho, El Salvador está sob a gestão de Salvador Sánchez Cerén, da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), organismo que foi fundado como um grupo guerrilheiro em 1980, no início da guerra civil no país.
O Celag analisa que esse é um momento histórico para El Salvador e destaca que a FMLN precisará estabelecer políticas e estratégias para reconstruir governabilidade e estabelecer acordos parlamentares, já que seu governo estará constantemente ‘assediado’ pelo Partido Arena. Outro desafio é a desigualdade social e as demandas sociais e econômicas das classes médias urbanas. O FMLN precisará dar atenção a essa camada da população se quiser ampliar sua base eleitoral.
"As direitas políticas, hoje agrupadas – fundamentalmente – no Arena e no Movimento de Unidade, assumirão um movimento pendular. Por um lado, um papel negociador e, por outro, de desgaste e erosão. O que fica por observar é a intensidade dos papeis e qual estratégia primará, assim como que ação realizarão esses partidos frente ao novo governo”, analisa o Celag.
Desde o golpe de Estado sofrido pelo presidente Manuel Zelaya, em 2009, cada período eleitoral vivido em Honduras demonstra as tensões de um sistema político em crise. A eleição presidencial realizada em 2013 foi a segunda após o golpe. O destaque foi a incorporação do Partido Libre (nascido em 2010 como plano político eleitoral dos movimentos e organizações membros da Frente Nacional de Resistência Popular, formada após o golpe) na arena eleitoral. A candidatura de Xiomara Castro, esposa de Zelaya, pelo Libre, representou uma ruptura ao bipartidarismo.
A eleição, que teve ampla participação de funcionários da Embaixada dos Estados Unidos, foi vencida por Juan Orlando Hernández, do Partido Nacional, que obteve uma vantagem de 8,01% sobre Xiomara. O Libre denunciou fraude eleitoral. Assim, hoje, Honduras continua a viver um clima de instabilidade, com um governo que vem investindo pesado em equipamentos de guerra e reprimindo protestos sociais.
No último dia 04 de maio, se realizaram as eleições presidenciais no Panamáe o resultado que veio das urnas permitiu que um ciclo se fechasse no país, o ciclo do multimilionário Ricardo Martinelli, do partido Mudança Democrática e de sua experiência governamental. Em sua gestão, Martinelli não provocou uma ruptura ideológica com a administração de Martín Torrijos (2004-2009), na verdade produziu uma reafirmação das políticas neoliberais e dos atores que a sustentam. Hoje, a cadeira presidencial é ocupada por Juan Carlos Varela, ex-vice-presidente do país e dirigente do Partido Panamenhista (PPA).
O Celag aponta que um partido neoconservador desbancou outro, sendo assim, apenas troca-se uma modalidade neoconservadora por outra. A colonização e a subordinação do Estado em favor dos empresários - estratégia do presidente Martelli - foi derrotada pela volta a um partido tradicional, que representa - mais além de seus interesses neoconservadores e seus vínculos com empresários - a volta da classe política, aquela que não abandonou o controle territorial e que aproveitou a sociedade com Martelli para crescer politicamente.
Leia o documento na íntegra (em espanhol): http://www.cronicon.net/paginas/edicanter/Ediciones97/Nota11.pdf  -
Colômbia
http://site.adital.com.br/site/noticia.php?lang=PT&cod=80950

