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2.23.2023

Brasil: administração federal liberou geral agrotóxicos, agricultoras(es) no RS usam financiados por grandes empresas multinacionais

Empresas fabricantes de cigarros orientam fumicultores a aplicarem ao menos 11 produtos químicos proibidos na União Europeia 

Repórter Brasil e organização de jornalismo investigativo dinamarquesa Danwatch revela que 11 produtos usados nas lavouras brasileiras de fumo são feitos à base de substâncias – chamadas de ingredientes ativos – banidas na União Europeia

por Poliana Dallabrida da Repórter Brasil e Sul 21 – Sociedade e Republica das Bananeiras

 Foto: Fernando Martinho/Repórter Brasil

Mais de 8 milhões de pessoas morrem todos os anos pela exposição à fumaça do cigarro, estima a Organização Mundial da Saúde. O que esse cálculo não inclui são os riscos à saúde para quem produz o tabaco. Substâncias que podem causar câncer, são tóxicas para a reprodução humana ou desregulam a produção hormonal do corpo humano estão presentes em parte dos agrotóxicos usados por fumicultores do Brasil, maior exportador mundial. 

Uma investigação exclusiva da Repórter Brasil e da organização de jornalismo investigativo dinamarquesa Danwatch revela que 11 produtos usados nas lavouras brasileiras de fumo são feitos à base de substâncias – chamadas de ingredientes-ativos – banidas na União Europeia. Mesmo assim, é justamente essa região o principal destino do tabaco exportado pelo Brasil. Em 2022, o bloco recebeu 40% das exportações brasileiras de tabaco. A Bélgica é o maior comprador, à frente da China e dos Estados Unidos.

A Repórter Brasil teve acesso às listas de agrotóxicos prescritos pela Philip Morris e pela British American Tobacco (BAT) à seus fornecedores. Juntas, as empresas recomendam o uso de até 25 produtos químicos nas lavouras, entre inseticidas, fungicidas, herbicidas e antibrotantes, entre eles os inseticidas Actara (com o ingrediente-ativo tiametoxam), Certero (triflumurom), Evidence 700 WG e Confidor Supra (imidacloprido), Nomolt 150 (teflubenzurom) e Talstar (bifentrina), os fungicidas Dithane NT, Ridomil Gold (mancozebe) e Rovral (iprodiona) e os herbicidas Boral 500 (sulfrentazona) e Yamato SC (piroxasulfona) – cujos ingredientes ativos são proibidos no bloco europeu por causarem danos à saúde.

“Admitir que usamos agrotóxicos cujos estudos já estão consolidados e apontam que fazem mal à saúde, é nos colocarmos como um país submisso num mercado global de commodities”, afirma o pesquisador Francco de Souza e Lima, do Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). “Para priorizar a exportação, nos sujeitamos a passar mal, a adoecer, e morrer, porque o resultado da exposição a essas substâncias é adoecimento.” 

A reportagem visitou dez propriedades fumicultores nos três estados da região Sul do país, responsável por 95% da produção nacional, e não encontrou nenhum trabalhador usando os equipamentos de proteção (EPIs) recomendados para uma aplicação, teoricamente, segura dos produtos químicos. 

Consultadas pela reportagem, as multinacionais processadoras de tabaco informaram que estão substituindo os produtos danosos – ou recomendando essa substituição aos agricultores com os quais têm contrato de fornecimento. A Japan Tabacco International (JTI), por exemplo, diz que substituiu o uso dos pesticidas Actara, Confidor Supra e Talstar e que não recomenda o produto Yamato SC. “Cada país ou região é responsável por liberar ou proibir o uso de qualquer ingrediente ativo”, complementa.

A BAT afirmou que seus fornecedores usam apenas “agroquímicos aprovados, com a menor toxicidade possível” e que devem evitar produtos classificados como altamente perigosos (highly hazardous pesticides ou HHPs, na sigla em inglês) pela Organização Mundial da Saúde. “Quaisquer agroquímicos classificados como HHPs, usados antes de 2018, foram substituídos ou retirados da cadeia de produção da BAT”.

A Philip Morris respondeu que “vem promovendo proativamente o uso de compostos biológicos em detrimento de produtos químicos, visando reduzir o uso de defensivos”. 

Já a Alliance One recomenda o uso de produtos químicos registrados pelos órgãos governamentais competentes. A Universal Leaf não respondeu aos questionamentos enviados até o fechamento desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações futuras.  

Santa Cruz do Sul RS ouTabacolândia

O pórtico de entrada da cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul traz, em destaque, a  logomarca da fabricante de cigarros Souza Cruz, antigo nome da BAT Brasil. O detalhe não deixa dúvidas: o visitante está entrando na capital nacional do fumo. No município, localizado a 150 km de Porto Alegre e com pouco mais de 130 mil habitantes, estão instaladas as fábricas de multinacionais onde saem os cigarros Marlboro (Philip Morris) e Lucky Strike (BAT). 

