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7.02.2016

EUA, sociedade em ruptura? Entrevista com Noam Chomsky

BESTPIX  Homelessness Reaches All-Time Record In New York City
Sem-teto, fenômeno marcante da paisagem norte-americana de hoje. Para Chomsky, “políticas estatais-corporativas dos últimos 35 anostiveram efeitos devastadores sobre a maioria da população”
Entrevista a C.J. Polychroniou, no Truthout | Tradução: Inês Castilho
Os Estados Unidos estão enfrentando um tempo de incertezas. Embora permaneçam como único superpoder global, não são mais capazes de influenciar os fatos e seus resultados conforme desejam, ao menos não a maioria destes fatos. A frustração e ansiedade a respeito do risco de desastres futuros parecem ter peso muito maior que as esperanças dos eleitores por uma ordem mundial mais justa e racional. Enquanto isso, afirma Noam Chomsky, a ascensão e a popularidade de Donald Trump decorrem do fato de que a sociedade norte-americana vive um processo de ruptura.
Nesta entrevista exclusiva à Truthout, Noam Chomsky fala sobre o desenvolvimento contemporâneo nos Estados Unidos e no mundo, e desafia a visão dominante sobre luta de classes, neoliberalismo como resultado de leis econômicas, o papel dos EUA como potência global, o status das economias emergentes e o poder do lobby israelense.
Noam, você tem afirmado que a ascenção de Donald Trump deve-se em grande parte ao colapso da sociedade norte-americana. O que exatamente quer dizer com isso?
As políticas estatais-corporativas dos últimos 35 anos, aproximadamente, tiveram efeitos devastadores sobre a maioria da população. Resultaram diretamente em estagnação e nítido aumento da desigualdade. Isso gerou medo e fez as pessoas sentirem-se isoladas, desamparadas, vítimas de forças poderosas que não entendem e não podem influenciar. O colapso não é causado por leis econômicas. São políticas, uma espécie de luta de classes travada pelos ricos e poderosos contra a população pobre e trabalhadora. Isso é o que define o período do neoliberalismo, não somente nos EUA mas também na Europa e em outros lugares. Trump é atraente para aqueles que sentem e experimentam a desagregação da sociedade norte-americana – profundos sentimentos de raiva, medo, frustração, desamparo. Provavelmente, há setores da população que vivem um aumento na mortalidade, algo antes desconhecido — a não ser na guerra.
A guerra de classes mantém-se tão perversa e unilateral como sempre. A governança neoliberal nos últimos trinta anos, fosse o governo republicano ou democrático, intensificou enormemente o processo de exploração e levou a fissuras ainda maiores entre os que têm e os que não têm na sociedade norte-americana. Além disso, não vejo a classe política neoliberal recuando, a despeito das oportunidades abertas em razão da última crise financeira e pelo fato de um democrata ocupar o centro na Casa Branca.
As classes empresariais, que em larga medida governam o país, têm muita consciência de classe. Não é uma distorsão descrevê-los como materialistas vulgares, com valores e compromissos reversos. Foi somente há trinta anos que o líder do sindicato mais poderoso reconheceu e criticou a “luta de classes unilateral”, incessantemente travada pelo mundo empresarial. Ela teve êxito, alcançando os resultados que você descreveu. Contudo, as políticas neoliberais estão em ruínas. Elas acabaram por prejudicar os mais poderosos e privilegiados (que as aceitaram para si mesmos apenas parcialmente, para começo de conversa), de modo que não podem ser sustentadas.
É muito impactante observar que as políticas que os ricos e poderosos adotam para si mesmos são o exato oposto daquelas que impõem aos fracos e pobres. Assim, se a Indonésia está numa crise financeira profunda, as instruções do Departamento do Tesouro norte-americano (via FMI) correm para saldar a dívida (ao Ocidente), aumentar as taxas de juros e desacelerar a economia, privatizar (de modo que corporações ocidentais possam comprar os bens) e todo o resto do dogma neoliberal. Para si mesmos, as políticas são esquecer suas dívidas, reduzir a zero as taxas de juros, nacionalizar (sem usar a palavra) e despejar recursos públicos no bolso das instituições financeiras, e daí por diante. É também impressionante que o tremendo contraste passe desapercebido, visto que está de nos registros da história econômica dos últimos séculos, razão fundamental da separação entre primeiro e terceiro mundos.
