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12.25.2014

Cientistas Sociais Dizem que Estamos Dentro da 3a. Guerra Mudial


Fim de uma era, uma nova civilização ou o fim do mundo?

Leonardo Boff

Há vozes de personalidades de grande respeito que advertem que estamos já dentro de uma Terceira Guerra Mundial. A mais autorizada é a do Papa Francisco.


 Há vozes de personalidades de grande respeito que advertem que estamos já dentro de uma Terceira Guerra Mundial. A mais autorizada é a do Papa Francisco. No dia  13 de setembro deste ano, ao visitar um cemitério de soldados italianos mortos em Radipuglia perto da Eslovênia disse:”a Terceira Guerra Mundial pode ter começado, lutada aos poucos com crimes, massacres e destruições”.

O ex-chanceler alemão Helmut Schmidt em 19/12/2014 com 93 anos adverte acerca de  uma possível Terceira Guerra Mundial, por causa da Ucrânia. Culpa a arrogância e os militares burocratas da União Européia, submetidos às políticas belicosas dos EUA. George W. Bush chamou a guerra ao terror, depois dos atentados contra as Torres Gêmea, de “World War III”. Eliot Cohen, conhecido diretor de Estudos Estragégicos da Johns Hopkins University, confirma Bush bem como Michael Leeden, historiador, filósofo neoconservador e antigo consultor do Conselho de Segurança dos USA que prefere falar na Quarta Guerra Mundial, entendendo a Guerra-Fria com suas guerras regionais como já a Terceira Guerra Mundial. Recentemente (22/12/2014)  conhecido sociólogo e analista da situação do mundo Boaventura de Souza Santos escreveu um documentado artigo sobre a Terceira Guerra Mundial (Boletim Carta Maior de 22/12/2014). E outras vozes autorizadas  se fazem ouvir aqui e acolá.

 A mim me convence mais a análise, diria profética, pois está se realizando como previu, de Jacques Attali em seu conhecido livro Uma breve história do futuro (Novo Século, SP 2008). Foi assessor de François Mitterand e atualmente preside a Comissão dos “freios ao crescimento”. Trabalha com uma equipe multidisciplinar de grande qualidade. Ele prevê três cenários:

(1) o superimpério composto pelos USA e seus aliados. Sua força reside em poder destruir toda a humanidade. Mas está em decadência devido à crise sistêmica da ordem capitalista. Rege-se pela ideologia do Pentágo do”full spectrum dominance”(dominação do espectro total) em todo os campos, militar, ideológico, político, econômico e cultural. Mas foi ultrapassado economicamente pela China e tem dificuldades de  submeter todos à lógica imperial.

(2) O superconflito: com a decadência lenta do império, dá-se uma balcanização do mundo, como se constata atualmente com conflitos regionais no norte da Africa, no Oriente Médio, na Africa e na Ucrânia. Esses conflitos podem conhecer um crescendo com a utilização de armas de destruição em massa (vide Síria, Iraque), depois de pequenas armas nucleares (existem hoje milhares no  formato de uma mala de executivo) que destroem pouco mas deixam regiões inteiras por muitos anos inabitáveis devido à alta radioatividade. Pode-se chegar a um ponto com a utilização generalizada de armas nucleares, químicas e biológica em que a humanidade se dá  conta de que pode se auto-destruir.

E então surge (3) o cenário final:  a superdemocracia. Para não se destruir a si mesma  e grande parte da biosfera, a humanidade elabora um contrato social mundial, com instâncias plurais de governabilidade planetária. Com os bens e serviços naturais escassos devemos garantir a sobrevivência da espécie humana e de toda a comunidade de vida que também é criada e mantida pela Terra-Gaia.

 Se essa fase não surgir, poderá ocorrer  o fim da espécie humana e grande parte da biosfera. Por culpa de nosso paradigma civilizatório racionalista. Expressou-o bem o economista e humanista Luiz Gonzaga Belluzzo, recentemente: “O sonho ocidental de construir o hábitat humano somente à base da razão, repudiando a tradição e rejeitando toda a transcendência, chegou a um impasse. A razão ocidental não consegue realizar concomitantemente os valores dos direitos humanos universais, as ambições do progresso da técnica e as promessas do bem-estar para todos e para cada um”(Carta Capital 21/12/2014). Em sua irracionalidade, este tipo de razão constrói os meios de dar-se um fim a si mesma.