O PIB per capita local é 5 vezes maior que a média do estado e o centro da cidade tem calçadas limpas repletas de canteiros de flores e uma praça com grama impecavelmente cortada, que é coroada por uma imponente igreja em estilo gótico construída por imigrantes alemães e italianos. As marcas do setor tabagista estão por todos os lados. Em novembro, quando a Repórter Brasil visitou o município, as principais avenidas estavam decoradas com bandeiras da Oktoberfest de Santa Cruz, e as multinacionais Philip Morris, BAT, a americana Universal Leaf e a japonesa Japan International Tobacco (JTI) se destacavam entre as patrocinadoras da festa. 

Distante apenas 35 km de Santa Cruz do Sul está Vale do Sol, município de 11 mil habitantes formado sobretudo por pequenas propriedades rurais fornecedoras de tabaco. O cenário ali é bem diferente da potência econômica da cidade vizinha: casas simples dominam a paisagem, onde ainda se pode ver carroças carregadas de folhas de fumo puxadas por bois e famílias inteiras dedicadas ao cultivo. São pequenos e médios municípios como Vale do Sol que garantem o fornecimento de tabaco para o mundo. O Brasil é o segundo maior produtor global, atrás apenas da China, e principal exportador.

No interior de Vale do Sol vive Daniel*, que produz tabaco junto com a esposa, o filho e a nora para a Universal Leaf. Consciente dos riscos que a aplicação incorreta de agrotóxicos pode trazer à sua saúde, ele admite que não usa a roupa de proteção recomendada pelas empresas são incompatíveis com a atividade: uma segunda pele de mangas longas e calça comprida, mais um macacão de lona, botas e luvas e ainda uma máscara que cobre rosto e pescoço inteiramente. “Se botar a roupa, não aguenta de calor. Faz mais mal ainda”, resume Daniel*. Seu verdadeiro nome e de todos os fumicultores entrevistados serão ocultados para evitar represálias às famílias, como o cancelamento do contrato de venda de fumo.

Uma pesquisa publicada em 2017 mostra que o fumo usa, em média, 60 litros de agrotóxico por hectare plantado. Essa foi a maior média entre os 21 cultivos analisados no estudo, produzido por pesquisadores do Núcleo de Estudos Ambientais e Saúde do Trabalhador da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), referência em pesquisas sobre o tema. “Analisamos o uso do produto formulado, ou seja, que ainda não foi diluído, que é o que é vendido aos agricultores”, explica o pesquisador Francco Antonio Neri de Souza e Lima, um dos autores do trabalho. 

Uma conclusão completamente oposta aparece numa pesquisa conduzida por dois professores da Esalq, a escola de agricultura da Universidade de São Paulo (USP), e amplamente compartilhada em materiais de divulgação do sindicato das indústrias do tabaco. Publicada em novembro de 2019, a pesquisa aponta que o tabaco, entre 19 culturas analisadas, demanda a menor quantidade de agrotóxicos. Tomate, maçã e batata inglesa são, proporcionalmente, as lavouras que mais utilizam, sustenta o documento. Nesse estudo, os pesquisadores fizeram os cálculos com base em quilogramas de ingrediente-ativo por hectare cultivado.

Plantadores de Fumo fazem a Piscina de agrotóxicos

No caso do tabaco, a maior parte dos agrotóxicos é usada na produção das mudas, feitas em pequenos canteiros. Mas também há pulverização na etapa final de crescimento das plantas.

Para a produção das mudas de fumo, as sementes são plantadas em bandejas de plástico dispostas lado a lado numa lona no chão. Cercada por tijolos ou tábuas de madeira, essa área, que os fumicultores chamam de “piscina”, é preenchida com até 10 centímetros de água e banhada com pesticidas, jogados com um regador de plantas. Quando as mudas atingem cinco centímetros, são retiradas das bandejas e plantadas na terra. 

Há riscos de contaminação do solo se a lona estiver furada ou não for corretamente descartada após a produção das mudas. Era esse o caso da propriedade de Joaquim* em Vale do Sol. Os 50 mil pés de fumo cultivados ali seriam futuramente vendidos para a Philip Morris. A piscina outrora usada para a produção de mudas estava cheia de água da chuva. Dentro, boiavam uma embalagem de agrotóxico e um pequeno sapo morto.

 Em propriedade fornecedora da Philip Morris, piscina de agrotóxicos onde foram produzidas as mudas de tabaco, é deixada à céu aberto. Foto: Fernando Martinho/Repórter Brasil

 A segunda situação de exposição mais intensa do fumicultor com os agrotóxicos se dá dias antes da colheita. Quando o tabaco está quase “no ponto”, como dizem, é preciso cortar os brotos que surgem no topo da planta. Enquanto um trabalhador quebra o broto do tabaco, outro despeja um jato do agrotóxico antibrotante no talo remanescente da planta. Para isso, tanto a Philip Morris como a BAT recomendam o uso dos produtos Deoro ou PrimePlus.

