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1.19.2016

Organizações em todo o mundo lançam carta contra Facebook que quer dominar informações

  • Uma internet limitada a uma plataforma, que terá o poder de controlar o que os brasileiros acessam e não acessam, pode significar um entrave insuperável para a recente democracia brasileira
 
Por Marina Cardoso, na revista CartaCapital - Sociedade e Contrôle de Informações

Organizações de todo o mundo estão divulgando uma carta aberta ao dono do Facebook, Mark Zuckerberg. O motivo: a preocupação com o futuro da World Wide Web, que pode ser catastrófico em termos de diversidade e liberdade de expressão.

A rede social, cada dia mais influente nos países em desenvolvimento, insiste em lançar o Free Basics, antes denominado Internet.org. O projeto pretende, por meio de acordo com prestadoras de serviço de internet móvel, oferecer alguns conteúdos sem cobrança dos dados trafegados – o que fere a neutralidade de rede.

Para isso, o Facebook tem usado sua rede para divulgar informações equivocadas e sem embasamento e colocar usuários contra os defensores de uma internet aberta e universal.

A construção da carta partiu da iniciativa da organização indiana Access Now. Naquele país, o Facebook criou e divulgou uma petição contra os defensores da neutralidade de rede e inflamou seus usuários contra eles.

No entanto, organizações de todo o mundo assinaram a carta aberta ao dono do Facebook, porque os problemas enfrentados naquele país são os mesmos que já enfrentamos na América Latina, no continente africano e em outras partes do planeta.

No sul global, o Facebook tem a oportunidade de travestir os interesses de seus acionistas – que precisam de mais dados de cada vez mais pessoas – em ações que são propagandeadas como coisas que beneficiam uma população, o que eleva a sua capacidade de influência política, social e econômica.

No Brasil, apesar da aprovação do Marco Civil da Internet – que garante a neutralidade de rede como princípio – a falta de uma regulação e o próprio Governo Federal abrem espaço para o Facebook avançar com seus planos em relação ao Free Basics.

Do lado do poder público, essa abertura revela o descaso não só com o Marco Civil, como também com a construção de políticas públicas que garantam que todos os cidadãos e cidadãs tenham acesso à internet. É uma terceirização de um compromisso do Estado brasileiro.

No caso do Free Basics, vale destacar que o aplicativo ainda não tem acesso liberado pelas operadoras. No entanto, o mesmo não pode se dizer do aplicativo tradicional, que é liberado da cobrança de dados por ao menos duas operadoras no País.

As organizações que defendem uma internet plural e aberta não podem aceitar que apenas um aplicativo tenha seu acesso liberado. Isto significa dar poder extremo a uma única empresa, limitar a capacidade das pessoas de acessar o conhecimento e fere de morte a capacidade de inovação da web. A ação do Facebook de usar seu poder na web para incitar usuários contra as regras de neutralidade aprovadas na Índia é um exemplo prático.

Para alguns, a popularidade de um programa que libere redes sociais justificaria o acordo com o governo brasileiro. Infelizmente, há os que ainda não aprenderam que os fins não justificam os meios.

Uma internet limitada a uma plataforma, que terá o poder de controlar o que os brasileiros acessam e não acessam, pode significar um entrave insuperável para a recente democracia brasileira. Apenas a universalização do acesso à web responde à necessidade de ampliação de vozes do Brasil atual.

Confira a carta na íntegra em http://intervozes.org.br/carta-aberta-a-mark-zuckerberg-em-defesa-da-neutralidade-de-rede-na-india/ .