Até aqui, a política de classes, está apenas marginalmente sob ataque. O governo Obama evitou dar até mesmo passos mínimos na direção de acabar e reverter o ataque aos sindicatos. Obama até mesmo sinalizou, indiretamente e de modo interessante, seu apoio a esse ataque. Vale recordar que a primeira viagem para mostrar sua solidariedade com as classes trabalhadoras (denominada “classe média”, na retórica dos EUA) foi à fábrica da Caterpillar em Illinois. Foi até lá desafiando os pleitos de organizações religiosas e de direitos humanos, em razão do papel grotesco da Caterpillar nos territórios ocupados por Israel, onde é um instrumento preferencial na devastação das terras e vilas das “pessoas erradas”. Mas parece não ter sido sequer notado que, adotando as políticas antitrabalhistas de Reagan, a Caterpillar tornou-se a primeira corporação industrial em gerações a quebrar um sindicato poderoso ao empregar fura-greves, violando radicalmente as convenções internacionais do trabalho. Isso isolou os EUA do mundo industrial, junto com a África do Sul do apartheid, na tolerância a tais meios de minar os direitos dos trabalhadores e a democracia – e, presumo, agora os EUA estão sós. É difícil acreditar que a escolha tenha sido acidental.
Há uma crença generalizada, ao menos entre alguns estrategistas políticos bem conhecidos, de que fatos não definem as eleições norte-americanas – ainda que a retórica seja de que os candidatos precisam entender a opinião pública para conquistar eleitores – e sabemos, claro, que a mídia fornece uma riqueza de informações falsas sobre temas críticos (tome o papel da mídia de massa antes e durante o lançamento da guerra do Iraque) ou não fornece informação nenhuma (sobre temas trabalhistas, por exemplo). Contudo, fortes evidências indicam que o público norte-americano preocupa-se com as grandes questões sociais, econômicas e de política externa enfrentadas pelo país. Por exemplo, conforme estudo divulgado há alguns anos pela Universidade de Minnesota, os norte-americanos colocavam os serviços de saúde entre os temas mais importantes. Sabemos também que a grande maioria dos norte-americanos apoia os sindicatos. E que julgaram um fracasso completo a guerra contra o terror. À luz de tudo isso, qual a melhor maneira de entender a relação entre a mídia, a política e o público na sociedade norte-americana contemporânea?
É bem conhecido o fato de que as campanhas eleitorais são concebidas de modo a marginalizar os problemas e concentrar-se em personalidades, estilos retóricos, linguagem corporal etc. E há boas razões para isso. Gestores de partidos leem as pesquisas, e estão bem conscientes de que, num grande conjunto de problemas, os dois partidos estão bem à direita da população – o que não surpreende; afinal, são partidos de negócios. Pesquisas mostram que a grande maioria dos eleitores é contra, mas são as únicas escolhas oferecidas a eles num sistema eleitoral gerido como negócio, em que o candidato mais pesadamente financiado quase sempre vence.
Da mesma forma, os consumidores podem preferir um transporte de massa decente a escolher entre dois automóveis, mas esta opção não é prevista pelos publicitários – na verdade, pelos mercados. A publicidade na televisão não oferece informação sobre produtos; ao contrário, fornece ilusão e imagens mentais. As mesmas empresas de relações públicas que buscam minar o mercado, certas de que consumidores desinformados farão escolhas irracionais (ao contrário de teorias econômicas abstratas), tentam, do mesmo modo, minar a democracia. E os gestores estão bem conscientes disso tudo. Figuras influentes no setor vangloriavam-se, na imprensa econômica, de que desde Reagan vêm fazendo o marketing dos candidatos como se fossem commodities – e esse é seu maior sucesso, pois, preveem, fornecem um modelo aos executivos das corporações e indústria de marketing do futuro.
Você mencionou a pesquisa de Minnesota sobre serviços de saúde. Ela é típica. Durante décadas, estudos mostraram que a saúde está no topo, ou perto dele, nas preocupações da população – não por acaso, dado o desastroso fracasso do sistema de saúde, com custo per capita duas vezes mais alto que o de sociedades comparáveis e alguns dos piores resultados. (…) Acontece que a indústria manufatureira vem sofrendo em razão do sistema de saúde privatizado, caro e ineficiente, e dos enormes privilégios garantidos, por lei, à indústria farmacêutica. Quando um grande setor de concentração de capital favorece um programa, ele se torna “politicamente possível” e tem “apoio político”. Tão revelador quanto os próprios fatos é que eles não são comunicados.
Muito disso é verdade para várias outras questões, domésticas e internacionais.
A economia dos EUA está enfrentando uma miríade de problemas, embora os lucros dos ricos e das corporações já tenham, há tempos, voltado aos níveis anteriores à erupção da crise financeira de 2008. Mas o problema da dívida governamental é o único que a maioria dos analistas acadêmicos e financeiros parece focar como o mais crítico. De acordo com os analistas mainstream, a dívida dos EUA está quase fora do controle, razão pela qual eles vêm se posicionando consistentemente contra os pacotes de grande estímulo econômico para o crescimento, sob o argumento de que tais medidas apenas mergulharão os EUA mais profundamente na dívida. Qual é o impacto provável que uma dívida inflada terá na economia norte-americana e na confiança dos investidores internacionais, diante de eventual nova crise financeira?