Numa manhã quente de novembro, o fumicultor Tiago*, fornecedor da Japan Tabacco International (JTI), fazia a mistura dos produtos sem sequer usar luvas. Os frascos estavam jogados no chão, ao lado do carrinho que levava a bomba costal usada para aplicação do produto e de galões com água usada para diluir o agrotóxico. Inquirido sobre o uso do EPI, ele começou a gaguejar, constrangido. “A gente tem que ter, só que é muito quente. Eu estou acostumado a trabalhar assim. Só que se a firma me pegar..”, disse, sem conseguir terminar a frase. Por sua vez, a empresa informa que fornece, a preço de custo, “uma vestimenta produzida com tecido mais leve e que possui sistema de ventilação” para aplicação dos químicos.

A poucos metros dali, outro trabalhador sem máscara, luvas ou roupas impermeabilizantes aplicava o antibrotante com uma bomba costal. Nessa área, que pertence a Francisco*, pai de Tiago*, a produção costuma ser vendida para indústrias locais ou para “picaretas”, como são chamados os compradores de fumo que atuam como intermediários entre os produtores e as indústrias processadoras.

Francisco reconhece que são raras as ocasiões em que o equipamento completo é usado. “Usamos só quando estamos trabalhando na beira da estrada porque não sabemos quando o Ministério Público [do Trabalho, órgão responsável pela fiscalização das condições de trabalho no setor] vem. [Com a roupa] tu sua, sua, sua. Tu não aguenta”, diz.

Joaquim*, fornecedor da Philip Morris, mostrou à reportagem o pacote de EPIs fechado, apesar de garantir que faz uso do equipamento completo sempre que necessário. À Repórter Brasil, a empresa reforçou que o uso dos EPIs é “obrigatório e previsto contratualmente”, verificado em visitas técnicas e também por meio de auditorias externas.

 Pacote com equipamentos de proteção são oferecidos a preço de custo para fumicultores, mas o calor e a redução da mobilidade dificultam uso no dia a dia. Foto: Fernando Martinho/Repórter Brasil

“Olha, acho que uns 10% dos produtores usam todo o equipamento que as empresas dão”, estima Maycon, jovem que cresceu numa família de fumicultores, mas que hoje atua numa cooperativa que produz sementes orgânicas em Santa Cruz do Sul. “O resto não usa. Ou só usa quando tem visita técnica”.

“O uso do EPI é uma realidade de um universo paralelo”, afirma o pesquisador Francco Antonio Neri de Souza e Lima, da UFMT. “O EPI é difícil de ser usado. São roupas de borracha, impermeáveis. O setor tem uma tentativa de responsabilizar o trabalhador: ‘é ele que não utiliza’, ‘é ele que não quer usar’. Mas as condições de trabalho são difíceis para usar o equipamento; é quente, atrapalha a mobilidade”, explica.

Cancer e Morte: Intoxicação no trabalho

É comum ouvir histórias de intoxicações por agrotóxicos na produção de fumo. Maycon conta uma experiência recente com o antibrotante Primeplus. Um mês antes de conceder entrevista à reportagem, num sábado de sol, enquanto ele  desbrotava o fumo, o sogro aplicava o antibrotante Primeplus. “Eu só sentia o cheiro daquele produto. À noite começou a me dar dor de cabeça, vômito. No outro dia eu não aguentei mais e fui pro hospital. Fiquei meio dia lá, tomei soro, medicação. Tinha tanta dor na cabeça que meus olhos pareciam que iam pular pra fora”, relatou.

Pesquisas listam os riscos à saúde dos fumicultores com a exposição prolongada aos agrotóxicos usados no setor. Um estudo publicado em 2017 realizou entrevistas e exames clínicos em 46 produtores de tabaco de Rio Azul (PR), município com a sexta maior área de lavoura de fumo do país. Do grupo analisado, 20 fumicultores foram diagnosticados com intoxicação crônica por agrotóxicos – diferentemente da aguda, essa ocorre pela exposição aos produtos ao longo de vários anos.

Outro estudo, de 2014, aponta que a intoxicação por pesticidas e o uso de agrotóxicos, especialmente os da classe de organofosforados, aumentam a taxas de suicídio. No mesmo ano, uma pesquisa realizada com 2,4 mil fumicultores mostrou ainda que exposição à agrotóxicos em sete ou mais situações – como entrada na lavoura após aplicação dos produtos químicos ou mesmo contato com a roupa usada nesse processo – aumenta em 88% a possibilidade de desenvolvimento de transtornos psiquiátricos. 

A crise de saúde mental entre fumicultores é alarmante, com um uso indiscriminado de remédios antidepressivos, segundo profissionais de saúde de municípios produtores de tabaco ouvidos pela Agência Pública.