6.10.2014

O tempo que gera a vida

Leonardo Boff* - vida
Há um livro curioso do Primeiro Testamento, o Eclesiastes (em hebraico Coélet), que não menciona a eleição do povo de Deus, nem a aliança divina, sequer a relação pessoal com Deus. Representa a fé judaica inculturada na visão grega da vida. Possui um olhar agudo sobre a realidade assim como se apresenta e nutre a reverência para com todos os seres.  Há uma passagem assaz conhecida que fala do tempo: "Há tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e  tempo de colher, tempo de rir e tempo de chorar, tempo de amar e tempo de odiar, tempo de guerra e tempo de paz" e por aí vai (c. 3,2-8). Há muitas formas de tempo. Precisamos nos libertar de um tipo de tempo dominante, aquele dos relógios.  Todos somos reféns deste tipo de tempo mecânico. Conhecem-se relógios — o primeiro foi o relógio do sol, já há 16 séculos. Supõe-se que foram os asiáticos que, por primeiro, inventram o relógio. Em 725 da nossa era, um monge budista maquinou um relógio mecânico que à base de baldes de água fazia uma rotaçãocompleta em 24 horas. No Ocidente atribui-se a outro monge, um beneditino, depois papa Silvestre II (950-1003), a invenção do  relógio mecânico atual.
Hoje, ninguém anda sem algum tipo de relógio mecânico, que mede o tempo a partir das rotações da Terra ao redor do Sol. Mas essa visão mecânica do tempo do relógio estreitou nossa percepção dos muitos tempos que existem, como referidos pelo Eclesiastes acima. Foram os cosmólogos modernos que nos despertaram para os vários tempos. Tudo no processo da evolução possui o seu timing. Não respeitando certo timing, tudo muda, e nós mesmos não estaríamos aqui para falar do tempo.
Assim, por exemplo, imediatamente após a primeira singularidade, o Big Bang,  a explosão imensa (mas silenciosa, pois não havia ainda o espaço para recolher o estrondo) ocorreu a primeira expressão do tempo. Se a força gravitacional, aquela que faz expandir e ao mesmo tempo segurar as energias e  as partículas originárias (a mais importante das quatro existentes) fosse por milionésimos de segundo mais forte do que se apresentou, retrairia tudo para si e causaria explosões sobre explosões e tornaria o universo impossível. Se fosse, por milionésima parte de segundo, um pouco mais forte, os gazes se expandiriam de tal forma que não ocasionariam a sua condensação e  não teriam surgido as estrelas, os elementos todos que compõem o universo, nem haveria o Sol, a Terra e a nossa existência humana.
Mas ocorreu aquele tempo necessário para o equilíbrio entre a expansão e a contenção que acabou  abrindo um tempo  para surgir tudo o que veio posteriormente. Houve um exato tempo em que se formaram as grandes estrelas vermelhas, dentro das quais se forjaram todos os tijolinhos que compõem todos os seres. Se esse tempo exato fosse desperdiçado, nada mais teria acontecido.
Houve um tempo exatíssimo em que naquele dado momento deveriam surgir as galáxias. Se tivesse faltado aquele tempo, não surgiriam os cem bilhões de galáxias, os bilhões e bilhões de estrelas, em seguida os planetas como a Terra. Num exatíssimo momento de alta complexidade de sua evolução, irrompeu a vida. Perdido esse tempo, a vida não estaria aqui irradiando. Tudo apontava para a irrupção da vida lá na frente. O celebrado físico Freeman Dayson diz: "Quanto mais examino o universo e estudo os detalhes de sua arquitetura, mais vejo a evidência de que o universo de alguma forma pressentia que nós estávamos a caminho".
Há pois tempos e tempos, e não apenas o tempo escravizante e mecânico do relógio. A Igreja guardou o sentido da diversidade dos tempos.  Para cada tempo  do ano, se Natal, se Quaresma ou Páscoa, há a sua cor específica.
Geralmente, vivemos os tempos das quatro estações com as transformações que ocorrem na natureza. Na nossa infância interiorana, os tempos eram bem definidos: janeiro-abril - tempo das uvas, dos figos, das melancias,dos melões; tempo de maio, o plantio do  trigo; e outubro-novembro, tempo de sua colheita.
Nós, crianças, esperávamos com ansiedade dois tempos sociais, nos quais a vila toda se reunia para uma grande confraternização: a festa da polenta e a dos passarinhos. Como as matas eram virgens, abundava todo tipo de pássaros, que eram caçados especialmente para a festa. A outra era a buchada, comida com pão e vinho, em longas mesas, seguida de cucas e geleias.
Estes tempos e outros conferiam distintos sentidos para a vida. Havia a espera do tempo, sua vivência e sua recordação.
O universo inteiro tem o seu tempo, que se concretiza em dois movimentos que se dão também em nós: nossos pulmões e nossos corações  se expandem e se contraem. O mesmo faz o universo mediante a gravidade: ao mesmo tempo que se dilata ele é segurado, mantendo um equilíbrio sutil que faz tudo funcionar harmoniosamente. Quando perde esse equilíbrio, é sinal que prepara um salto para a frente e para cima rumo a uma nova ordem que também se expande e se contrai.
Cada um de nós tem seu tempo biológico, determinado não pelo relógio mecânico mas pelo equilíbrio de nossas energias. Quando chegam ao seu clímax, que  pode ser com 10, 15, 50, 90 anos, se fecha o nosso ciclo e entramos no silêncio do mistério. Dizem que é aí que habita Deus, nos esperando com os braços abertos como um Pai e Mãe, cheio de saudades.
*Leonardo Boff é teólogo e escritor. - leonardo Boff
http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2014/06/09/cada-um-tem-seu-tempo-e-depois-entra-em-silencio/