 O processo de evolução deverá possivelmente esperar alguns milhares ou milhões de anos até que surja um ser suficientemente complexo, capaz de suportar o espírito que, primeiro, está no universo e somente depois em nós.

Mas pode também irromper uma nova era que conjuga a razão sensível (do amor e do cuidado) com a razão instrumental-analítica (a tecnociência). Emergirá, enfim, o que Teilhard de Chardin chamava ainda em 1933 na China a noosfera: as mentes e os corações unidos na solidariedade, no amor e no cuidado com a Casa Comum, a Terra. Escreveu Attali:”quero acreditar, enfim, que o horror do futuro predito acima, contribuirá para torná-lo impossível; então se desenhará a promessa de uma Terra hospitaleira para todos os viajantes da vida (op.cit. p. 219).

 E no final nos deixa a nós brasileiros esse desafio:”Se há um país que se assemelha ao que poderia tornar-se o mundo, no bem e no mal, esse país é  o Brasil”(p. 231).
http://cartamaior.com.br/?/Coluna/Fim-de-uma-era-uma-nova-civilizacao-ou-o-fim-do-mundo-/32501

12.13.2014

Somos escravos das telas de notebook, celular ou ...? *

Nos dias de hoje, usamos tela do celular, notebook, PC, ipod, ifone, TV, entre outras. Com toda esta tecnologia diária, podemos nos classificar como escravos das telas?

Do mesmo jeito que ganhamos tempo, 
o uso das telas como o celular começa a exigi-lo 
para coisas  que antes não fazíamos ... e a exploração das imagens é algo inusitado
Braulio Tavares**- Sociedade e Tecnologia
Vi uma matéria curiosa, há pouco tempo, sobre os hábitos dos frequentadores de restaurantes. O dono de um restaurante encontrou vídeos de cerca de dez anos atrás, filmados por câmera de segurança. Os vídeos registravam todo o movimento das mesas, desde a abertura da casa até a saída do último freguês. Para fazer um estudo da dinâmica do trabalho, tempo de atendimento ao cliente entre outras coisas., o dono do restaurante fez uma comparação entre o vídeo de dez anos atrás e um de hoje e tirou conclusões interessantes.
 
A primeira coisa que lhe chamou a atenção foi que, embora a quantidade de pratos consumidos e a quantia de dinheiro gasto (proporcionalmente a 10 anos atrás e hoje) continuassem os mesmos, as pessoas passavam o dobro do tempo no restaurante. Daí a queda de faturamento, que ele não sabia a que atribuir e era seu foco desta investigação. Mas percebeu que, se 10 anos atrás um grupo de 6 pessoas passava uma hora e meia para almoçar, esse tempo chegava hoje a duas e meia, quase três horas, com aproximadamente o mesmo consumo de comida.
 
Ele constatou que, antes, as pessoas sentavam, pediam o cardápio, conversavam um pouco, faziam os pedidos entre outras coisas. Hoje em dia é diferente. A primeira meia hora de atendimento mostrava as pessoas com os cardápios abertos à sua frente, mas concentradas nos seus celular, notebook ou ipad lendo, digitando mensagens, entre outras coisas.  Quando, finalmente, os pedidos eram atendidos e a comida chegava, a maioria das pessoas fotografava os pratos e começava a compor mensagens. Com isso se distraíam e muitas vezes os pratos eram devolvidos aos garçons para ser novamente aquecidos. No fim da refeição, havia mais um longo período de tempo em que os garçons eram solicitados a fazer fotos sucessivas do grupo, com o celular de cada um.
 