Ninguém sabe realmente. A dívida foi muito mais alta no passado, particularmente depois da Segunda Guerra Mundial. Mas foi superada, graças ao notável crescimento da economia, semidirigida no tempo da guerra. Por isso, sabemos que, se o governo incentiva o crescimento sustentável da economia, a dívida pode ser controlada. E há outros artifícios, como a inflação. Mas, quanto ao resto, trata-se de muita suposição. Os principais financiadores – principalmente China, Japão, os países produtores de petróleo – podem decidir transferir seu capital para outro lugar em busca de lucros mais altos. Mas há poucos sinais desses movimentos, e eles não são muito prováveis. Os financiadores participam da sustentação da considerável economia dos EUA para suas próprias exportações. Não há como fazer previsões confiáveis, mas parece claro que o mundo inteiro está numa situação delicada, para dizer o mínimo.
Você parece acreditar, ao contrário de tantos outros, que os EUA mantêm-se como um superpoder econômico, político e, claro, militar, mesmo depois da última crise. Também tenho a mesma impressão, uma vez que o resto das economias do mundo não somente não estão em condições de desafiar a hegemonia norte-americana, como olham para os EUA como um salvador da economia global. O que você vê como vantagens competitivas do capitalismo dos EUA sobre a economia da União Europeia e as novas economias emergentes na Ásia?
A crise financeira de 2007-2008 foi originada principalmente nos EUA, mas seus principais competidores – a Europa e o Japão – acabaram sofrendo mais severamente, e os EUA mantiveram-se o local preferido dos investidores que buscam segurança em tempo de crise. As vantagens dos EUA são substantivas. Eles têm amplos recursos internos. São unificados, um fato importante. Até a guerra civil nos anos 1860, a frase “Estados Unidos” era plural (como ainda é nas línguas europeias). Mas desde então, vem sendo usada no singular, no inglês padrão. As políticas traçadas em Washington pelo poder estatal e capital concentrado valem para todo o país. Isso é muito mais difícil na Europa. Há muitas vantagens da unidade. Alguns dos efeitos nocivos da inabilidade europeia para coordenar a respostas à crise têm sido amplamente discutidas pelos economistas europeus.
As raízes históricas dessas diferenças entre a Europa e os EUA são familiares. Séculos de… conflitos impuseram um sistema de estado-nação na Europa, e a experiência da Segunda Guerra Mundial convenceu os europeus de que devem abandonar seu esporte tradicional de trucidar uns aos outros, porque a próxima tentativa seria a última. Então temos aquilo que os cientistas políticos gostam de denominar “uma paz democrática”, ainda que nem de longe esteja claro se a democracia tem algo a ver com isso. Em contraste, os EUA são um Estado colonizador-colonial, que assassinou a população indígena e confinou os remanescentes em “reservas”, ao mesmo tempo em que conquistava metade do México e expandia-se para além. Muito mais que na Europa, a rica diversidade interna foi destruída. A guerra civil cimentou o poder central e, da mesma forma, a uniformidade em outros domínios: linguagem nacional, padrões culturais, enormes projetos público-privados de engenharia social tais como a suburbanização da sociedade, subsídio central maciço à indústria avançada por meio de pesquisa e desenvolvimento, aquisição e outros instrumentos, e muito mais.
As novas economias emergentes na Ásia têm incríveis problemas internos, desconhecidos no Ocidente. Sabemos mais sobre a Índia do que sobre a China, porque é uma sociedade mais aberta. Há razões pelas quais ela está em 130º lugar no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (mais ou menos onde estava antes da reformas neoliberais parciais); a China está no 90º lugar, e poderia ser pior se se soubesse mais a respeito do país. Isso apenas arranha a superfície. No século 18, China e Índia eram os centros comerciais e industriais do mundo, com sistemas de mercado sofisticados, níveis avançados de saúde pelos padrões comparativos etc. Mas conquistas imperiais e políticas econômicas deixaram-nos em condições miseráveis. É notável que o único país do Sul Global a desenvolver-se foi o Japão, o único que não foi colonizado. A correlação não é acidental.
Os EUA ainda estão ditando as políticas do FMI?
Isso não é claro, mas meu entendimento é que os economistas do FMI supostamente são, talvez sejam, de certa forma independentes dos políticos. No caso da Grécia, e da austeridade em geral, os economistas publicaram alguns papers fortemente críticos aos programas da União Europeia, mas os políticos parecem estar ignorando-os.
Primeira de duas partes. A próxima, sobre relações externas será publicada breve no site outraspalavras
http://outraspalavras.net/capa/eua-sociedade-em-ruptura/