* Marina Cardoso é jornalista e integrante do Conselho Diretor do Intervozes.
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2016/01/organizacoes-lancam-carta-contra.html

Parar de tagarelar nas redes é símbolo de status — e um sinal de sabedoria

Por :  - Sociedade e Qualidade de Vida
internet idiot
Autor Gaby Hinsliff. Publicado no jornal Guardian.
Simplesmente parar de falar: talvez essa tenha sido a única coisa realmente radical que restou para se fazer em uma era por demais saturada de informação. Fugir do centro das atenções parece ser o que todos estão compulsivamente buscando: desaparecer, desengajar. Não há maior símbolo de status hoje que não ter símbolo de status algum –pelo menos no sentido Facebook do “olhe pra mim”.
“Durante o Natal, em uma área sem conexão para celular e apenas um instável sinal de banda larga, finalmente consegui terminar a adiada leitura dos livros que vinham se acumulando ao longo do ano sobre meu bagunçado criado-mudo”, conta Jonathan Franzen, autor do livro Purity, cuja heroína é criada sem as facilidades da vida moderna, em uma cabana nas montanhas e com uma mãe estilo hippie que aparentemente busca uma existência simples e imaculada. Mas a vida ali acaba sendo tudo, menos leve e pura, já que praticamente todos os personagens tentam manter um catastrófico segredo.
Sem revelar nada, não é talvez por acaso que Franzen coloca sua cabana perto da cidade de São Francisco (EUA), um dos lugares mais conectados e tecnologicamente avançados do planeta, mas sujeito ao ocasional ardente desejo por uma vida mais pura e simples. Steve Hilton, tech guru e ex-diretor de estratégia do Primeiro Ministro da Grã Bretanha, David Cameron, explicou ao jornal The Guardian esta semana por que não usou celular por três anos. Apesar de dirigir uma startup do Vale do Silício e ser casado com Rachel Whetstone, vice-presidente de comunicações e políticas públicas da Uber, Hilton ainda fala por que não quer voltar a algo que associa com “estresse, tensão e ansiedade”.
No livro, Mais Humano (More Human), Hilton também admite que não deixa seus filhos possuírem celulares ou tablets – eles usam computadores só na escola. Aconselha, ainda, a proibição de dispositivos que habilitam filmes na internet para menores de 16 anos, para protegê-los da pornografia.
O autor Eddie Redmayne, também admitiu que durante boa parte do ano passado recorreu à velha escola do “telefone mudo”, que só recebe e faz chamadas ou textos e, assim, largar o vício de ficar obsessivamente checando emails.
Depois da onda do decluttering (se livrar de tudo que é desnecessário), do Janeiro Sem Álcool e do eating clean(uma forma de revigorar hábitos alimentares, dando mais peso à ingestão de grupos de alimentos mais saudáveis), o próximo movimento purgativo parece ser o detox Wi-Fi, que funcionará como uma lavagem intestinal para a mente, expulsando toda a sujeira desnecessária. E talvez seja por isso que o ato de carregar algo que tenha toda a funcionalidade de uma casa de tijolos dos anos 90 começou a ser visto muito positivamente em alguns círculos.
David Bowie, cremado na semana passada em Nova York, sem espalhafato ou fanfarra, após uma doença que conseguiu esconder do mundo, disse não ao circo de olhares sinistros e agourentos de paparazzi perseguindo o choro de rostos famosos sobre sepulturas. Bowie virou as costas para tudo isso anos atrás, optando por expor minimamente sua vida – com exceção de sua música, disponível para consumo.
Qual é a melhor prova de que você é simplesmente muito descolado e criativo para estar conectado todo o tempo; de que você precisa estar livre para “pensar grandes pensamentos”?
Assim como uma dieta sugere que, para começo de conversa, você está comendo demais, e se desapegar das coisas desnecessárias é para quem as adquiriu inutilmente e além da conta, entrar em abstinência da conectividade é realmente apenas para privilegiados e populares, que tenham se excedido além da conta.