Miséria no mundo cresce e riqueza bate o maior recorde de toda a história

     
   Por Redação - do Rio de Janeiro - Sociedade
Os níveis médios de pobreza superam, em muito, os da riqueza
Os níveis médios de pobreza superam, em muito, os da riqueza
O número de milionários no mundo, hoje, é o maior do que em qualquer outro momento da história do Homem. Mas, enquanto o número total de domicílios milionários atinge os 16,3 milhões em 2013, de acordo com a consultoria de gestão Boston Consulting Group, a miséria assume sua face mais desesperadora na maior parte dos países de continentes como a África, a Ásia e a América Latina.
A riqueza privada do planeta – dinheiro administrado por instituições de gestão de fortunas e bancos voltados para alta renda – cresceu 14,6% de 2012 para 2013, passando de US$ 132,7 trilhões para US$ 152 trilhões. O total equivale a quase dez vezes o PIB dos EUA, a maior economia do planeta. Em contrapartida, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mundial, da Organização das Nações Unidas (ONU), ainda estima que 1,57 bilhão de pessoas vivam em estado de “pobreza multidimensional”, o que representa cerca de 30% do universo da população avaliada.
Enquanto o vigor dos mercados de ações, a estabilidade das economias industrializadas (EUA e Europa) e as políticas monetárias favoráveis da parte dos bancos centrais elevam o número de bilionários, estes mesmos fatores, em decorrência do sistema capitalista, atira à miséria um número exponencialmente maior de pessoas.
A crise financeira mundial, iniciada em 2008, fez mal apenas aos mais pobres, porque neste período, até 2014, a riqueza privada do planeta cresceu 60%, ou US$ 60 trilhões, de uma base inicial de US$ 92,4 trilhões. O número de domicílios milionários no planeta subiu para 1,1% do total de domicílios, ante 0,7% em 2007.
Ricos em profusão
Os EUA têm o maior número de domicílios milionários (7,1 milhões), bem como o maior número de novos milionários (1,1 milhão). A maior concentração de domicílios milionários está no Qatar (17,5%), seguido pela Suíça (12,7%) e Cingapura (10%).
Os fortes mercados de ações favoreceram as economias industrializadas, que têm grandes bases de ativos, enquanto as emergentes dependem mais da criação de riqueza nova, estimulada pelo crescimento e pelo nível alto de poupança.
A riqueza privada cresceu em dois dígitos nos EUA e na Austrália, enquanto emergentes como o Brasil experimentaram crescimento muito mais fraco. A China reforçou sua posição como segunda nação mais rica do planeta, atrás dos EUA.
Embora a riqueza privada nos EUA tenha chegado a US$ 46 trilhões em 2013, valor duas vezes superior ao registrado na China (US$ 22 trilhões), as projeções para 2018 mostram que os chineses terão a maior expansão global.
A riqueza privada chinesa crescerá em 84%, para US$ 40 trilhões em 2018. O país, no entanto, continuará atrás dos Estados Unidos, onde a riqueza privada crescerá 17%, para US$ 54 trilhões em 2018, de acordo com as projeções.
O Japão ocupava o terceiro posto em 2013, com US$ 15 trilhões, seguido pelo Reino Unido e pela Alemanha.
O Brasil não estava entre os 15 primeiros em nenhum dos dois anos analisados.
Miséria aos montes
O Banco Mundial define a pobreza extrema como viver com menos de US$ 1 por dia (PPP) e pobreza moderada como viver com entre US$ 1 e US$ 2 por dia. Estima-se que 1,1 bilhão de pessoas no mundo tenham níveis de consumo inferiores a US$ 1 por dia e que US$ 2,7 bilhões tenham um nível inferior a US$ 2.
Segundo estudo da ONU, dos dez países mais pobres do mundo nove estão na África e um na América Central. No Continente Africano concentram-se São Tomé e Príncipe, com 170 mil habitantes; Serra Leoa, com 6 milhões de pessoas; Burundi, com 8,5 milhões de habitantes; Madagáscar, com 22 milhões de habitantes; Eritreia, com 5,4 milhões de habitantes e um PIB per capita de pouco mais de US$ 600; Suazilândia, com uma população de pouco mais de 1 milhão e a taxa de pobreza que atinge os 69.2%; o Congo, com 68 milhões com uma taxa de pobreza de 71.3%; o Zimbábue, com uma população de quase 13 milhões e a Guiné Equatorial, com 720 mil habitantes a taxa de pobreza é de 76.8%.
Na América Central fica o Haiti, o país mais pobre do mundo, onde quase 80% da população vivem com menos de US$ 2. A taxa de desemprego, estimada, ronda os 40%. O país está em reconstrução desde o sismo que abalou a ilha em 2010 que, segundo o governo matou 316.000 pessoas e provocou estragos no valor de 8 biliões de dólares, cerca de 120% do PIB. A taxa de pobreza atinge os 77% numa população com pouco mais de 10 milhões de habitantes. O PIB per capita é de perto de US$ 1 mil.
http://correiodobrasil.com.br/ultimas/niveis-de-riqueza-batem-recorde-mas-perdem-longe-para-a-miseria-no-mundo/709601/
 