O celular, TV, notebook, internet, web, câmera fotográfica veio para ampliar nossa vida, e ampliar não quer dizer necessariamente facilitar. Do mesmo jeito que ganhamos tempo de um lado, o celular e outras ferramentas tecnológicas começam também a exigi -lo para coisas que antes não fazíamos. E numa sociedade que já foi chamada “a civilização dos Narcisos” ou faça seu "self", o celular é um veículo excelente para o exibicionismo, para a comunicação instantânea de “o que estou comendo”, para os selfies com gente famosa encontrada nos aeroportos, cinema, shopping nos clubes.
 
Se tem a impressão que somos a geração mais bem documentada da História. Somando a presença de celulares, tablets, notebook etc. e a disponibilidade das redes sociais, onde cada um entra e saí a seu bel prazer, estamos participando do maior experimento sociológico de todos os tempos, no sentido do uso descontrolado da tecnologia. Nunca se reuniu tanta informação voluntariamente fornecida sobre os hábitos sociais da população. Talvez, no futuro, digam que a História, para valer, começou no tempo de hoje ou digam que perdemos o bonde da História. 
 
*http://www.cartafundamental.com.br/single/show/356
**escritor e compositor

Investigação na Petrobrás pode ter final desastroso para a ecomia brasileira

Petrobras: Brasil precisa dar resposta rápida para escândalos, diz ONG

Redação, com DW - de Brasília - Sociedade e Economia

Para Transparência Internacional, economia do país sofrerá impactos negativos caso não haja uma reação adequada
Para Transparência Internacional, economia do país sofrerá impactos negativos caso não haja uma reação adequada
O Brasil vive um momento histórico na luta contra a corrupção, considera o diretor da organização Transparência Internacional, Cobus de Swardt. Mas o país pode ter sua economia gravemente afetada caso não dê uma resposta rápida para os recentes escândalos na Petrobras, aponta.
- Os empresários e o governo devem mudar a forma como se fazem negócios no Brasil. Se não agarrarem a oportunidade de fazer essa limpeza, a economia brasileira vai sofrer muito nos próximos anos – disse o diretor nesta quinta-feira, numa coletiva de imprensa da ONG em São Paulo.
Segundo De Swardt, as empresas brasileiras terão dificuldades para fazer negócios no exterior, caso permaneçam “sob suspeita”.
Um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), lançado em dezembro, indica que os casos de corrupção levam em média sete anos para serem concluídos. Em 1999, demoravam apenas dois anos.
De Swardt afirma que agora a rapidez será crucial no Brasil. “Se o caso da Petrobras se alongar por sete anos, será um desastre para a economia. Além disso, há um risco real de que a impaciência da população brasileira chegue a um limite. O que seria muito difícil de reverter.”
Ele diz que o país precisa mostrar que está atacando o problema corretamente, com medidas imediatas e reformas a médio prazo. Também ressalta a importância da punição dos envolvidos, tanto indivíduos, quanto empresas.
- Eu não concordo com esse argumento de que responsabilizar as companhias destruiria a economia, o erro seria não lidar com o assunto – opina. O diretor acredita que a Petrobras também precisa implementar reformas para conseguir superar a crise ou corre o risco de quebrar.
Para De Swardt, a situação econômica desfavorável, com o crescimento do PIB próximo de zero, e os protestos nas ruas constituem “as condições ideais para a mudança”.
- Na Europa, ninguém se importava com a evasão de impostos. Com a crise econômica, eles passaram a rastrear os dados e intensificar o controle – afirma. “Você nunca consegue reformas políticas em momentos em que tudo vai bem, é necessário pressão.”
Atualmente, o Brasil está em 69ª lugar entre 175 países no Índice de Percepção da Corrupção, ranking da Transparência Internacional.
Empresas Offshore de Propriedade Secreta ou Não Divulgada
A ONG aproveitou a semana em que se celebra o Dia Internacional Anticorrupção para divulgar a campanha global “Desmascare o corrupto”. Entre outros objetivos, a iniciativa alerta para os perigos das empresas offshore, de propriedade secreta, comumente usadas para lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Essas empresas, muitas vezes fantasmas, podem ser criadas facilmente à distância, pela internet. Normalmente localizadas em paraísos fiscais, as empresas são abertas em apenas três dias, incluindo contas bancárias, com total confidencialidade.
Para isso, segundo a ONG, basta enviar a cópia de um passaporte, uma conta de luz ou eletricidade, por exemplo, e o pagamento de cerca de 1.500 euros pelo cartão de crédito. A operação é feita em minutos.
- Isso ocorreu também no caso da Petrobras. Por isso, nenhuma empresa deveria poder ter um contrato com o governo sem que todos os seus donos e beneficiários sejam públicos – diz De Swardt. “No Brasil, é comum uma empresa nacional assinar o contrato, mas ter como parceira uma entidade estrangeira desconhecida.”
Segundo um estudo da Global Financial Integrity (GFI), o Brasil perdeu 33,7 bilhões de dólares por ano em fluxos ilícitos para fora do país, no período de 2010 a 2012. O valor equivale a 1,5% do PIB.
- Pense em investir esse dinheiro em comunidades pobres, em desenvolvimento. Só o que o Brasil perde em corrupção já seria suficiente para alavancar o crescimento do país – aponta De Swardt.
http://correiodobrasil.com.br/meio-ambiente/energia/petrobras-brasil-precisa-dar-resposta-rapida-para-escandalos-diz-ong/743727/