“Eu só queria a minha vida de volta”

A história de Maycon e de outros fumicultores ouvidos pela Repórter Brasil em campo são, em geral, de intoxicações pontuais. Mas há quem carregue o trauma, as marcas e as dores da exposição aos agrotóxicos para sempre. “Eu só queria a minha vida de volta”, reclama a ex-fumicultora Lídia Maria Bandacheski do Prado.

Lídia sofre de Polineuropatia Tardia Induzida por Organofosforados, doença que contraiu pela exposição aos agrotóxicos da lavoura de fumo. Com a enfermidade, ele perdeu o movimento das pernas, teve o movimento dos braços limitado e passou a sofrer uma série de outras complicações. São mais de sete médicos especialistas que a agricultora consulta com frequência, além de acompanhamento com fisioterapeuta, massagista e psicólogo. “Eu sinto dores terríveis que começam nas mãos e vão subindo para os braços. Tem dias que acordo e estou toda inchada, mal consigo me mexer”, relata.

 Lídia Mara precisa de ajuda da mãe (ao fundo) para realizar atividades básicas do dia a dia, como preparar o almoço. Foto: Fernando Martinho/Repórter Brasil

A ex-fumicultora mora em Rio Azul. Ainda criança, com 8 anos, começou a trabalhar com os pais. “Hoje as estufas estão mais modernas, mas no meu tempo a gente dormia nas pilhas de fumo, na pilha de veneno. A empresa sugava tanto que a nossa casa era dividida com o paiol de fumo. Sentíamos o cheiro de nicotina, de veneno.”

Os primeiros sintomas da doença começaram em 2007, mas o diagnóstico de intoxicação por agrotóxicos veio só em 2010, depois de uma saga por diversas especialidades médicas. Em 2015, um médico de Rio Azul atestou que a doença que Lídia havia contraído fora causada pelo trabalho. O reconhecimento do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e a concessão da aposentadoria por invalidez chegou apenas em 2017. 

Desde 2015 a ex-fumicultora trava uma batalha judicial contra a multinacional Alliance One, que mantinha contrato de compra e venda de fumo com Lídia e o esposo. Vânia Mara Moreira dos Santos, advogada de Lídia, explica que a empresa questiona o diagnóstico obtido em 2015 – o documento que associa a doença à exposição aos agrotóxicos usados no setor. 

O médico perito contratado pela Alliance One afirma que Lídia não tem polineuropatia. “Na perícia ele diz que ela tem várias outras coisas, inclusive obesidade mórbida, e que uma coisa vai ocasionando a outra, mas nada causado pelos agrotóxicos”.

O mesmo perito contratado pela Alliance One também foi coordenador de um estudo patrocinado pela Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja) para avaliar o risco da exposição de trabalhadores rurais ao paraquate, agrotóxico com potencial de causar mutações genéticas, danos renais e doença de Parkinson. A pesquisa tinha o objetivo de reverter a proibição do agrotóxico pela Anvisa, que aconteceria em setembro de 2020. 

Segundo a advogada de Lídia, a Alliance One questiona também sua responsabilidade com a ex-fornecedora de tabaco. “Eles dizem que o contrato deles é um contrato de compra e venda, portanto eles não seriam responsáveis”, afirma. “Não existe um vínculo empregatício, mas existe uma relação de trabalho. São eles que determinam tudo que é feito na safra. Desde o momento em que entregam os agrotóxicos até quando se faz a classificação [da qualidade do tabaco], tudo é determinado pela empresa”, completa Santos.

A ex-fumicultora ganhou o processo na primeira instância. O juiz responsável pela análise do caso reconheceu o nexo causal entre a doença e o trabalho na lavoura de fumo. Reconheceu também a relação de trabalho entre a agricultora e a Alliance One. A empresa recorreu da decisão. Enquanto o processo segue em tramitação, a multinacional precisa pagar mensalmente R$ 6,4 mil para cobrir os custos médicos de sua ex-fornecedora. 

Procurada pela reportagem, a Alliance One afirmou que “não se manifesta em relação a processos judiciais em andamento”. 

Agricultores Sofrem Overdose de nicotina na Colheita

Além do uso de agrotóxicos com substâncias proibidas na União Europeia, os fumicultores estão expostos aos riscos que também acontecem durante a colheita do tabaco. Nesse período, a coleta de folhas de fumo úmidas, seja pela chuva, pelo orvalho da manhã ou pelo próprio suor do trabalhador, desprende altas quantidades de nicotina, causando uma overdose da substância.

Todos que atuam no setor sabem o nome desse tipo de intoxicação: é a Doença da Folha Verde do Tabaco, diagnosticada nos anos 1970, e que tem entre os sintomas dor de cabeça, náuseas, vômito e tonturas. “É uma coisa muito triste. Se você não vai para o hospital tomar soro, não passa”, explica José*, fumicultor em Santa Cruz do Sul e fornecedor da multinacional americana Alliance One.