Ciclista é mais feliz do que motorista ou piloto de veículos?

por Redação EcoD
156 300x183 Pesquisa revela que ciclista é mais feliz do que motorista
Uso da bicicleta pode ter benefícios além daqueles associados à saúde e mobilidade normalmente citados. Foto: bilobicles bag
Pessoas que usam a bicicleta nos seus deslocamentos diários são geralmente mais felizes do que aqueles que dirigem carro ou utilizam transporte de massa. A conclusão consta do estudo Mood and mode: does how we travel affect how we feel?, que avaliou como o transporte escolhido afeta o nosso humor e bem estar.
O estudo oferece insights sobre formas de melhorar os serviços de transporte existentes, ao priorizar investimentos em áreas que tragam mais resultados positivos.
“Nossos resultados sugerem que o uso da bicicleta pode ter benefícios além daqueles associados à saúde e mobilidade normalmente citados”, dizem os autores.
“Valorizar a experiência emocional no trânsito pode ser tão importante quanto melhorar os recursos de serviços tradicionais, como rodovias e tempo de viagem”, acrescentam.
Depois dos ciclistas, os passageiros de carro são o segundo tipo de viajante mais feliz. Os condutores de automóveis ficaram em terceiro lugar.
Por último, aparecem os pilotos e passageiros de ônibus e trem, considerados os mais infelizes.
O baixo entusiasmo nestes casos, diz a pesquisa, tem a ver com o trajeto mais longo ou menos confortável e, principalmente, com os congestionamentos.
* Publicado originalmente no site EcoD.
http://envolverde.com.br/noticias/pesquisa-revela-que-ciclista-e-mais-feliz-que-motorista/

6.08.2014

Google quer arrancar automóveis do público e privatizá-los?


