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5.24.2017

Polícia reprime ato dos Movimentos Sociais, e Governo Ilegitimo convoca tropas federais


por redação da revista Carta Capital – Sociedade e Manifestaçao dos Movimentos Sociais em Brasilia

PM revidou com violência tentativa de manifestantes de se aproximarem do Congresso. Governo convoca tropas federais.

Pedro Ladeira / Folhapress

Descrição: ConfrontoManifestante se protege de bombas na Esplanada dos Ministérios em Brasília

A Polícia Militar do Distrito Federal reprimiu de forma violenta a marcha que reuniu centrais sindicais e movimentos sociais nesta quarta-feira 25 em Brasília. Os manifestantes pedem a saída do presidente Michel Temer e eleições diretas, além de serem contra as reformas trabalhista e da Previdência que tramitam atualmente no Congresso Nacional.

A PM ou o Corpo de Bombeiros ainda não confirmam números, mas há dezenas de feridos entre os manifestantes, principalmente atingidos por balas de borracha, e seis policiais feridos. De acordo com o portal UOL, há pelo menos um ferido grave, que perdeu parte da mão. Pelo menos quatro pessoas foram detidas pela polícia. 

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, informou que o presidente Michel Temer decretou a "ação de garantia da lei e da ordem" na Esplanada dos Ministérios e, com isso, tropas federais passarão a reforçar a segurança na região.

Jungmann fez um pronunciamento por volta das 16h30. "O senhor presidente decretou, por solicitação do senhor presidente da Câmara, a ação de garantia da lei e da ordem e, nesse instante, tropas federais se encontram nos palácios do Planalto e do Itamaraty e logo mais estarão chegando tropas para assegurar que os prédios dos ministérios sejam mantidos incólumes", anunciou o ministro da Defesa.

Segundo o ministro, a manifestação era pacífica, mas "degringolou na violência, no vandalismo, no desrespeito, na agressão ao patrimônio público e na ameaça às pessoas".

Incêndio em Ministério

Imagens mostradas pelo canal a cabo GloboNews mostraram um incêndio dentro do prédio do Ministério da Agricultura. O fogo só foi extinto por volta das 16h. Segundo a emissora, todos os ministérios da Esplanada dos Ministérios foram evacuados e há danos também nos ministérios do Turismo, Fazenda, Planejamento e Minas e Energia. Há notícias ainda de uma invasão no Ministério da Cultura, onde manifestantes teriam roubado documentos e computadores e os jogado na rua, e de focos de incêndio no Ministério da Planejamento, já controlado. 

De acordo com a organização do ato, cerca de 800 ônibus com manifestantes de todo o Brasil chegaram a Brasília até a manhã de hoje e o ato se concentrou no Estádio Mané Garrincha. Por volta das 11h30 a passeata teve início com o objetivo de chegar ao Congresso e à Praça dos Três Poderes.

Um forte esquema de segurança, porém, impedia o avanço dos manifestantes, que forçaram a passagem já nas proximidades do Congresso, por volta das 13h30. Em retaliação, a polícia usou bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha para conter a multidão. Há forte divergência entre os números, uma vez que a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal fala em 35 mil pessoas e os organizadores do evento falam em 150 mil.

Descrição: fogo.jpg

Focos de incêndio ao longo da Esplanada dos Ministérios (Agência Brasil)

Durante a marcha, líderes sindicais anunciaram no carro de som que nenhum mascarado ia entrar no movimento. "Estamos de olho", anunciaram e pediam que quem estiver com o rosto coberto que tirasse a máscara. No entanto, imagens veiculadas pelos meios de comunicação e nas redes sociais mostram vários manifestantes com os rostos cobertos e armadas com pedaços de madeira. 


Prédios da Esplanada dos Ministérios foram danificados durante o ato. Um manifestante com o rosto coberto pichou "Diretas Já" na fachada do prédio de Minas e Energia. No Ministério da Fazenda, vidros foram quebrados e os servidores, dispensados. Banheiros químicos e grades dispostas ao longo da via também foram derrubados.

Mesmo após dispersar boa parte do ato, por volta das 15h a Polícia continua jogando bomba contra os manifestantes nas vias S1 e N1, nos arredores da Esplanada dos Ministérios. Mesmo assim, novos grupos continuavam a chegar no gramado central da Esplanada.

Congresso Nacional


Parlamentares de partidos da oposição se juntaram à marcha por volta de 13h e subiram em um dos carros de som que cruzava a Esplanada dos Ministérios, mas disseram que só iam discursar quando estiverem na frente do Congresso. No momento de confronto, alguns deles - como os deputados Chico Alencar (Psol-RJ) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e os senador Paulo Paim (PT-RS) - sofreram os efeitos da forte repressão policial ao serem atingidos pelo gás lacrimogênio. 


Dentro do Senado, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) anunciou em Plenário que vai formalizar pedido para que a Presidência do Senado solicite da Polícia Militar do Distrito Federal mais respeito no tratamento com os manifestantes. A senadora contou que estava em um carro de som no início desta tarde e presenciou o início dos confrontos entre pessoas presentes à manifestação e os policiais.

"Podíamos ver uns 50, 60 homens mascarados com paus na mãos. Eu falei do caminhão, pedi para que não usassem máscara porque ali só tinha pais e mães de família, só tinha trabalhadores",  relatou a senadora. Vanessa acredita que essas pessoas foram infiltradas na manifestação para causar confusão e a polícia respondeu imediatamente de forma violenta.

Na Câmara, a sessão deliberativa do plenário foi suspensa e encerrada apósprotesto dos partidos de oposição ao governo que criticavam a ação da policial durante manifestação que ocorre na Esplanada dos Ministérios. Alguns líderes partidários ocuparam a mesa do plenário da Câmara gritando “Diretas Já, o povo quer votar”.