Nas dez propriedades produtoras de fumo visitadas pela Repórter Brasil, a reportagem não encontrou nenhum produtor ou trabalhador contratado usando o EPI completo recomendado para realizar a colheita – luvas, blusa de manga comprida e o avental plástico que funciona como capa protetora, como usado por representantes de classe e políticos locais em foto tirada durante a abertura da colheita de fumo de 2017, divulgada pela Associação de Fumicultores do Brasil, a Afubra.

 O uso de equipamentos recomendados para a colheita das folhas úmidas do tabaco é cena rara durante a colheita. Foto: Fernando Martinho/Repórter Brasil

“Tem uma capa plástica para colocar, mas o sol é quente demais. Imagina [trabalhar] embaixo de um plástico”, afirma Daniel*, o produtor de Vale do Sol (RS) que vende para a multinacional americana Universal Leaf. “A gente até tenta se vestir, mas não dá para aguentar o calor, então a gente vai assim mesmo”, diz ele, apontando para as próprias roupas.

A Alliance One informou que suas equipes orientam sobre o uso correto e completo dos EPIs e que a vestimenta de colheita de tabaco úmido ou molhado assegura uma diminuição de 98% da exposição dérmica. “Outras iniciativas setoriais para produção de EPI estão em andamento, ainda em fase de estudos”, completou. 

A Universal Leaf não respondeu aos questionamentos enviados até o fechamento desta reportagem. O Repórter Brasil tem espaço aberto para manifestações futuras das multinacionais.

Esta reportagem foi realizada com o apoio do Journalismfund.eu.

Publicado no Sul 21 e Repórter Brasil22 de fevereiro de 2023

Fonte: https://sul21.com.br/noticias/geral/2023/02/fumo-produzido-no-rs-usa-agrotoxicos-banidos-internacionalmente/

2.20.2023

E se Fez a Globalização pelo Homus

Ser que protagonizou a busca intermitente do domínio sobre as demais espécies vivas, ameaçando sua própria existência na Natureza, em constante luta pela manutenção de sua própria vida

por Mazinho Vieira – Sociedade e a Terra Grita para Manter-se Viva

  Foto site somosverdes_ Ilhas Maldivas afundando devido a interferência do ser-humano no no planeta

 Um momento histórico de uma nação ocorre em função de vários fatores sociais, econômicos, culturais, morais, e mesmo nos costumes, em diversos estratos da população que está imersa nesse fenômeno.

Como dizer popularmente, a Terra é redonda, cíclica e evoluiu para o infinito, considerando as dinâmicas das maneiras, relações ecológicas e territoriais no espaço geográfico, assim  como oportunidades de sobrevivência das espécies em inter-relação.

Do Homus ao Demens

O ser homus, para existir no princípio, harmonizou-se com a Natureza, cujo início foi em torno de 160 mil anos, comprovado arqueologicamente.

Com o passar do tempo histórico e a dinâmica da evolução, surgiram as lutas entre grupos ou tribos, tanto na disputa de espaços ou territórios geográficos, assim como por alimentos.

As oportunidades climáticas e dinâmicas naturais, com fenômenos extremos de chuvas, secas, alterações climáticas entre muitas outras, desencadeou lutas, guerras, acordos entre grupos, tribos, localidades , cidades, regiões ou nações.

Assim também como os eventos foram marcados por guerras, genocídios, escaramuças, tanto organizados por interesses legítimos de sobrevivência, como por motivos de dominação ou poder do homus, que demonstrava tendência ao ser demens (demente).

Desestruturação das Organizações Humanas

Aqui no Brasil, havia formas de organização dos povos nativos (tradicionais) de princípios altamente coletivizados (coletivos), e continuidade cíclica dos ecossistemas naturais (florestas, rios, montanhas, nuvens, entre vários outros).

No continente europeu, os adventos das técnicas primitivas propiciaram uma intensa movimentação de acúmulo de áreas produtivas na caminhada histórica do homus, até o período feudal, aproximadamente.                      A urbanização (criação da polis ou cidades) potencializou o deslocamento de massas humanas do campo, para as localidades feudais. Com a migração desordenada e caótica, em um clima de extremas dificuldades de sobrevivência ou o inverno potencialmente rigoroso.

Além de todos os fatores anteriormente descritos, o início primitivo da concentração do patrimônio e capital, foi o momento propício a desestruturação das organizações humanas. 

Para além dos efeitos da natureza, somaram-se estímulos rigorosíssimos para arraigamento da individualidade oportunista e destruidora da cultura das mais diversas etnias (o ser homus apresentava alguns sinais de demens).

Óbvio que nesse frenesi ou caldeirão humano, o distanciamento da Natureza e seus abundantes recursos foram cegamente absolvidos, tanto conscientes como inconscientes.

Primeiramente nas aldeias ou localidades, hajam vistos os contingentes migratórios insanos em quase todo o território geográfico europeu.

