Páginas

7.27.2016

Para os que Acreditam em Viver

  • Revoluções silenciosas: a convivialidade ou conviver

Por Leonardo Boff *, para o Jornal do Brasil (fonte no final) - Sociedade e Vida na Terra

Com a queda do muro de Berlim em 1989 e com ele o socialismo que fazia o contraponto, (independentemente de seus graves erros internos), o capitalismo terminou ocupando todos os espaços na economia e na política. Com a chegada ao poder de Margareth Thatscher na Inglaterra e de Ronald Reagan nos USA, a lógica capitalista ganhou livre curso: liberalização completa dos mercados com a ruptura de todos os controles, a introdução do estado mínimo, das privatizações e da concorrência sem fronteiras.
Essa assim chamada “mundialização feliz” não foi tão feliz assim.
O prêmio Nobel de economia Joseph Stigliz pôde escrever em 2011: ”somente o 1% dos mais ricos  fazem funcionar a economia e o inteiro planeta em função de seus interesses”(“Of  the 1% by 1% em Vanity Fair, maio 2011). Em razão disso um dos maiores bilionários, o especulador Warren Buffet se vangloriava:”sim, a luta de classes existe, mas é a minha classe, a dos ricos, que conduz a luta e a estamos ganhando”(Entrevista na CNN de 2005).
Só que todos esses endinheirados nunca colocaram em seus calculus o fator ecológico, os limites dos bens e serviços naturais, tidos como desprezíveis externalidades. Isso ocorre também nos debates econômicos em nosso país, retardatário nesta questão, à exceção de alguns poucos como L.Dowbor.
Ao lado da hegemonia mundial do sistema do capital, crescem por todas as partes revoluções silenciosas. São grupos de base, cientistas e outros com sentido ecológico que estão ensaiando alterntivas a este tipo de habitar o planeta Terra. A continuar estressando de forma impiedosa a Terra, esta poderá dar o troco e provocar um abalo, capaz de destruir grande parte de nossa civilização.
É num contexto assim dramático que surgiu um movimento chamado de “Os convivialistas” que reúne por ora mais de 3200 pessoas do mundo inteiro (veja www.lesconvivialistes.org). Procuram o viver juntos (dai convivialidade), cuidando uns dos outros e da na natureza, não negando os conflitos mas fazendo deles fatores de dinamismo e criatividade. É a politica do ganha-ganha.
Quatro princípios sustentam o projeto: o princípio da comum humanidade. Com todas as nossas diferenças, formamos uma única humanidade, a ser mantida unida.
O princípio da comum socialidade: o ser humano é social e vive em vários tipos de sociedades que devem ser respeitadas em suas diferenças.
O princípio de individuação: mesmo sendo social, cada um tem direito de afirmar sua individualidade e singualridade, sem prejudicar os outros.
O princípio da oposição ordenada e criadora: os diferentes podem se opôr legitimamente mas sempre tendo o cuidado de não fazer da diferença uma desigualdade.
Esse princípios implicam consequências éticas, políticas, econômicas e ecológicas que não cabe aqui detalhar.
O importante é começar: a partir de baixo, com o bioregionalismo, com as pequenas unidades de produção orgânica, com a geração de energia a partir dos dejetos, com um sentido de auto-limitção e justa medida, vivendo um consumo frugal e compartido entre todos. São as revoluções silenciosas que estão acumulando energia para, num momento certo da história, poder fazer a grande transformação.
É importante hoje acentuar a convivialidade porque atualmente há muitos que não querem mais viver juntos.
A convivialidade como conceito, foi posta em circulação por Ivan Illich (1926-2002) com seu livro A convivialidade (1975). Ele foi um dos grandes pensadores proféticos do século XX. Austríaco, viveu grande parte de sua vida nas duas Américas. Para ele a convivialidade consiste na capacidade de   fazer conviver as dimensões de produção e de cuidado; de efetividade e de compaixão; de  modelagem dos produtos e de criatividade; de liberdade e de fantasia; de equilíbrio multimensional e de complexidade social: tudo para  reforçar o sentido de pertença universal.
A convivialidade pretende também ser  uma  resposta adequada à crise ecológica. Ela pode evitar um real crush planetário.
Haverá um novo pacto natural coma Terra e social entre os povos. O primeiro parágrafo do novo pacto será o sagrado princípio da auto-limitação e da justa medida; em seguida, o cuidado essencial por tudo o que existe e vive, a gentileza para com  os humanos e o respeito para com a Mãe Terra.
É possível organizar uma sociedade boa, uma Terra da boa-esperança (Sachs e Dowbor) na qual as pessoas preferem cooperar e partilhar em vez de competir e acumular ilimitadamente.
Leonardo Boff articulista do JB on line escreveu com M.Hathaway, O Tao da libertação: explorando a ecologia de transformação, Vozes 2012.
http://www.jb.com.br/leonardo-boff/noticias/2016/07/25/revolucoes-silenciosas-a-convivialidade/

