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4.22.2019

Lula pode ajudar os generais e elite tupiniquim a evitar que o Brasil seja recolonizado


O Brasil possui um ativo único no mundo: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é, na definição do intelectual Noam Chomsky, o preso político mais importante do mundo. Com essa força simbólica, Lula poderá fazer sua voz ser ouvida no mundo inteiro, na defesa de uma ordem internacional mais justa e mais equilibrada

por Leonardo Attuch* no Brasil 24/7 – Sociedade e Luta Brasileira para Libertar o Brasil do Colonialismo Ianque

Hoje, a maior ameaça à soberania nacional se chama Jair Bolsonaro e os generais brasileiros e elite, que imaginavam seriam capazes de controlá-lo, sabem disso. Se Bolsonaro foi um instrumento de volta ao poder dos militares, ele também representa um risco real de que, após sua passagem, não exista mais um Brasil como nação independente. Sobrará apenas um território habitado por pessoas recolonizadas.
Entre os militares e a elite tupiniquim, prevalece a visão de que um confronto entre Estados Unidos e China é praticamente inevitável. E que o Brasil, até por razões geográficas, fatalmente terá que estar mais alinhado a Washington. O que não se imaginava, porém, era o grau de rapidez e violência desse processo, com a tomada do Itamaraty, que hoje tem um chanceler totalmente alinhado ao Departamento de Estado, a entrega da Embraer e até mesmo da Amazônia, que será aberta para exploração "em parceria" com os Estados Unidos, como anunciou Bolsonaro.
A ocupação do Brasil pelas forças dessa nova ordem também produz diversos efeitos colaterais negativos para burguesia nacional. Basta notar os prejuízos já causados ao agronegócio nacional e também a decadência contínua da indústria nacional, além de outros estragos causados pelos bolsominios. Com 13 milhões de desempregados, o Brasil de 2019 é um caldeirão prestes a explodir. Os sinais são evidentes, como a emintente greve dos caminhoneiros e outras que poderão vir neste movimento.
De onde poderia vir a reação a esse processo acelerado de destruição nacional? Eventualmente dos militares e elite tupiniquim. Mas é exatamente contra esta reação que atuam personagens como o "guru" Olavo de Carvalho e o "chanceler informal" Eduardo Bolsonaro. De um lado, o guru avisa que os militares devem se contentar com os empregos que ganharam na máquina pública e ficarem fora do processo de destruição nacional. De outro, Eduardo viaja a países como Hungria e Polônia, que também estão ocupados por governos de extrema-direita alinhados com a nova ordem imperialista. E, não por acaso, Bolsonaro estimula o deputado Marco Feliciano a pedir o impeachment de seu vice Hamilton Mourão.
Os militares brasileiros hoje se veem diante de um impasse histórico. Caso se rendam de vez ao bolsonarismo, que os humilha diariamente, serão cúmplices desse processo de recolonização do país por um Império (EUA) que tenta evitar sua decadência com sinais muito evidentes, e serão sempre dominados por um grupo alienado aos estadunidenses. É também importante lembrar que os Estados Unidos não oferecem nenhum plano Marshall para reconstruir o Brasil. Ao contrário, o que se oferece é apenas mais destruição e a instauração de um bangue-bangue, com a liberação das armas de fogo, reforma da previdência, privatização da Petrobrás e o Banco do Brasil, só para citar alguns exemplos, hoje bastante claros em nosso Brasil em processo de dominação.
O Brasil, no entanto, possui um ativo único no mundo: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que é, na definição do intelectual Noam Chomsky, o preso político mais importante do mundo. Com essa força simbólica, Lula poderá fazer sua voz ser ouvida no mundo inteiro, na defesa de uma ordem internacional mais justa e mais equilibrada.
A liberdade de Lula, portanto, pode vir a ser a alavanca dos grupos no poder, para a libertação do Brasil, em sentido amplo. O povo brasileiro poderá recuperar seus direitos, os militares poderão se libertar de Bolsonaro e o país poderá voltar a tentar se afirmar como nação soberana e independente. Um bom sinal, nesta semana, foi a autorização para que Lula, silenciado pelo imperialismo dos EUA e traidores da pátria, possa conceder entrevistas. Mas é preciso ir além e reincorporá-lo à cena política para evitar que o Brasil seja destruído de forma definitiva e talvez irreversível. Só o futuro dirá o caminho das pedras tupiniquins...
*Leonardo Attuch é jornalista e editor-responsável pelo 247
https://www.brasil247.com/pt/blog/leonardoattuch/390740/Os-generais-precisam-de-Lula-para-evitar-a-recoloniza%C3%A7%C3%A3o-do-Brasil.htm