12.12.2014

Mães, Pais e Pessoas que Respeitam a Criança: Pesquisa Mostra Conteúdos de TV, Internet X Horários

Pesquisa aponta preocupação de pais com conteúdos de TV e internet

Trabalho conjunto do Ministério da Justiça e da Unesco ouviu 3 mil pessoas no país; quase todos os entrevistados (98%) acreditam que as informações acessadas devem ter algum controle
por Redação da RBA - Sociedade e Infância
Valter Campanato/Agência Brasil
tvDiante da tela: preocupação com cenas de tortura, suicídio ou estupro, além de violência e consumo de drogas
Brasília – Pesquisa divulgada em 11.dez.2014 mostra que 97% dos pais ou responsáveis por crianças de quatro a 16 anos consideram importante, ou muito importante, que as emissoras de televisão aberta respeitem as restrições de horários determinadas pela classificação indicativa e 94% deles pedem que as TVs sejam multadas caso passem programas de conteúdo inadequado para as faixas de horário.
O trabalho, do Instituto de Pesquisas Socais, Políticas e Econômicas, do Ministério da Justiça, e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), analisou o comportamento das crianças ou adolescentes e dos pais ou responsáveis em relação ao uso das mídias e da percepção sobre a classificação indicativa. Ela ouviu 3.023 pessoas em todo o país. A margem de erro é 1,8 ponto.
Quase todos os entrevistados (98%) acreditam que deve haver algum tipo de controle sobre o que as crianças e adolescentes assistem na televisão ou acessam na internet. A maioria dos pais ou responsáveis se preocupa, principalmente, com cenas de tortura, suicídio ou estupro, seguidas pelo consumo de drogas, pela agressão física e pela violência.
A maioria dos entrevistados, 56%, conhece ou já ouviu falar da classificação indicativa e, para 94%, ela é muito importante. Quando um programa de televisão ou filme não é recomendado para a idade das crianças ou adolescentes, 55% dos responsáveis mudam de canal ou desligam a TV e 50% explicam que o conteúdo é inadequado e não permitem que ele seja assistido.
Para 85% dos entrevistados, as regras de classificação indicativa na TV aberta devem permanecer como estão, obedecendo à faixa de horário recomendada para cada idade. No entanto, 91% deles dizem que, além dos símbolos que são mostrados para informar a classificação indicativa, deveria ter na TV um apresentador falando para qual idade aquele programa não é recomendado.
Segundo a pesquisa, a televisão é usada por 67% das crianças e adolescentes e 50% deles costumam assistir à programação no período noturno. As mães são as responsáveis mais presentes no horário em que os filhos assistem. Entre os critérios adotados pelos pais para indicar um programa aos filhos estão: ter caráter educativo (95%), ser divertido (83%), incentivar o desenvolvimento pessoal, psicológico ou afetivo (83%) e passar informações sobre o mundo e a sociedade (81%).
A escola, para 93% dos entrevistados, é importante ou muito importante para auxiliar as crianças e os adolescentes a desenvolver uma opinião mais crítica sobre o que veem na TV e na internet – 56% deles afirmam que as crianças ou adolescentes sempre costumam conversar com a família sobre os programas a que assistem na televisão. Para 73% dos pais ou responsáveis, a internet pode influenciar muito o comportamento.
http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2014/12/pesquisa-aponta-preocupacao-dos-pais-com-conteudos-de-tv-e-internet-7377.html