O Coletivo e a Individualidade                           

Paralelo a imperiosa corrida às técnicas de defesa e ataques entre os vários grupos étnicos, acumulação de capital, patrimônio, poder, a estratificação social estava dando sinais claros da liberalidade (o coletivo estava sendo desequilibrado pela individualidade).

Dessa forma, os fatores social e econômico incidiram com acentuada influência na cultura, moral e costumes. 

Através da espiritualidade (múltiplas religiões monoteístas e pluriteístas), bem como a formação de milícias armadas para proteção da elite detentora do patrimônio, capital e poder.

O princípio da diversidade de organizações coletivas humanas estava definitivamente destruído, totalmente desestruturada.

Ocupação Global Terrena

O advento das navegações, que segundo estudos arqueológicos mais profundos, teria iniciado com o deslocamento dos vikings para as terras hoje denominadas Canadá,  pelos idos dos anos 1.100 aproximadamente.

Nas Américas, assim como na Ásia, África e Oceania, as mais variadas formas de vivências coletivas prosperavam entre as etnias originárias locais.

O período de continuidade do ciclo da navegação,  assim como a arraigada individualidade européia, que estimulado pelo avanço das técnicas, fomentou vários processos militares, com o uso de estratégias de dominação, para acúmulo de patrimônio,  capital e poder.

Nesta linha de raciocínio, podem ser citadas as civilizações Celtas, Helênicas, Gregas, Romanas, Germânicas, Axões, Latinas entre outras.

Essa ascensão expansionista do deslocamento pelo planeta do homus possibilitou a ocupação global terrena.

  Foto site somosverdes_floresta na Indonésia destruída para plantio de palmeiras

Ameaça de Sobrevivência do Homus

No Ocidente, a marca de cada ser humano fez-se presente em todas as formas da diversidade social, cultural, espiritual ou mesmo moral.

No meio ambiente, essa presença está sendo aprofundada pela depredação das espécies vivas.

E a continuidade da vida sob constante ameaça de sobrevivência do homus. Ser que protagonizou a busca intermitente do domínio sobre as demais espécies vivas, ameaçando sua própria existência na Natureza, em constante luta pela manutenção de sua própria vida.

2.17.2023

La encrucijada del litio: ¿la llave del futuro o una nueva esclavitud para Sudamérica ?

 El mundo atraviesa una transición energética que está desencadenado una nueva disputa global

 La matriz eléctrica irá ganando preeminencia y en ese plano, entre otros elementos, el litio cobrará una singular importancia

El 80% más rentable y más fácil de extraer está en Chile, Bolivia y Argentina, un nuevo desafío que ya inquieta a la región 

por Bruno Fornillo no Sputnik News e IHU Unissinos – Sociedade e Geopolítica na América do Sul

 Foto na internet_Lítio, mina em Portugal

 Bruno Fornillo, Doctor en Ciencias Sociales, investigador del Conicet y autor de libro “Sudamérica Futuro”, explicó lo que significarán, en las próximas décadas, los cambios en la matriz energética. Para Fornillo, existe la posibilidad de un nuevo juego geopolítico donde los países centrales busquen, como sucedió en el pasado, un nuevo tipo de dominación sobre los subdesarrollados (muchas veces dueños de los recursos en cuestión), esta vez basado en el mercado de las energías no renovables. En este marco, el especialista se refirió, además, al papel que cumple China en esta llamada “tercera revolución industrial”.

“Junto con Alemania y Estados Unidos, China está a la vanguardia de todo lo que signifique desarrollo verde”, admitió.

Por otra parte, el periodista David Brooks, corresponsal del diario mexicano La Jornada en Nueva York, explicó las serias dificultades que tienen los partidos no tradicionales para competir en las elecciones presidenciales norte-americanas. “Los partidos Demócrata y Republicano han diseñado las reglas del juego de tal manera que mantienen el control del poder”, aseguró. Según Brooks, en estas elecciones –“las más despreciadas por la ciudadanía en la historia reciente”–, la carta principal que juegan tanto Clinton como Trump es la del odio contra el otro.

En este programa también se analizó la decisión de ArgentinaBrasilParaguay y Uruguay de asumir por decreto la presidencia rotativa del bloque Mercosur que está ejerciendo y le corresponde a Venezuela desde julio pasado. Los cuatro países advirtieron que si Venezuela no adopta las reglas de compatibilidad faltantes puede quedar suspendida. Caracas recordó que los estatutos del Mercosur indican que cualquier decisión debe ser tomada por consenso y que “la Triple Alianza vulnera la legalidad del Mercosur”. Esta crisis es interpretada por muchos analistas como un ataque de los nuevos gobiernos de derecha contra Venezuela por sus políticas socialistas.

En Voces del Mundo se informó sobre otros dos temas de importancia. El primero fue la presentación de la Fiscalía brasileña contra el ex presidente Lula da Silva y su esposa. Se lo acusa de ser “el máximo comandante de la corrupción en Petrobrás” en un momento en que ciertos sectores judiciales arremeten contra los gobierno progresistas de la región.