Para não dizer que, talvez, seja muito mais fácil para alguém com secretárias e lacaios, dispostos a lidar com todos aqueles emails tóxicos no seu lugar. Como a Rainha que se recusa a carregar dinheiro, se desplugar pode ser, em certos círculos, um sinal que você, francamente, tem pessoas para lidar com tudo isso.
Aderir à desconectividade tem tudo a ver com a ideia de que a demanda por sua pessoa é tão ardente que você precisa se afastar da loucura. Mas também que você pode se dar ao luxo de fazê-lo. E mesmo que você tenha que jogar duro para conseguir, mesmo assim as pessoas virão correndo atrás de você. Caso Redmayne fosse ainda um desconhecido ator desempregado, desesperado por qualquer fungadela de contratação, e não um ganhador do Oscar, teria, sem dúvida, despendido o ano passado checando freneticamente seus emails.
Por que qualquer mortal não pode se desconectar? Claro que parte é por conta de um hábito viciante, por causa de empresas ansiosas por lucro e para aliviar o tédio. Mas milhões checam seus emails compulsivamente porque talvez haja ali uma proposta de trabalho – e é isso que a oportunidade espera que você faça.
Não são mais apenas os freelances nervosos e empreendedores individuais que se preocupam se um dia ousarão tirar férias ou perder uma chamada: do contrário, o trabalho irá para outra pessoa. Checar mensagens e atender ligações fora do horário do trabalho tornou-se rotina para muitas vidas de escritório ou qualquer outra atividade.
Dois terços das pessoas pesquisadas recentemente pelo Centro do Trabalho Futuro (Future Work Centre) mantinham ativas 24 horas as notificações em seus celulares – que te avisam quando há uma nova mensagem. Um toque de recolher da tecnologia seria muito mais saudável para o bem de todos nós. Mas cada vez mais são apenas os imprudentes e os extremamente confiantes que se sentem capazes de desligar-se.
Antes de mais nada, não ser fácil de contatar está, muitas vezes, intimamente relacionado com não ser dócil.  Nos tempos dos pagers (lembra dos pagers, aqueles aparelhos pequenos antes do celular?), que eram orgulhosamente carregados pelos membros do Parlamento em na Inglaterra, em Westminster, Ken Clarke era o único político proeminente que conheci e consistentemente se recusou a usar um celular. Mas tem muitas outras pessoas que optaram em não usar celular.
O político inglês tinha o raciocínio que parecia ser: se tivesse um telefone móvel, algum tipo indesejável iria ligar para ele. Clarke preferia assistir ao noticiário e decidir quando teria algo a dizer. Logo cedo Kate Moss percebeu, em sua carreira de modelo, o poder de não dar entrevistas. Silenciar era mais “classudo”.
Mas poder não é, necessariamente, o único pré-requisito para se desconectar, fechando-se e movendo-se no caminho de uma existência mais simples e limpa. O outro, penso, é qualidade de vida – ou, pelo menos, estar suficientemente confortável em sua própria pele para não precisar do constante contato de outras pessoas. O quão criativamente realizado e o quão pessoalmente feliz você tem que estar para se deixar perder de vista tão quietamente como fazem várias pessoas, negando a si mesmo uma última abertura de cortinas para dizer ao mundo que esta vivo?
Desconectar-se é estritamente para os bravos, não para os necessitados, os inseguros ou qualquer um cuja vida talvez seja preocupantemente vazia quando reduzida ao seu desnudado essencial. E é por isso que a maioria de nós considera uma dieta radical da tecnologia assustadoramente difícil de seguir – porque uma vida mais simples continua sendo uma fantasia ou um sonho. Esconder-se do mundo é muito mais prazeiroso quando você sabe que ele virá te procurar se for preciso.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/parar-de-tagarelar-nas-redes-e-o-novo-simbolo-de-status-e-um-velho-sinal-de-sabedoria/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=parar-de-tagarelar-nas-redes-e-o-novo-simbolo-de-status-e-um-velho-sinal-de-sabedoria