12.10.2014

A Distribuição de Renda não Avança: Aumenta os Pobres no Mundo

Em 34 países, diferença entre ricos e pobres alcança maior nível em 30 anos, aponta OCDE

Os BRIC'S Brasil, China e Índia não integram a organização, conclui que tendência prejudica o crescimento econômico e apela para que governos invistam em distribuição de renda e acesso à educação para diminuir os miseráveis na Terra.
por Carta Capital  - Sociedade e Pobreza
Foto de Lip Jin Lee/Flickr
desiguldadeNos 34 países integrantes da OCDE, 10% da população mais rica têm renda quase dez vezes maior que a dos 10% mais pobres
A desigualdade entre ricos e pobres alcançou seu maior nível em 30 anos, em uma série de países. Essa tendência tem prejudicado o crescimento econômico, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que divulgou o novo relatório envolvendo seus 34 países-membros nesta terça-feira 9, em Berlim e Paris. "Hoje, os 10% da população mais rica da OCDE ganha 9,5 vezes a renda dos 10% mais pobres; em 1980 esta relação era de 7 para 1 e tem aumentado continuamente desde então", afirmou a entidade.
A OCDE integra países desenvolvidos e em desenvolvimento, incluindo membros da União Europeia, os Estados Unidos, Turquia, México e Japão. A China, o Brasil e a Índia não integram a organização.
Nas décadas anteriores à crise econômica mundial, a renda média das famílias cresceu em todos os países da OCDE cerca de 1,6% ao ano. "No entanto, em três quartos das famílias que estão entre as 10% mais ricas dos países da OCDE os rendimentos cresceram mais rapidamente do que os das 10% mais pobres, resultando num aumento da desigualdade de renda", aponta o relatório.

Diferenças menores nos países nórdicos

Durante os últimos anos pós-crise, a renda familiar média estagnou ou caiu na maioria dos Estados-membros da OCDE, afirma o estudo. A diferença entre ricos e pobres, que varia consideravelmente, é, em geral, menor na Europa continental e nos países nórdicos.
Porém a relação da renda média entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres é bem mais alta em outros Estados-membros, prossegue o relatório, "chegando a cerca de 10 para 1 na Itália, Japão, Coreia do Sul, Portugal e Reino Unido; 13 a 16 para 1 na Grécia, Israel, Turquia e Estados Unidos, e 27 a 30 para 1 no México e no Chile".
Na Alemanha, a distância entre ricos e pobres também vem aumentando desde meados dos anos 1980. Os 10% mais ricos do país ganhavam, então, cinco vezes mais do que os 10% mais pobres. Agora, os 10% mais ricos ganham sete vezes mais.

Desigualdade e distribuição de renda

O relatório argumenta que o aumento da desigualdade de renda afeta negativamente as economias dos países membros, tendo custado mais de 10 pontos percentuais do crescimento econômico no México e na Nova Zelândia. "Nos Estados Unidos, Reino Unido, Suécia, Finlândia e Noruega, a taxa de crescimento teria sido mais de um quinto maior, se as disparidades de renda não tivessem sido ampliadas", diz o estudo.
Ao mesmo tempo, de acordo com estimativas da OCDE, uma maior igualdade ajudou a aumentar o PIB per capita de Espanha, França e Irlanda, antes da crise econômica. O relatório pede que sejam adotados programas de combate à pobreza, assim como uma melhoria no acesso à educação de alta qualidade, formação profissional e saúde.
"O estudo também não encontrou evidências de que as políticas redistributivas, como impostos (sobre grandes fortunas, por exemplo) e benefícios sociais, prejudiquem o crescimento econômico, desde que essas políticas sejam bem planejadas, direcionadas e implementadas", afirmou a OCDE, no comunicado que acompanhou a divulgação do relatório.
"Nossa análise mostra que só podemos esperar crescimento forte e duradouro se fizemos algo para combater a grande e crescente desigualdade", argumentou o secretário-geral da OCDE, Anjo Gurria. "A luta contra a desigualdade deve estar no centro do debate político. Os países que crescerão serão aqueles que fazem tudo para que seus cidadãos tenham igualdade de oportunidades desde a infância."
http://www.redebrasilatual.com.br/economia/2014/12/diferenca-entre-ricos-e-pobres-alcanca-maior-nivel-em-30-anos-aponta-ocde-1704.html