A política no Brasil olhada pelo jornal La Times dos EUA

  • 'LA Times' diz que Congresso dos EUA repudia impeachment
  • Reportagem conta que quarenta políticos pedem cautela a kerry ao lidar com gov. interino

Da redação do Jornal do Brasil - Sociedade e Situação Política Caótica no BrasilMatéria publicada nesta quarta-feira (27) pelo Los Angels Times afirma que quarenta políticos norte-americanos enviaram uma carta ao secretário de Estado do país, John Kerry, demonstrando “grande preocupação” com a democracia brasileira e repudiando o processo de impeachment sofrido por Dilma Rousseff.
De acordo com o noticiário os políticos pediram que Kerry tome um grande cuidado lidando com as autoridades interinas do Brasil, evitando dar declarações ou tomar ações que possam ser interpretados como se os EUA apoiassem a campanha do impeachment lançada contra Dilma Rousseff.
> > Los Angels Times U.S. Congress members express 'deep concern' over threats to democracy in Brazil
Los Angels Times afirma que quarenta políticos norte-americanos enviaram uma carta ao secretário de Estado do país, John Kerry, demonstrando “grande preocupação” com a democracia brasileira 
Los Angels Times afirma que quarenta políticos norte-americanos enviaram uma carta ao secretário de Estado do país, John Kerry, demonstrando “grande preocupação” com a democracia brasileira 
O Los Angeles Times diz que além disso, os políticos afirmaram que “o governo norte-americano deve expressar preocupação sobre a ameaça às instituições democráticas em dos nossos maiores aliados políticos e econômicos da região.”
http://www.jb.com.br/pais/noticias/2016/07/27/la-times-diz-que-congresso-dos-eua-repudia-impeachment/

A Medicina no Brasil e Aspectos da Justiça Social

  • Judicialização da Medicina é tema de simpósio na Academia Nacional de Medicina
  • Participarão representantes do Governo, Poder Judiciário, Comunidade Médica e Sociedade Civil

Da redação do Jornal do Brasil - Sociedade e Saúde Pública no Brasil

A realização de um Simpósio deste porte na Academia Nacional de Medicina – instituição científico-cultural mais antiga do Brasil e que vem se posicionando em diversos temas de importância para a sociedade civil como a chamada “pílula do câncer”, Aborto, Programa mais Médicos, Cuidados Paliativos em Doentes Terminais, Poluição, Obesidade, Suicídio, Compulsão Alimentar, etc. - possui um grande valor simbólico.

A Academia Nacional de Medicina (ANM) realiza, na próxima quinta-feira (28), um simpósio com objetivo de tratar do tema Judicialização da Medicina. Dada a importância do tema, foram convidados representantes do Governo, do Poder Judiciário, da Comunidade Médica e Sociedade Civil, a fim de que sejam debatidos problemas e novas perspectivas de solução.