O líder da minoria, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que a polícia agrediu inclusive parlamentares que participavam do protesto e pediu o fim da sessão do plenário. “A força bruta não pode substituir a democracia (….) Por isso, eu peço o encerramento da sessão”, declarou.

Na tribuna, o líder do DEM, Efraim Filho (PB), rebateu as críticas e disse que a polícia também foi agredida. Ele pediu que os parlamentares voltassem a trabalhar. Ao ocupar a mesa do plenário, os oposicionistas estenderam uma faixa com a frase “Fora Temer”. O deputado Mauro Pereira (PMDB-RS) arrancou a faixa das mãos dos deputados, o que provocou certo tumulto. Durante a confusão ouviu-se também no plenário gritos de "Lula na cadeia", em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente da sessão, deputado André Fufuca (PP-MA), tentou manter o andamento dos trabalhos, mas decidiu suspender e depois encerrar os trabalhos.

Com informações da Agência Brasil

https://www.cartacapital.com.br/politica/policia-reprime-ato-contra-temer-e-reformas-ministerio-e-incendiado

Trabalhadores ocupam Brasília para barrar as reformas da administraçao publica golpista



As centrais sindicais dão mais um passo nesta quarta-feira (24) no movimento de resistência contra as reformas da Previdência e trabalhista. As entidades dos trabalhadores ocupam Brasília com o apoio das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo para realizar a 9ª Marcha da Classe Trabalhadora. A concentração será ao lado do Estádio mané Garrincha e às 11h a manifestação se dirige ao Congresso Nacional. O objetivo agora é impedir o atropelo nas votações.

por Railídia Carvalho do Portal Vermelho – Sociedade e Movimentos Sociais

Principal interessado na aprovação das reformas, em especial a trabalhista, o empresariado não esconde mais que o ilegítimo Temer foi um instrumento para acabar com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e com a aposentadoria.

A força da bancada empresarial no Congresso se manifestou nesta terça-feira (23) na sessão da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), que tratou da reforma trabalhista. Após muito tumulto e discussão, o relator Ricardo Ferraço (PSDB-ES) suspendeu a sessão, que não foi retomada, e - sob protestos da oposição - deu como lido o relatório, que propõe a aprovação do texto tal qual foi aprovado na Câmara.

Segundo Alysson Alves, do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) “a lógica é aprovar tudo, o Presidente veta  pontos e eles voltam como medida provisória. Uma piada! Um insulto ao trabalhador brasileiro!”

A conta do golpe

Para o presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, fica evidente na atual conjuntura que o “conluio golpista” não estava interessado em recuperar a economia mas sim em jogar a crise nos ombros dos trabalhadores.

“Eles investiram tanto para financiar esse golpe, tiraram um mandato constitucional, agora querem receber o dinheiro de volta com a redução do custo da mão-de-obra, fim da CLT, ampliação da jornada, contratos precários. Tudo isso é a confirmação de que foi concretizado um golpe do capital contra o trabalho. Não tem mais o que esconder”, completou Adilson.

Intimidar o movimento sindical

Como aconteceu em manifestações recentes, circulam rumores de que o Congresso estará cercado por aproximadamente 5 mil policiais nesta quarta-feira. Segundo Adilson, está sendo montado um campo de guerra em Brasília incluindo barreiras e fila indiana para entrar na Esplanada.

“Querem dificultar qualquer possibilidade de manifestação contra esse golpe que pretende consagrar o fim dos direitos laborais e previdenciários e instituir o trabalho escravo”, afirmou Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).


Superar expectativas

Mais de 300 ônibus com militantes de todo o país é a conta que a CTB deve levar a Brasília. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical prometem levar de 20 a 30 mil trabalhadores para a marcha. Participam da marcha ainda a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Intersindical, CSP-Conlutas, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e União Geral dos Trabalhadores (UGT).

“O Brasil se desloca para Brasília fazendo pressão nas ruas em uma marcha que está superando as nossas expectativas”, declarou o presidente da CTB, Adilson Araújo. Na opinião dele, as centrais sindicais não vão permitir que se aproveitem do clima de instabilidade para salvar “na calada da noite” interesses particulares.

Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, a reforma trabalhista interessa aos empresários e a reforma da Previdência ao mercado financeiro. “O movimento sindical já tinha percebido isso porque a maioria das propostas colocadas para o debate estavam no plano da Confederação Nacional da Indústria (CNI)”, observou Juruna.

Saída democrática

“As centrais de um modo geral querem encontrar soluções democráticas para a crise e vão tomando conta da dimensão do estrago que a crise política está provocando nos trabalhadores. Então não há outro caminho que não seja fazer um grande movimento político de massas em defesa do brasil, motivado pela constituição de uma ampla frente democrática e em defesa do desenvolvimento, crescimento econômico e da geração de emprego e renda”, afirmou Adilson.

O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, criticou a velocidade da apresentação do relatório da reforma trabalhista nesta terça-feira. Segundo ele, o debate deveria ser ampliado e envolver setores diversos.

“Esta agenda foi mandada com sete pontos pelo governo e saiu de lá com 117 pontos. A quem interessa a calibragem desta reforma, que revoga e flexibiliza direitos e cuja experiência no mundo inteiro, como na Espanha, teve como consequência imediata o achatamento da massa salarial? A precarização e a rotatividade jogam os salários lá embaixo. Na Espanha foi 100%. Cem por cento dos salários caíram”, lembrou Renan.

Ele também afirmou que o ministro da Fazenda Henrique Meirelles deveria ter sido demitido por afirmar que as reformas avançariam independente da situção do presidente. Renan deverá participar do ato político durante a marcha dos trabalhadores.
http://www.vermelho.org.br/noticia/297294-1