12.06.2014

Possibilidades e riscos da nova fase em que a conjuntura brasileira entrou: operação lava-jato x Petrobrás

Operação Lava Jato: para defender a Petrobras ou sacrificá-la?

Prisão de executivos das grandes empreiteiras expõe corruptores e revela urgência da Reforma Política. Mas seu sentido estará em disputa — e o destino da Petrobras mora no centro do furacão, assim como os dividendos do pré-sal para a população brasileira na educação.
 
por Antonio Martins - sociedade e economia
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Executivos de grandes empresas chegam à Polícia Federal em Curitiba, para depor. Brasil finalmente punirá os corruptores?

Por que Arábia Saudita, aliada dos EUA, age para derrubar preços do combustível. Como isto afeta Petrobras, em meio à Operação Lava Jato, artigo baseado nos estudos de André Ghirardi.
As prisões de presidentes e executivos de grandes empreiteiras que prestam serviço à Petrobras, efetuadas em 14/11/2014 no âmbito da Operação Lava Jato, podem ter desdobramentos capazes de marcar, por meses ou anos, a vida brasileira. Pela primeira vez, foi exposta ao grande público a ação dos corruptores – sempre poupados pelo Judiciário e pela mídia, por razões tão fortes quanto sua potência financeira. Em breve, surgirão os elos entre grandes empresas e dezenas de políticos. O controle que o poder econômico exerce sobre o Parlamento ficará ainda mais escancarado.
Diante disso, emergirá por certo uma grande disputa de narrativas. Estará escancarada, para quem quiser enxergar, a necessidade imediata de uma Reforma Política – que, antes de tudo, proíba e puna severamente o financiamento, por corporações, dos partidos e campanhas eleitorais. Mas haverá, como no caso do “Mensalão”, a tentativa de sacrificar bodes expiatórios para, no fundo, preservar a promiscuidade entre o dinheiro e uma democracia cada vez mais esvaziada. A manobra consistirá em focar indivíduos (os deputados financiados pelas empreiteiras, que logo aparecerão) e fazer vistas grossas ao sistema político (que, no Brasil, praticamente obriga quem tiver pretensões de eleger-se a se associar a grandes grupos econômicos).
Na disputa de narrativas, um capítulo crucial envolverá a Petrobras. Maior empresa brasileira, responsável sozinha por cerca de 10% da arrecadação de impostos no Brasil, ela não poderia passar incólume, num sistema político em que a corrupção institucionalizada é a regra. Mas será grande a pressão para convertê-la em mais um bode expiatório. Estará em jogo a imensa riqueza petroleira do pré-sal. Ela tornou-se, nos últimos meses, especialmente cobiçada.
breve ensaio de André Ghirardi, que Outras Palavras orgulha-se de publicar aqui, revela por quê. Decisões políticas, adotadas principalmente pela Arábia Saudita, estão sacudindo a produção e os preços internacionais do petróleo. Maiores exportadores mundiais e aliados históricos dos Estados Unidos no Oriente Médio, os sauditas estão forçando uma baixa dos preços do produto, que tem vastas consequências econômicas e políticas. A produção de muitas áreas petrolíferas pode tornar-se inviável, porque os custos de extração do combustível serão menores que os preços internacionais. Mais importante: países cujos Estados dependem da renda petroleira para equilibrar seus orçamentos correm o risco de desestabilização. É o caso típico do Irã e Venezuela.
O pré-sal brasileiro destaca-se, neste cenário, por dois aspectos. Suas reservas já conhecidas situam-se na casa das dezenas de bilhões de barris, podendo estar entre as maiores do mundo. Seu custo de produção é relativamente baixo. É uma faca de dois gumes. Tornaria a extração viável mesmo num contexto de preços internacionais reduzidos – mas poderia levar o Brasil a esgotar um recurso precioso no período em que ele está mais desvalorizado. Além disso, quem faria a exploração – se houver pressões para queimar a Petrobras no altar da Operação Lava Jato?
O texto de Ghirardi expõe, em detalhes, o novo cenário. Examiná-lo é essencial para compreender os contextos, possibilidades e riscos da nova fase em que a conjuntura brasileira entrou, desde ontem.