Apesar de não se tratar de um tema “novo”, o aumento exponencial de ações no Judiciário envolvendo questões ligadas à saúde (que pode ultrapassar a marca de 1 milhão por ano em alguns estados e a nível federal), atrelado à tramitação de proposta no Senado que impediria a concessão de liminares para a realização de procedimentos que não sejam oferecidos pelo SUS, já configurariam um cenário crítico. Somada a estes fatores, a atual crise orçamentária pela qual passa a União (com efeitos especialmente nefastos para os já desgastados sistemas estaduais e municipais) completa o panorama dentro do qual a discussão da judicialização torna-se fundamental.

Acerca dos prejuízos para o orçamento federal, é importante notar que, para 2016, a estimativa é que os gastos do Ministério da Saúde forçados por decisões judiciais cheguem a R$ 1,6 bilhão. A maior preocupação da maioria dos gestores públicos é decorrente do desequilíbrio que gastos desta natureza podem gerar para as contas públicas. É pertinente considerar que um problema desta grandeza é originado a partir de questões estruturais do Sistema de Saúde brasileiro. A judicialização está ligada a questões como a alta burocracia e a fragilidade do sistema, que não possui regras e diretrizes normativas claras e funcionais. Há, ainda, um agravante a ser considerado: para além das campanhas de marketing inescrupulosas, existem verdadeiras quadrilhas especializadas em usar o Poder Judiciário e a desesperadora situação dos pacientes em benefício próprio, deteriorando todo o quadro. Por fim, trata-se também de uma questão de má gestão dos recursos, aliada a uma falta de interação entre as entidades envolvidas - a judicialização é, portanto, o efeito colateral de um sistema que funciona mal.

Todavia, é importante notar que, para além de discussões orçamentárias, a discussão sobre judicialização da medicina passa invariavelmente por uma discussão sobre a qualidade do atendimento que a população tem acesso. Isso porque a maioria dos casos em que o paciente recorre à Justiça, trata-se da única forma de garantir o acesso a um tratamento – em geral, são tratamentos raros e medicamentos de acesso dificultado (importados, por exemplo).

A solução, assim como o problema em si, é multifacetada. É necessário o estabelecimento de diálogo entre todas as partes, envolvendo representantes que possam adequadamente estabelecer normas e propostas que visem o estabelecimento de um sistema que seja eficiente e organizado. Desta forma, será possível evitar que medidas “paliativas” se tornem um sistema paralelo, diminuindo a credibilidade no funcionamento dos sistemas tanto públicos quanto privados. Atender às necessidades da população sem que sejam sacrificados os já debilitados orçamentos só será possível por meio de planejamento e estratégias adequadas. Por fim, é necessário que a classe médica esteja envolvida principalmente no fornecimento de informações e para garantir que quaisquer medidas que sejam tomadas sejam pautadas por evidências científicas, evitando o corporativismo.
http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2016/07/26/judicializacao-da-medicina-e-tema-de-simposio-na-academia-nacional-de-medicina/

Jornal dos EUA aconselha atletas manterem a boca fechada para não ficarem doentes

  • 'NYT' alerta para fechar a boca na Rio 2016
  • Matéria fala sobre poluição da Baía de Guanabara

Da redação do Jornal do Brasil - Sociedade e Políticas Públicas no Rio de Janeiro, Brasil (fonte

no final do texto)Matéria publicada no jornal norte-americano The New York Times nesta terça-feira (26) conta que os especialistas em saúde no Brasil têm um conselho para os nadadores, velejadores e praticantes de windsurf que participarão dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro: Manter a boca fechada.
"Atletas estrangeiros vão nadar literalmente em excremento humano, e correm o risco de ficar doente", disse o Dr. Daniel Becker, um pediatra local, que trabalha em bairros pobres. "É triste, mas também preocupante."
A reportagem do NYT diz que apesar das promessas do governo ha sete anos atrás em combater a poluição da Baía de Guanabara no Rio, com fabulosas praias, as autoridades reconhecem que os seus esforços para tratar o esgoto e o lixo têm deixado muito a desejar. Na verdade, os ambientalistas e os cientistas dizem que as águas do Rio estão muito mais contaminadas do que se pensava anteriormente.
http://www.jb.com.br/rio/noticias/2016/07/26/nyt-alerta-para-fechar-a-boca-na-rio-2016/