O populismo judicial e policialesco brasileiro

Como o intelectual desvendou o populismo judicial

sergiomoro2Juiz Moro

Por Luís Nassif, no site GGN  - Sociedade e Injustiça Social
Desde os anos 90, com o fim da ditadura, criou-se no país uma visão primária e maniqueísta de direitos civis. Como há diferenças óbvias entre o excesso de direitos dos influentes e a falta de direitos dos despossuídos, ambos precisam ter o mesmo tratamento. Como é impossível, no quadro processual, e do próprio modelo jurídico das democracias de mercado, dar ao pobre o mesmo tratamento do rico, que sejam igualados na falta de direitos.
Trata-se de um primarismo acachapante, uma ignorância ampla em relação a princípios básicos de direito. É desconhecimento de conceitos que, desde o Iluminismo, passaram a diferenciar sociedades civilizadas das comunidades bárbaras.
Lembro-me da comemoração dos 80 anos da Folha, no Teatro Folha do Shopping Higienópolis. Fiz parte de uma mesa com outros colunistas do jornal. Foi um festival de loas ao papel da imprensa.
Na mesa, uma colunista do senso comum comemorava o fato de que no dia anterior a Polícia Federal algemou o senador Jader Barbalho para conduzi-lo em um avião. E tudo isso graças ao trabalho exemplar da mídia.
Falei depois dela, lamentando a celebração da barbárie, da Lei de Talião, e ponderando que, quando a imprensa endossa um ato desses contra um senador da República, na prática está avalizando o pau-de-arara em qualquer delegacia de periferia.
Na saída do teatro, cruzei com Otávio Frias Filho e o advogado Luiz Francisco Carvalho, criminalista. Ambos me cumprimentaram pela defesa de princípios fundamentais, por ter investido contra a onda punitiva. Ficou só no cumprimento. Na prática, a história da mídia de massa mostra que a maneira mais fácil de conseguir leitores (quantidade, não qualidade) são os chamamentos ao fígado.
Não é por outro motivo que o maior massacre da história moderna do país, os 650 assassinatos de maio de 2006 pela Polícia Militar de São  Paulo, tenha sido varrido da história do estado.
Hoje, na Folha, o neo-colunista Mário Sergio Conti – intelectualmente melhor aparelhado que a ex-colunista – recorre a esse populismo judicial e policial. Por quê os advogados que criticaram a Lava Jato não se posicionam contra a prisão preventiva de milhares de prisioneiros anônimos? Chama a carta de “hipocrisia seletiva dos homens de bens”.
Conti incorre em três pecados contra a originalidade.
O primeiro, de enveredar por esse populismo de araque, de pretender que a maneira de igualar ricos e pobres é na falta de direitos. É de uma pobreza intelectual que depõe contra o autor.
O segundo, recorrendo a um recurso primário de retórica, mais propício a comentários detrolls do que a jornalistas experientes. É o sofisma das afirmações infinitas. Tipo “porque você escreveu isso e deixou de escrever aquilo?”. Ao que se sucede: “Porque você escreveu aquilo é deixou de escrever aquilo outro”, em uma progressão que tende ao infinito.
Segundo ele, a carta revela a “hipocrisia da defesa seletiva dos homens de bens”, porque se refere especificamente aos presos da Lava Jato. Ora, muitos daqueles advogados são defensores de direitos humanos e as próprias OABs têm movido campanhas contra os abusos contra a população carcerária. A carta fala só sobre os tais "homens de bens" da Lava Jato porque se refere à Lava Jato, ora.
Se falasse também da população carcerária brasileira, o brilhante Conti cobraria uma crítica a Guantánamo, ou às prisões de Cuba, ou à população carcerária dos Estados Unidos. E o Iraque? E o África? É o padrão Facebook na mídia.
O terceiro é a tal imagem dos “homens de bens”. O uso da ironia exige, ao menos, a companhia da originalidade.
Há uma crítica consistente a ser feita contra a infinidade dos recursos judiciais que impede a punição dos que podem recorrer aos grandes advogados. Daí a se pretender igualar a todos na exposição abusiva às prisões preventivas vai uma distância enorme, a mesma que separa a civilização da barbárie, ou a discussão séria dos vícios processuais brasileiros do uso primário do populismo judicial.
http://www.ocafezinho.com/2016/01/19/o-populismo-judicial-de-mario-sergio-conti/