A maior revelação das delações: qual é o menos corrupto dos grandes partidos

  • Não é a primeira vez que delatores narram ameaças físicas associadas a Eduardo Cunha

Por Paulo Nogueira para site DCM - Sociedade e Política Brasileira Anti-ética (fonte no final)
o delator Machado: "Não sobra ninguém no PSDB"

Observe as revelações sobre o PMDB. Numa das últimas delações, surgiu a acusação de que um operador de Eduardo Cunha ameaçou queimar a casa de um delator com os filhos dentro.
De novo: queimar com os filhos dentro.
Não é a primeira vez que delatores narram ameaças físicas associadas a Eduardo Cunha.
Ainda no campo do PMDB, pertencem ao terreno do espanto, também, as delações de Sérgio Machado.
E com Machado vamos ao PSDB, citado por ele. “Fui do PSDB dez anos. Não sobra ninguém”, disse Machado. Mas frase símbolo foi essa: “Todo mundo conhece os esquemas do Aécio”.
Todo mundo não. O público em geral desconhecia as roubalheiras de Aécio, graças à proteção infinita dada a ele pelas empresas jornalísticas.
Um antigo reduto milionário das propinas de Aécio, Furnas, só ganhou os devidos holofotes agora, depois de muitos anos de pilhagem. Delcídio falou em Furnas, Machado falou em Furnas — e a grande imprensa nunca investigou Furnas. Nem ela e muito menos a Polícia Federal.
Aécio virou um campeão de aparições em delações. Consagrou-se como a pior espécie de corrupto: aquele que rouba na sombra e, à luz do sol, faz sermões contra a corrupção.
Virou um morto vivo na política, por isso. Sua ladroagem saiu enfim da escuridão.
Perto do que se sabe agora que ele fez, o aeroporto privado que mandou construir com verba pública perto de sua casa de campo em Minas virou insignificância.
No terreno do PSDB, FHC teve também sua taxa de verdade e de merecidas humilhações nas delações. Ficou claro que o assalto à Petrobras foi enorme em seu governo. O filho de FHC foi citado numa negociata multimilionária na Petrobras.
E Dilma enquanto isso? Nada. De Lula, parece piada neste momento, mas o maior ataque contra ele derivou de pedalinhos.
Um político ligado a FHC, Xico Graziano, alimentou durante muito tempo a fábula de que Lulinha era dono da Friboi. Agora, foram investigar a Friboi no âmbito da Lava Jato e encontraram não Lula, mas Henrique Meirelles, o czar de Temer na economia. Meirelles comandava a Friboi na época em que a empresa é acusada de dar propinas.
E assim, com fatos, se desfaz o mito de que o PT inventou a corrupção no Brasil.
Um esclarecimento, antes de tudo.
Não sou petista. Não tenho vínculo nenhum nenhum com o PT.
É o tipo de aviso que acho detestável, e que abandonei há tempos. Mas neste caso abro uma exceção.
Vamos lá.
As múltiplas delações vão deixando clara uma coisa que não recebeu ainda a devida atenção: ao contrário da narrativa incessante da mídia nestes últimos anos, desde que Lula subiu ao poder, o PT é o partido menos corrupto entre os grandes que estão aí.
Está de fora aí, naturalmente, o pequeno PSOL, um exemplar reduto de integridade e combatividade.
 É um efeito colateral, e brutalmente indesejado pela plutocracia, da Lava Jato.
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
 