El segundo fue la decisión del nuevo presidente de FilipinasRodrigo Duterte, de adoptar una política “independiente” de los intereses de Washington. Por esta razón canceló los ejercicios conjuntos con el Pentágono en el estratégico Mar de la China, llamó al retiro de las tropas norte-americanas de la base militar en Mindanao y puso fin a la dependencia filipina de la industria de armamento de EEUU, anunciando la compra de armas a Rusia y China, en condiciones más ventajosas.

Publicado no Sputnik News: 14 setembro 2016

Fonte: https://www.ihu.unisinos.br/categorias/161-noticias-espanol/560143-voces-del-mundo-la-encrucijada-del-litio-la-llave-del-futuro-o-una-nueva-esclavitud-para-sudamerica-audio-ihu-adital

 

2.13.2023

A Terra como um Organismo Vivo: a Singular Relação entre Terremotos Furações e o Clima do Planet

“Parece muito provável que os furacões e os terremotos tenham uma relação e isto parece estar se intensificando com a mudança climática”, escreve Mateo León

Como há um consenso de que a atividade humana, particularmente o consumo de combustíveis fósseis, está produzindo o aquecimento global, alguns cientistas começam a dizer que o que está acontecendo não deve mais ser chamado apenas de “desastre natural”, pois há uma interferência humana

por Mateo León no PijamaSurf e IHU Unissinos – Sociedade, Mudanças Cimáticas, Terremotos e Furacões

Foto El Pais terremoto Helem_Tawain em set/2018

Diante dos recentes desastres naturais, o ser humano busca dar sentido a eles e costuma se perguntar se estão relacionados entre si ou se tais fenômenos estão aumentando. De fato, estão relacionados ou é simplesmente o desejo humano de conectar as coisas e projetar significado à natureza? Realmente, estão aumentando sua frequência ou simplesmente estamos mais conscientes deles pela grande exposição nos meios de comunicação digitais?

Tentaremos entender algumas dessas perguntas neste artigo.

Os terremotos ocorrem devido ao acúmulo de energia, uma espécie de “estresse telúrico”. Quando se acumula energia suficiente, as placas tectônicas que estão ligadas se rompem, permitindo que a energia acumulada seja liberada. A energia detonada por um terremoto pode ser produzida por deslocamentos de segmentos na crosta terrestre, erupções vulcânicas ou explosões humanas.

Da mesma forma, existem teorias que sugerem que a energia gravitacional potencial armazenada na configuração dos elementos da Terra é a fonte de energia dos terremotos.

Um terremoto supõe sempre uma rea-comodação da crosta terrestre, em que diminui a inércia e aumenta a velocidade angular. Isso faz com que os grandes terremotos (como o do Chile, em 2010,  o do Japão, em 2011 e o da Turquia e Síria em 2023), ao aumentar a velocidade angular, diminuam ligeiramente a duração do dia, em uma dimensão de micros-segundos.

A Relação entre os Terremotos e a Mudança Climática Global

Sobre a relação entre os terremotos e a mudança climática, existem alguns trabalhos interessantes. Um deles é o do professor Bill McGuire, da University College London, que argumenta que o derretimento das calotas polares, devido ao aquecimento global, pode ter vários efeitos, que incluem terremotos.

Outro pesquisador que pode ter algo a dizer sobre o assunto é Chi-Ching Liu, do Instituto de Ciências da Terra de Taipei [Taiwan], defende que existe uma correlação entre tufões e terremotos, sugerindo que uma redução da pressão atmosférica (o que caracteriza tais sistemas do Pacífico, equivalentes aos furacões) é suficiente para mover as falhas sísmicas e liberar estresse acumulado.

Conforme aponta o geofísico John McCloskey, uma falha sísmica que juntou energia suficiente, às vezes, não precisa mais do que “a pressão de um aperto de mãos”. No entanto, esse vínculo observado não é imediato. Um furacão pode causar um terremoto, mas meses ou anos depois.

Segundo Shimon Wdowinski, da Universidade de Miami, em algumas partes dos trópicos, grandes terremotos tendem a se formar depois de furacões excepcionalmente fortes. Isso parece ter ocorrido no terrível terremoto no Haiti, em 2010, que pode ter como antecedente a erosão da terra produzida pelas tempestades de 2008.

Neste contexto, supõe-se que as inundações lubrificam as falhas telúricas. Ou, como sugere Wdowinski, a erosão de deslizamentos por chuvas torrenciais reduz o peso de uma falha e a permite se mover com maior facilidade.

Uma associação semelhante foi observada no caso do terremoto no Nepal, em 2015, possivelmente relacionado com a temporada das monções de verão. Se essas tempestades estão ligadas à mudança climática, parece lógico dizer que os terremotos também estão.