Grandes sonegadores dão prejuízo ao país até 250 vezes maior do que o roubo na Petrobras

  •  No ano passado foram sonegados perto de 500 bilhões de reais, segundo fiscais da receita

 Postado pelo site youPode - Sociedade Domínio da Informação
No momento em que a Operação Zelotes da Polícia Federal pilha alguma das maiores empresas nacionais em processo de sonegação de impostos (pagando propina a agentes públicos), a indignação do cidadão brasileiro deve-se voltar para o placar criado por  fiscais zelosos da Receita Federal e atualizado segundo a segundo sobre a gigantesca sangria a que é submetido o estado brasileiro por maus pagadores. Alguns deles capazes até de ir para as ruas e bater panelas contra a corrupção. Veja em http://www.quantocustaobrasil.com.br/ . É dinheiro mais do que suficiente, se fosse devidamente pago, para diminuir a carga tributária de imensa maioria da população. Ou mesmo para evitar o ajuste fiscal em que se empenha o ministro Joaquim Levy, como analisa o jornalista Ricardo Kotscho (ver em http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/175619/Kotscho-maior-esc%C3%A2ndalo-%C3%A9-a-%E2%80%9Cind%C3%BAstria-da-sonega%C3%A7%C3%A3o%E2%80%9D.htm). Poderia ainda melhorar sobremaneira a qualidade de vida de todos. O que seria possível fazer com o que deixa de ser arrecadado está detalhado no site http://www.quantocustaobrasil.com.br/artigos/o-sonegometro-e-a-justica-fiscal. Para se ter uma ideia mais real, a estimativa é que no ano passado tenham sido sonegados perto de 500 bilhões de reais. Isso, por si só, seria 250 vezes maior do que o prejuízo causado à Petrobras pela quadrilha encarcerada por conta da Lava-Jato.
http://youpode.com.br/?p=39125

Berlim em 1920 era melhor: Serrado, o equivocado

  • A imagem desrespeitosa que a televisão brasileira difunde dos homossexuais pode dar lucro às emissoras e aos atores.
 Por Alexandre Vidal Porto*- Sociedade e Injustiça no Gênero