 
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-maior-revelacao-das-delacoes-o-pt-e-o-menos-corrupto-dos-grandes-partidos-por-paulo-nogueira/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=a-maior-revelacao-das-delacoes-o-pt-e-o-menos-corrupto-dos-grandes-partidos-por-paulo-nogueira

Qual a origem dos nomes dos países da América Latina?


Nomes indígenas, flora e fauna locais, ordens religiosas ou riquezas explicam 'batismo' de nações do continente

Da BBC para site Contexto Livre - Sociedade e Países na América Latina


Alguns nomes de países da América Latina surgiram graças aos povos que já 
viviam originalmente no local. Outros foram rebatizados depois da chegada 
dos colonizadores da Espanha ou de Portugal.

Outros ainda são homenagens aos que lutaram pela independência.

Veja abaixo a origem dos nomes de alguns países da região.

Argentina
Buenos Aires fica nas margens do Rio da Prata. E a prata deu origem ao nome da 
Argentina.

O nome do país significa prata e vem da palavra "argentum", em latim, e "argénteo",
 em em espanhol.

"No ano de 1554 aparece pela primeira vez em uma peça de cartografia a 
denominação de Terra Argentea", escreveu o Ministério da Defesa da Argentina em
 sua página na web.

E o país ganhou seu nome também graças à localização geográfica, às margens do rio da Prata, famoso entre os exploradores
 do século 16 por ser uma das vias transitáveis da região.

Belize
Uma teoria afirma que o nome do país tem origem no rio Belize, que fica neste território. E Belize seria uma palavra 
derivada do idioma maia, "balis", que significa "lamacento" ou "úmido".

Outra versão é de que Belize na verdade é um erro de pronúncia do nome de Peter Wallace, um aventureiro escocês que se
 estabeleceu na região, segundo o Dicionário Oxford de Topônimos.

Bolívia
O nome deste país talvez seja um dos mais previsíveis da lista.

Bolívia tem sua origem no nome do militar e político Simón Bolivar, um dos pais da independência da América do Sul no 
século 19.

Brasil
História da origem do nome do Brasil, a partir da árvore do pau-brasil, é bem conhecida

A história é bem conhecida: o nome do país vem do nome de uma árvore de cor intensa, avermelhada, parecida com brasas
 acesas.

Os portugueses chegaram a estas terras e batizaram a árvore de pau-brasil, uma espécie que era comum na América do Sul.

Chile
Quanto ao Chile, são muitas as teorias sobre a origem de seu nome.

Alguns historiadores afirmam que o nome vem da palavra chilli do idioma nativo quechua ou aimará, que significa fim, pois
 era o fim do império para os Incas, que dominavam a região.

Outros dizem que as terras do chilli ou tchili para os Incas eram as terras do "frio" ou da "neve".

E, segundo o jornal chileno La Nación, outros estudiosos falam que o nome do país vem das palavras trih ou chil, que os
 nativos usavam para se referir a um pássaro com manchas amarelas em suas asas.

Colômbia
O nome Colômbia tem apenas 153 anos

O nome surgiu como homenagem ao explorador e navegante Cristóvão Colombo, que liderou a primeira expedição espanhola
 que chegou à América em 1492.

A Colômbia tem este nome há 153 anos. Antes era chamada de Nova Granada e Gran Colômbia.

Todas estas mudanças também vieram acompanhadas de mudanças no tamanho de seu território com o passar dos anos.