Engenheiros da Google acham que devemos pensar nos carros como serviços,
por The Observer   publicado 08/06/2014
Reprodução/ googleblog
Por John Naughton - Mobilidade e Tecnologia
Você deve ter ouvido falar no carro sem motorista da Google. Na verdade, se você for um leitor habitual, estará completamente familiarizado com o veículo, porque este colunista sempre fala a respeito. A justificativa para essa obsessão é que o sucesso do projeto do veículo autônomo deve servir como um chamado de despertar para qualquer pessoa que acredite na superioridade dos humanos em relação às máquinas.
Dito isso, havia algo estranhamente tranquilizador nos carros sem motorista originais. Por um lado, eram automóveis Toyota e Nexus comuns equipados com 250 mil dólares em computadores, sensores, lasers e utensílios associados. Depois, tinham volantes, câmbio, pedais de freio, espelhos retrovisores e todos os outros itens de um carro padrão. Um "motorista" humano sempre poderia assumir o controle simplesmente tocando a direção. Por isso, de certa maneira você poderia pensar nele como apenas um veículo padrão com um piloto automático.
Mas havia uma mosca ligeiramente perturbadora na sopa. Foi revelado o seguinte: a frota de carros Google tinha coberto mais de 800 mil quilômetros em movimentadas estradas e ruas da Califórnia, e em todo esse trajeto somente um esteve envolvido em um pequeno acidente. Na verdade, aconteceu quando um dos carros foi dirigido por uma pessoa. As implicações disso poderiam não ter sido evidentes para todo mundo, mas se os veículos Google fossem deixados livres nas estradas públicas, uma indústria em particular prestaria atenção: as seguradoras. Poderíamos imaginar o dia em que os proprietários de carros teriam de pagar prêmios mais altos se desejassem conduzir pessoalmente.
Sabemos hoje que as implicações do histórico de segurança dos carros sem motoristas tampouco passaram despercebidas à Google. Na semana passada a companhia apresentou sua última variação sobre o tema do veículo autônomo. É um carro para duas pessoas, semelhante a uma cápsula ou casulo, com escotilhas ao redor e pequenas rodas. Parece na verdade uma coisa saída das histórias de Enid Blyton Noddy. O vídeo promocional mostra um grupo animado de pessoas de meia idade a chamar esses casulos móveis com seus smartphones. Os casulos andam com um zumbido e param suavemente, esperando que as pessoas embarquem. Elas entram, prendem os cintos de segurança e olham ao redor procurando o volante, câmbio, pedal de freio, etc.
Então vem a surpresa: nada disso existe no casulo! Em seu lugar, há dois botões, um marcado "iniciar" e outro marcado "parar". Há também uma tela de computador horizontal que sem dúvida permite que esses admiráveis novos motoristas realizem pesquisas no Google enquanto trafegam. As implicações são extremamente claras: a Google decidiu que a coisa mais segura é eliminar totalmente o motorista humano.
Nesta altura, seria apenas, bem... humano irritar-se com a ousadia desses geeks. Quem pensam que são? É melhor, porém, acalmar-se e tentar adivinhar aonde isto vai levar.
Aqui está uma maneira de ver a coisa. A Google é, por excelência – e em um grau raramente visto na indústria – uma companhia de engenharia, e os engenheiros não gostam da irracionalidade desordenada da vida real. Eles olham para nosso mundo motorizado e veem que gastamos fortunas na aquisição, manutenção e operação de carros geralmente conduzidos por uma única pessoa. Mais: passam boa parte do tempo imobilizados em congestionamentos urbanos e grande parte do resto do tempo estacionados nas ruas. Eles veem governos e autoridades locais levados à confusão, senão à falência, pelos custos de fornecer ruas e infraestrutura para sustentar nosso hábito motorizado. Eles veem a mortalidade, os custos ambientais e de saúde dos automóveis controlados por humanos. E pensam: isto é loucura.
Então, dizem os engenheiros da Google, por que não paramos de pensar nos carros como propriedades e começamos a pensar neles como serviços? Todos sentimos a necessidade de possuir e operar nossos próprios carros porque os táxis são caros, os ônibus são inconfiáveis e seu carro está sempre disponível quando você precisa. Mas e se as áreas urbanas fossem inundadas por casulos autônomos da Google, cada um deles capaz de ser chamado com um assobio, usando um smartphone que detecta aquele mais mais próximo? Ele poderia apanhá-lo e entregá-lo em segurança no seu destino. E fazer isso muito mais barato que qualquer veículo dirigido por uma pessoa.
Não seria uma maneira mais racional de organizar o transporte urbano?
Até recentemente, a pergunta teria sido discutível. Mas os engenheiros do Google mostraram que é tecnicamente possível. Eles estão atirando uma luva para nossos sistemas políticos e também para nossos preconceitos. Ah, e caso você pense que eles não sabem o que estão fazendo, a Google tem uma participação na Uber. Trata-se de uma companhia que permite chamar um táxi próximo pelo smartphone. Esses carros hoje são dirigidos por humanos, mas... bem, você entendeu.
Leia mais no guardian.co.uk
http://www.cartacapital.com.br/tecnologia/automoveis-nao-serao-mais-propriedade-privada-4597.html