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2.04.2017

O Consumismo e o Minimalismo (simplicidade) Japonês

·         Em contrapartida à era da informação, e por consequência, a do consumismo, uma nova tendência emerge no Japão: o estilo de vida minimalista ou simples

por Natália Nogueira para Obvius - Sociedade e Consumismo

O nome “minimalismo” é geralmente usado para designar um estilo com poucos elementos, por exemplo na arte, diz-se que uma imagem é minimalista por ser estruturada e simples. E esta significação já auto explica a tendência japonesa: viver com o mínimo necessário.
O surgimento do estilo de vida minimalista é ligado à crença zen budista que se restringe ao equilíbrio de corpo e mente, portanto os impulsos consumistas arraigados a nossa sociedade são completamente excluídos.
Estudiosos contemporâneos ainda ligam a tendência à facilidade de sobreviver sob condições adversas que o oriente enfrenta, como os terremotos. Com poucos objetos e pertences, um minimalista tem maior mobilidade e até facilidade em se desfazer do que não é essencial à sua sobrevivência. O país, localizado no círculo de fogo do Oceano Pacífico, é atingido por um terremoto uma em cada seis vezes em que a terra se move.
O que também podemos levar em consideração para a ascensão desta corrente é exatamente o inverso, o consumismo. Ao longo do desenvolvimento da humanidade, notamos como lidamos com a adaptação das novas tecnologias, estas têm feito sua parte no quesito facilitar a vida, mas quando pensamos nesta expressão atutomaticamente ligamos à facilidade do consumo.
A sociedade cada vez mais consumista emerge dos traços de personalidade que nós mesmos deixamos ao fazer parte das redes sociais virtuais. Deste modo, somos subdivididos em nichos de consumo, e finalmente, somos bombardeados na medida certa a querer comprar praticamente tudo que nos é oferecido.
Indo de encontro com o mercado cada vez mais consumista, o minimalismo também surge como uma negação ao estilo de vida que nos é imposto atualmente. O estilo alucinante, a tecnologia cada vez mais modernos, e tudo mais que pode ser consumido de maneira impulsiva e relativamente barata transformam nossas percepções em necessidades. Mais uma vez, o minimalismo surge como a quebra dessas regras e a reflexão sobre do que o indivíduo é constituído.


http://lounge.obviousmag.org/nati_nogueira/2017/01/o-minimalismo-japones-de-encontro-com-a-sociedade-consumista.html