Costa Rica
Cristóvão Colombo foi quem batizou o lugar quando chegou à região, em sua quarta viagem. Segundo o Dicionário Oxford,
 ele acreditava que iria encontrar muito ouro.

O pesquisador costarriquenho Dionisio Cabal afirma que existe a hipótese de que o nome Costa Rica seja, na verdade, 
escrito Costarrica e vem do idioma dos huetar, nativos que moravam nesta região da América Central.

E este nome, Costarrica, era como estes indígenas chamavam o povoado onde moravam ou um assentamento dentro de sua
 comunidade.

Cuba
O nome Cuba vem do idioma dos habitantes originais da ilha

Muitas teorias aparecem quando se fala da origem e do significado do nome desta ilha no Caribe.

Algumas delas afirmam que o nome vem da palavra Ciba, que entre os indígenas taínos, que moravam na região, significa
 "pedra, montanha, caverna".

Outras dizem que vem da palavra taína cohiba, que os nativos supostamente usavam quando se referiam ao território.

Já uma terceira corrente afirma que vem da palavra árabe coba, que significa mesquita com cúpula e fazia referência à 
forma das montanhas que podem ser vistas desde a baía Bariay, onde Cristóvão Colombo desembarcou.

Existe ainda uma quarta teoria (e podem haver outras): Cuba está localizada no centro do Caribe e seu nome poderia ser
 uma derivação do taíno Cubanacan, que significa "lugar do centro", segundo o Dicionário Oxford.

Equador
A linha do Equador marca a divisão entre os Hemisférios Norte e Sul

Este é um dos outros exemplos na região que não deixa dúvidas sobre seu nome.

Equador se refere à localização geográfica do país, na famosa linha imaginária do equador, que divide a Terra em Hemisférios
 Sul e Norte.

Esta denominação foi dada ao país em 1830, depois que o território se separou da Gran Colômbia.

El Salvador
De acordo com o Dicionário Oxford o nome El Salvador tem origem em uma fortaleza espanhola que ficava onde hoje está a
 capital, San Salvador.

O governo de El Salvador explicou em 2015, depois que o nome oficial "República de El Salvador" completou cem anos, 
que a data não está registrada mas a primeira prova de seu nome está no Arquivo da Guatemala e data do ano 1525.

Guatemala
Uma pesquisa feita pelo jornal Prensa Libre de Guatemala sugere que, segundo documentos, o nome de Guatemala já aparecia com esta grafia no ano de 1524.

O nome vem da palavra Quauhtemallan, do idioma náhualt. É o nome pelo qual os indígenas chamavam o território cakchique.

Entre os vários significados para a palavra estão "lugar arborizado, acumulação de madeira ou também terra de águias", 
segundo o Dicionário Oxford.

Haiti
A palavra Haiti é derivada do idioma arahuaca, língua dos primeiros habitantes do local

Haiti tem origem no idioma arahuaca, que era a língua antigos habitantes do lugar e significa "terra de montanhas".

E este era o nome que os taínos deram à parte oeste da ilha, que divide com a República Dominicana.

Honduras
Cristóvão Colombo chegou a Honduras em sua quarta viagem, no começo de 1500.

Não se sabe exatamente quem batizou estas terras mas o historiador chileno Robustiano Vera afirma que os navegantes 
descreviam as águas costeiras da região como "honduras" (profundas).

O jornal La Tribuna, no entanto, afirma que, para o geógrafo francês Elisée Reclus, o nome Honduras foi dado por outro 
explorador, Bartolomé de las Casas, que falou da terra de "Hondure", uma palavra de origem indígena.

Jamaica
Este nome também vem do idioma taíno e está relacionado com a palavra Xaymaca ou Yamaya, apesar de, com as 
traduções para o espanhol e com o passar dos anos, acabou virando Jamaica.

O significado é "terra de bosques e água".

México
O nome do México tem sua origem neste outro nome: Metztlixihtlico

México é uma tradução e uma simplificação para o espanhol da palavra Metztlixihtlico, o nome com o qual os astecas 
chamavam a capital.

O significado é "o centro da lua", pois mētztli é lua, xictli é centro e co é lugar.

Algumas teorias afirmam que o verdadeiro significado da palavra México é "o umbigo da lua".

Nicarágua
O nome Nicarágua tem origem em uma palavra indígena mas há discordância quanto ao seu significado.

