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4.10.2023

Busca do eterno equilíbrio natural entre o espírito e a matéria

Em busca do melhor que existe no interior do ser humano

por Francisco do Espírito Santo Neto* na Assoc. Espírita Hammed  – Sociedade e o equilíbrio no interior do ser humano holístico

 Imagem na internet

Nenhum ser humano deseja ser infeliz intencionalmente, pois nenhuma criatura ousa fazer alguma coisa de propósito contra si, a fim de que venha a sofrer ou a se tornar derrotada.

Quando agimos erroneamente, é porque optamos pelo que nos parecia o melhor, conforme nossa visão, visto que todos os nossos comportamentos estão alicerçados em nossa própria maneira de perceber a vida.

O pensador grego Sócrates afirmava que "ninguém que saiba ou acredite que haja coisas melhores do que as que faz, ou que estão a seu alcance, continua a fazê-las quando conhece a possibilidade de outras melhores".

A compreensão do melhor depende do desenvolvimento de um raciocínio lógico para cada situação, e se dá na criatura através de uma sequência progressiva, onde se leva em conta a maturidade espiritual adquirida em experiências evolutivas no decorrer do tempo vivido dessa criatura.

Todos nós acumulamos informações, instruções, noções em nossas multifárias vivências passadas ao longo da vida. A princípio, passamos a vivenciá-las superficialmente. Aos poucos, vamos analisando-as e assimilando-as, entre processos de re-elaboração, para só depois passar a integrá-las em definitivo em nós mesmos, isto é, incorporá-las por inteiro.

Em fazer nosso melhor está contido o quanto de amadurecimento conseguimos recolher nas experiências da vida e também como usamos e inter-relacionamos essas mesmas experiências, quando deparamos com fatos e situações no decorrer dos caminhos vividos.

Fundamentalmente, somos agora o que de melhor poderíamos ser, já que estamos fazendo conforme nossas possibilidades de interpretação, junto aos outros e perante a vida, porque sempre optamos de acordo com nossa gradação evolutiva como ser humano.

Perguntamo-nos, porém, quanto aos indivíduos que matam, mentem, caluniam e fingem: porventura, um ladrão que assalta alguém não saberá o certo, ou o justo? Desconhece o que está fazendo? As resposta quanto a essas situações serão entendidas ao longo do texto.

Instrução é conhecer com o intelecto e, portanto, não é a mesma coisa que saber com todo o nosso ser; isto é, só integraremos o saber de alguma coisa quando ela se encontrar completamente contida em nós próprios. Aí, de fato poderemos dizer que aprendemos e assimilamos totalmente o saber de alguma coisa.

Assim analisando, apenas o que sentimos em profundidade, ou experimentamos vi-venciando, é que é considerado o nosso melhor. Não o que lemos, não o que escutamos, não o que os outros ensinam, ou mesmo o que tentam nos mostrar. Estar na cabeça, não é o mesmo que estar na alma inteira.

Aparentemente, podemos julgar um ato como negativo, mas, quando atingirmos o âmago da criatura e observarmos como ela foi educada, quais valores recebeu na infância, o meio social em que cresceu, aí entenderemos o que a motivou a agir daquela forma e o porquê daquele seu padrão comportamental. Este conceito explica o questionamento quanto as maldades feitas por algumas pessoas, durante suas vidas.

Obviamente que o nosso melhor de hoje sofrerá amanhã profundas alterações. Aliás, a própria evolução é um processo que nos incita sempre ao melhor, pois é propósito do universo (natureza) fazer-nos progredir cada vez mais, para nos aproximar da sabedoria possível de ser alcançada por cada pessoa.