Blog Outras Palavras 
 ou
http://www.cartacapital.com.br/blogs/outras-palavras/operacao-lava-jato-para-defender-a-petrobras-ou-sacrifica-la-4692.html 

A carga tributária brasileira não é a “mais alta do mundo”, mas a 32ª entre 178 países

Um mito e algumas verdades sobre os tributos no Brasil

Debate questiona crença segundo a qual carga tributária brasileira é “altíssima”. Problema real é outro: ricos e poderosos pagam pouquíssimo; somos o país dos impostos injustos 
por Antonio Martins - Sociedade e distribuição de renda
 
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“O contador e sua mulher”, de Marinus van Reymerswaele, 1539

Ao longo do processo eleitoral deste ano, um mito voltará a bloquear o debate sobre a construção de uma sociedade mais justa. Todas as vezes em que se lançar à mesa uma proposta de políticas públicas avançadas, demandando redistribuição de riquezas, algum “especialista” objetará: “não há recursos para isso no Orçamento; seria preciso elevar ainda mais a carga tributária”. A ideia será, então, esquecida, porque a sociedade brasileira está subjugada por um tabu: afirma-se que somos “o país com impostos mais altos do mundo”. Sustenta-se que criar novos tributos é oprimir a sociedade. Impede-se, deste modo, que avancemos para uma Reforma Tributária.
A partir das 10h desta sexta-feira (29/8), três conhecedores profundos do sistema de impostos no Brasil enfrentaram este mito, num debate transmitido por webTV. O auditor da Receita Federal Paulo Gil Introini, ex-presidente do sindicato nacional da categoria e os economista Jorge Mattoso Evilásio Salvadorargumentaram, com base em muitos dados, que o problema da carga tributária brasileira não está em ser “a mais alta do mundo” (uma grossa mentira), mas em estar, seguramente, entre as mais injustas do planeta. Os grandes grupos econômicos e os mais ricos usam seu poder político para criar leis que os isentam de impostos — despejados sobre as costas dos assalariados e da classe média. A mídia comercial esconde esta realidade, para que nada mude. No debate, organizado em conjunto pela Campanha TTF Brasil e Fundação Perseu Abramo, emergiram alguns fatos muito relevantes, porém pouquíssimo conhecidos.