Alguns acreditam que vem da união entre o nome de um chefe indígena chamado Nicarao e da palavra água.

Segundo o jornal Hoy de Nicaragua, outros afirmam que o grupo dos nahaos chamou a região de Nicanahuac, que 
significava "os nahoas chegaram até aqui" e com o passar do tempo a palavra se transformou em Nicarágua, devido à 
dificuldade que os espanhóis tinham para pronunciar a palavra.

Panamá
A cidade do Panamá deu o nome ao país

Com o Panamá temos mais um caso com várias interpretações.

O que se sabe é que o país recebeu este nome devido à Cidade do Panamá, capital do país. A origem da palavra viria 
dos povos nativos desta região. O significado é "abundância de peixes e borboletas".

Outros pesquisadores afirmam que, na verdade, Panamá tem origem no nome de uma árvore chamada panamá. Os nativos
 usavam locais onde havia estas árvores para fazer reuniões.

Uma terceira teoria afirma que Panamá tem origem na frase panna mai, do idioma nativo cuna e que significava "mais longe".

Paraguai
Existem duas versões cercando este nome. A denominação vem do guarani, como muitos outros nomes da região, mas as 
traduções, às vezes, não coincidem.

Examinando o nome em espanhol, Paraguay: alguns afirmam que para se refere a "mar", gua, significa "vindo de" e y, "água".

Ou seja: "água que vem do mar".

O pesquisador paraguaio Jorge Rubiani afirma que o nome vem da palavra paragua, e era o nome de um cacique que fez um
 pacto com os espanhóis.

Paragua, segundo Rubiani, significa "coroa de penas".

Peru
O nome Peru é muito mais antigo do que a chegada dos colonizadores da Espanha

O nome deste país parece ser anterior à chegada dos espanhóis.

Para o Dicionário Oxford o nome vem de Birú ou Perú, que em guarani significa "rio".

Para o historiador Raúl Porras Barrenechea, Birú era, na verdade, o nome de um cacique do sul do Panamá e todas estas terras recebiam o nome dele.

Outras teorias afirmam que a origem da palavra Peru é Viru, que é uma palavra no idioma quechua.

Porto Rico
Os indígenas taínos, que moravam na ilha, a chamavam de Boriquén ou Borinquen, que significa "Terra do Altíssimo" ou
 "Terra do Grande Senhor".

Cristóvão Colombo rebatizou a ilha de San Juan Bautista.

O nome atual tem origem nas riquezas que partiam do porto de San Juan, capital da ilha, para a Espanha.

República Dominicana
O primeiro nome da República Dominicana era Santo Domingo (o nome de sua capital nos dias de hoje).

A historiadora Celsa Albert Batista afirma que uma das teorias é que o nome atual veio da ordem religiosa dos Dominicanos
 que se estabeleceu no lugar para evangelizar os nativos.

Outra teoria é de que Cristóvão Colombo chegou a esta ilha em um domingo e por isso ela foi batizada assim, apesar de o
 explorador ter chamado a ilha inteira de La Española — o território é compartilhado entre República Dominicana e Haiti.

Uruguai
Sabe-se que esta palavra vem do guarani, mas existem várias versões a respeito de seu significado.

O Dicionário Oxford diz que o nome do país pode ser derivado de uruguä, que para os guaranis significava uma espécie de
 "mexilhão ou caracol".

Levando em conta o nome em sua grafia em espanhol, Uruguay: a palavra também poderia ter origem em uru, um tipo de ave
 que vivia na zona do rio; gua, que significa "que vem de" e y, que significa água.

Outra teoria ensinada nas escolas uruguaias é que o nome do país significa "rio dos pássaros pintados".

Venezuela
É a "pequena Veneza". Os exploradores Alonso de Ojedo e Américo Vespucio deram esta definição ao observar que
 as casas dos nativos na costa de Maracaibo estavam construídas sobre pilares de madeira.

Mas há outra versão.

O jornal venezuelano El Nacional afirma que documentos indicam que os primeiros navegantes que chegaram à região 
fizeram contato com os indígenas que vivam em uma pequena ilha chamada Veneci-uela.
No BBC
http://www.contextolivre.com.br/2016/07/qual-origem-dos-nomes-dos-paises-da.html