A natureza humana tende sempre a compensar suas faltas e insuficiências. Consta cientificamente, que todo organismo está sempre buscando se atualizar, ou se suprir, pois quando gasta energia tem sempre a necessidade de recompor essa carência energética, expressando-se em algumas ocasiões com a sensação da fome ou da sede. Notamos que essa força que busca melhorar-nos, ou mesmo equilibrar-nos, é como se fosse uma alavanca poderosa. Tende sempre a atualizar-nos, mantendo-nos sempre no melhor equilíbrio possível. Quando um pulmão adoece e deixa de funcionar, o outro pulmão faz a função de ambos; assim também pode ocorrer com nosso rim. Em outros casos, essa força interna tenta reparar os deficientes visuais e auditivos, compensando-os com maior percepção, sensibilidade e tato. Estruturas ósseas fraturadas se recompõem e se solidificam mais fortalecidas no local exato onde houve a lesão.

Além disso, verifica-se que nosso sistema imunológico, que é essa mesma força em ação, exerce grande influência sobre o organismo, para mantê-lo no seu melhor desempenho, conservando a própria subsistência orgânica através de mecanismos de autodefesa, com que elimina todos e quaisquer elementos estranhos que possam vir a comprometê-lo.

Por definição, processo de atualização é a capacidade de adaptação às novas necessidades, ou mesmo a modificação de comportamento íntimo para melhores posturas, a fim de que se conserve a individualidade equilibrada e holítisca.

Ao analisarmos as estruturas físicas, sistemas e órgãos da constituição corpórea, veremos que funcionam por meio de uma atividade perfeita de compensação, e que sempre impulsionam a criatura a manter-se fisicamente melhor. Também sob o aspecto psicológico, esse fenômeno ocorre para que todos nós possamos ajustar-nos diante da vida, de acordo com o nosso melhor. Todo nosso propósito íntimo é fundamentalmente bom, porque ninguém consegue agir de modo diferente do que assimilou como certo ou favorável.

A intenção dos seres humanos se baseia no cabedal de capacidades e habilidades próprias, porém os meios de execução pelos quais eles atuam poderão ser diversas ou diferentes, pois outros indivíduos, nas mesmas situações, tomariam medidas diferentes, baseados em seu estágio evolutivo ou desenvolvimento pessoal.

Ainda examinando essa questão, é imperativo dizer que, quando estamos fazendo o nosso melhor, agimos de acordo com o que sabemos nesse exato momento e, dessa forma, a natureza estará nos protegendo. Porém, quando propositadamente não correspondemos com atos e atitudes ao nosso grau de justiça e conhecimento ou desenvolvimento pessoal, passamos a não mais receber condescendência espiritual, visto que transgredimos os limites das leis naturais que nos amparam e sustentam ou equilibram.

Escreveu o apóstolo de Cristo, Pedro: "Deus julga a cada um de acordo com suas obras". Tais palavras poderão ser interpretadas como a certeza de sermos avaliados pelo Poder da Natureza segundo nossa capacidade de escolha, ou seja, levando-se em conta nosso conjunto de funções mentais e espirituais, bem como nossa aptidão racional de fazer, decidir, analisar e tomar direções, dentro da capacidade de cada um.

As nossas obras, as quais são referenciadas no texto evangélico, não são edifícios de alvenaria, perecíveis e passageiros, são nossas construções íntimas - o maior potencial que já conquistamos ou conseguimos atingir, em todos os sentidos. Isso equivale a dizer que o nosso melhor será sempre o ponto-chave na apreciação e no cálculo da Contabilidade Natural de Cada Um, ao registrar se os céus nos ajudarão, se acharemos o que buscamos, se as portas se abrirão ou se permanecerão fechadas na busca que cada ser humano fará ao longo de sua vida.

 *Francisco dos Santos Neto, é um médium espírita, nascido em Catanduva, no estado de São Paulo. Refere-se ao seu instrutor espiritual pelo nome de Hammed**. É formado em Administração de Empresas, com formação completa em Programação Neurolingüística.

**Hammed é o nome do espírito ao qual o médium paulista Francisco do Espírito Santo Neto atribui a maior parte de suas obras psicografadas, tendo criado a entidade Espaço Espírita Hammed.