Surjalal Sharma, físico da Universidade de Maryland, acredita que os eventos naturais não existem isoladamente, mas fazem parte de uma memória da evolução do planeta, que ele considera um sistema holístico ou mesmo um ser vivo, conforme considerado pela chamada Teoria de Gaia. “O sistema da Terra como um todo, no qual existem furacões, inundações, terremotos, tempestades solares e outros, é um sistema integral. Portanto, a memória de todo o sistema afeta eventos extremos”, destaca.

No México, viveu-se com enorme surpresa a trágica coincidência de três terremotos de grande magnitude, ocorridos no mesmo dia: um 19 de setembro (em 1985, 2017 e 2022). Embora para a consciência popular mexicana setembro seja o “mês dos tremores”, cientificamente não há correlação significativa entre a temporada do ano e a frequência de terremotos, ao contrário dos furacões. Não existe correlação estatisticamente significativa entre o calor e os terremotos (algo em que os gregos, curiosamente, acreditavam).

O fato de que furacões e tremores parecem coincidir no tempo simplesmente tem a ver com o fato de que áreas propensas a furacões e tempestades também costumam ser suscetíveis a tremores, o que aumenta a possibilidade de que esses eventos coincidam.

Furacões Influenciam na Geração de Terremotos?

Dito isso, parece que os furacões, sim, podem influenciar na geração de terremotos, mas não imediatamente. Por outro lado, alguns terremotos de grande magnitude, sim, podem gerar outros terremotos em outra parte distante do planeta, como aconteceu com o tremor de Sumatra, de agosto de 2017 (uma coincidência que, no entanto, é extremamente rara).

Os furacões de categoria 5 são considerados os eventos meteorológicos mais destrutivos da natureza. No entanto, diversos dados mostram que são os furacões de categoria 3 que estão se tornando um pouco mais comuns. No Caribe, desde que começaram os registros, em 1851, houve 33 furacões de categoria 3 ou mais, sendo que 23 deles se deram a partir de 1961, 11 nos últimos 14 anos.

Em parte, embora esses números possam estar relacionados a melhorias nos equipamentos de monitoramento, o aumento persiste mesmo em tempos de medições de tecnologia de satélite.

Os furacões mais fortes precisam de um oceano excepcionalmente quente para se intensificar, por isso a temporada de furacões começa perto do verão. Esses sistemas furiosos estão sendo alimentados mais recentemente pelas temperaturas do Caribe, que atingiram níveis históricos. De acordo com os cientistas do clima, desde 1970, os oceanos retêm 90 % da energia excedente do aquecimento global.

De um modo geral, pode-se dizer que os furacões convertem energia de calor em energia de vento e, com mais energia no mar, devido ao aquecimento global, simplesmente há mais energia disponível. Como há um consenso de que a atividade humana, particularmente o consumo de combustíveis fósseis, está produzindo o aquecimento global, alguns cientistas começam a dizer que o que está acontecendo não deve mais ser chamado apenas de “desastre natural”, pois há uma interferência humana.

A Relação entre o Clima e os Furacões

furacão Harvey (2017) representou um fenômeno sem precedentes que alguns relacionaram com a mudança climática. Normalmente, as tempestades perdem intensidade ao se aproximarem da terra firme. Em 30 anos de registros, nenhuma tempestade no oeste da Flórida havia se intensificado nas últimas 12 horas antes de fazer contato com a Terra. Contudo, isto aconteceu com Harvey, alcançando a categoria 4 horas antes de atingir a costa do Texas. O mais surpreendente do fenômeno foi que a água se manteve quente para que Harvey pudesse continuar aumentando seu poder, algo inédito.

Embora as observações científicas sobre as mudanças nesses eventos meteorológicos ainda estejam em suas etapas iniciais, existe certo consenso sobre a relação entre o clima e os furacões. Segundo Kerry Emanuel, especialista do MIT, o aumento das temperaturas do planeta está diretamente relacionado ao aumento da intensidade de tempestades e furacões, como ocorreu com o já mencionado furacão Harvey, ou os furacões Irma e Maria, ambos em 2017 e especialmente devastadores.

Para concluir, devemos mencionar que embora a ciência do clima, a meteorologia e a geologia tenham feito grandes avanços no tocante à relação entre esses diferentes fenômenos, suas causas e a compreensão do planeta como um sistema holístico e até como um ser vivo, sem dúvida, há muitas coisas que permanecem desconhecidas e que poderão, no futuro, revelar uma maior interconexão e interdependência. Por enquanto, parece muito provável que os furacões e os terremotos tenham uma relação e isto parece estar se intensificando com a mudança climática.

Tradução: Cepat

 Publicado IHU Unissinos: 09 fevereiro 2023

 Fonte:  https://www.ihu.unisinos.br/categorias/626120-a-terra-como-um-organismo-vivo-a-singular-relacao-entre-terremotos-furacoes-e-o-clima-do-planeta