> A carga tributária brasileira não é a “mais alta do mundo”, mas a 32ª (entre 178 países). O cálculo é de um estudo comparativo da Fundação Heritage, um thinktank norte-americano conservador — mas com algum compromisso com a realidade.
> A carga tributária subiu consideravelmente, de fato, entre 1991 e 2011. Passou de 27% do PIB para 35,1%. Porém, a parte deste aumento de arrecadação foi consumido no pagamento de juros pelo Estado — quase sempre, para grandes grupos econômicos. A taxa Selic subiu para até 40% ao ano nas duas crises cambiais que o país viveu sob o governo FHC. O aumento do gasto social (de 11,24% do PIB para 15,24%, no período), que ocorreu de fato, a partir de 2002, consumiu apenas parte do aumento da receita.
> O poder econômico usa uma série de expedientes para livrar-se de impostos. O principal é a estrutura tributária brasileira. Ela foi cuidadosamente construída para basear-se em impostos indiretos (os que incidem sobre preços de produtos e serviços) e reduzir ao máximo os impostos diretos. Há duas vantagens, para as elites, nesta escolha. a)Impostos indiretos são, por natureza, regressivos. A alíquota de ICMS que um bilionário paga sobre um tubo de pasta de dentes, uma geladeira ou a conta de luz é idêntica à de um favelado; b) Além disso, assalariados e classe média consomem quase tudo o que ganham — por isso, pagam impostos indiretos sobre toda sua renda. Já os endinheirados entesouram a maior parte de seus rendimentos, fugindo dos tributos pagos pelo conjunto da sociedade.
> Esta primeira distorção cria um cenário quase surreal de injustiça tributária. Um estudo do IPEA  revela que quanto mais alto está o contribuinte, na pirâmide de concentração de renda, menos ele compromete, de sua renda, com impostos. Por exemplo: os 10% mais pobres contribuem para o Tesouro com 32% de seus rendimentos; enquanto isso, os 10% mais ricos, contribuem com apenas 21%…
> Basear a estrutura tributária em tributos indiretos é uma particularidade brasileira, que atende aos interesses dos mais ricos. Aqui os Impostos sobre a Renda respondem por apenas 13,26% da carga tributária. Nos países capitalistas mais desenvolvidos, membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os impostos diretos correspondem a 2/3 do total dos tributos.
> Além disso, e sempre em favor dos mais poderosos, o Brasil praticamente renuncia a arrecadar impostos sobre o patrimônio. Aqui, os tributos que incidem diretamente sobre a propriedade equivalem apenas a 1,31% do PIB. Este percentual chega a 10% no Canadá, 10,3% no Japão, 11,8% na Coreia do Sul e 12,5% nos Estados Unidos…
> Ainda mais privilegiados são setores específicos das elites. O Imposto Territorial Rural (ITR), que incide sobre a propriedade de terra, arrecada o equivalente a apenas 0,01% do PIB. A renúncia do Estado a receber tributos sobre os latifundiários provoca, todos os anos, perda de bilhões de reais — que poderiam assegurar, por exemplo, Saúde e Educação públicas de qualidade.
Nos últimos treze anos o Brasil viveu um processo real — embora ainda muito tímido — de redistribuição de renda. Entre 1991 e 2002, o Coeficiente de Gini caiu de 0,593 para 0,526, depois de décadas de elevação (segundo este cálculo, quanto mais alto o índice, que vai de 0 a 1, maior a desigualdade). Ainda é muito pouco: segundo cálculos do Banco Mundial, em 2013 o país era o 13º mais desigual do mundo. Para continuar reduzindo a desigualdade, uma Reforma Tributária é instrumento essencial. Não é por outro motivo que as elites insistem em manter este conservar este tema como tabu.

Blog Outras Palavras , ou

http://www.cartacapital.com.br/blogs/outras-palavras/um-mito-e-algumas-verdades-sobre-os-tributos-no-brasil-5576.html 

12.05.2014

Brasil é destaque na redução da desigualdade salarial, diz OIT


Sociedade e distribuição de renda


O Brasil, ao lado da Argentina, foi o país que mais reduziu a desigualdade salarial no mundo nos últimos dez anos, aponta relatório divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o "Global Wage Report 2014/15 Wages and income inequality".
O documento compara números de 130 países.
No caso do Brasil, mudanças nas distribuições dos salários e emprego assalariado representaram 72% da redução da desigualdade. No relatório global, muitos países em desenvolvimento registraram queda na desigualdade.
Já no caso das economias mias desenvolvidas, a desigualdade aumentou devido à maior desigualdade salarial e perda de empregos.
Espanha e Estados Unidos foram os países campeões no aumento da desigualdade, 90% em razão da piora na distribuição salarial no caso da Espanha e 140% no caso dos EUA. O relatório também aponta desigualdade salarial de gênero em países como Brasil, Lituânia, Rússia, Eslovênia e Suécia, algo que, segundo a OIT, poderia ser revertido se não houvesse discriminação salarial em relação a mulheres.
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/162820/Brasil-%C3%A9-destaque-na-redu%C3%A7%C3%A3o-da-desigualdade-salarial-diz-OIT.htm

12.03.2014

Encontro entre Dilma e grupo de teólogos, intelectuais católicos e evangélicos conversaram sobre o Brasil