       Na década de 1920, a cidade de Berlim conheceu um dos períodos mais tolerantes da história em relação à homossexualidade.
Casais do mesmo sexo eram tratados com respeito, e a cultura homossexual era aceita sem constrangimentos. Essa situação propícia se manteve até a emergência de Adolf Hitler, que mandou dezenas de milhares de homossexuais para campos de extermínio, todos com um triângulo rosa no peito.
No Brasil, ocorre situação análoga. Lentamente, a conquista pela igualdade de tratamento para os homossexuais avança. Mas a luta é inglória. Quando se pensa que os avanços estão consolidados, surge um Silas Malafaia, um Jair Bolsonaro ou um Ives Gandra Martins para lembrar que a questão está longe de ser resolvida.
O último nessa linhagem de homofóbicos é o ator Marcelo Serrado, que interpreta o personagem homossexual Crô, na novela “Fina Estampa”. Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, publicada na edição do último domingo deste jornal (“Arrasa, bii!”), Serrado expôs seu preconceito abertamente ao declarar que não gostaria de que a sua filha de sete anos visse um beijo gay na televisão.
Em sua conta no Twitter, o ator negou que fosse preconceituoso. Como se não querer que uma criança assista a um beijo gay nada tivesse de discriminatório.
Exatamente como a senhora que diz que não é racista, mas que preferiria que a filha não se casasse com um negro.
A maneira como Serrado educa a sua filha é problema dele. Não se condena o teor de suas declarações preconceituosas, porque a homofobia ainda não é crime no Brasil.
O condenável em sua atitude é a negação do óbvio. Ele tem o direito de educar a sua filha como quiser, mas não pode enganar a população tentando descaracterizar a natureza do seu preconceito. Ou seja, Serrado é um homofóbico no armário. Precisa sair dele.
Serrado terá alcançado o auge da sua fama às custas da ridicularização dos homossexuais. Para ele, explorar a homofobia da sociedade brasileira deu certo. Para a Rede Globo, também, porque os índices de audiência da novela são altos. É triste, porém, que uma emissora de televisão preste tal desserviço à consolidação da cidadania.
A imagem desrespeitosa que a televisão brasileira difunde dos homossexuais pode dar lucro às emissoras e aos atores. No entanto, causa prejuízo ao Brasil como um todo, porque solapa os esforços do governo e da sociedade no combate ao ódio e à intolerância.
A caricatura homossexual que Aguinaldo Silva compôs e que Marcelo Serrado se presta a interpretar, por exemplo, levará anos para ser desmantelada no imaginário da nação. Produzirá discriminação e gerará violência.
Em defesa da novela, poder-se-ia falar em liberdade de criação artística. No ataque, porém, é necessário recordar a noção de responsabilidade social, que as redes de televisão têm o dever de preservar.
Homossexuais caricatos sempre existiram. Não temos de negá-los. Pergunto-me, no entanto, em que novela ou reality show estarão os homossexuais comuns, que têm relações estáveis, acordam cedo para ir trabalhar e levam uma vida convencional. Eles também existem. São muitos. Pagam impostos e exigem respeito.
Ah, e beijam-se também, Marcelo Serrado, como qualquer ser humano normal.
Querer ocultar esse fato de sua filha ou de quem quer que seja constitui homofobia, quer você queira, quer não.
*Alexandre Vidal Porto é mestre em direito pela Universidade Harvard, diplomata e escreveu na ‘Folha’.
http://daciomalta.com.br/?tag=alexandre-vidal-porto

Cinco inovações que podem ajudar as cidades brasileiras

  • De carros elétricos compartilhados a vagões de trem externos para bicicletas, iniciativas buscam soluções para mobilidade nas grandes cidades
Por Redação da Revista Carta Capital - Sociedade Infraestrutura e Mobilidade Urbana

Reprodução
car sharingVeículos compartilhados são carregados
A mobilidade tem se mostrado um desafio aos centros urbanos. Das metrópoles a cidades menores, a locomoção é um tema que carece de inovações. Ainda que São Paulo tenha adotado ideias que visam aliviar o tráfego ou mesmo conectar diferentes modalidades de transporte, os seus quase 11 milhões de habitantes urgem soluções que viabilizem o funcionamento mínimo da cidade. O mesmo se passa nas outras grandes metrópoles do País, que muitas vezes terão de se inspirar em outras cidades ao redor do mundo.
Conheça, a seguir, cinco ideias que inspiraram ou podem contribuir para a mobilidade das cidades brasileiras:

Carsharing de veículos elétricos
Apesar de existirem de forma tímida em cidades brasileiras como São Paulo e Recife, os sistemas de compartilhamento de veículos começaram na França e nos Estados Unidos. A ideia do compartilhamento de carros visa diminuir tanto o tráfego quanto as emissões de gases poluentes. Assim, nos últimos anos, companhias de carsharing têm incluído mais veículos elétricos (EVs, em inglês). Há, no entanto, problemas recorrentes que a iniciativa pode encontrar, como a falta de estações de recarga e a falta de um sistema para conectar o veículo a outros meios de mobilidade. Tal dinâmica começou a ser testada em Munique, em 2014, com um carro-conceito, que permite a comunicação veículo-infraestrutura, compartilhamento de dados e recarga de bateria por rede sem fio.

Trem com vagão externo para bicicletas
Em Stuttgart, na Alemanha, os trens de uma linha férrea possuem um vagão externo exclusivo para que ciclistas estacionem suas bikes e viagem dentro da cidade. Esses vagões da parte de fora funcionam como paraciclos, sendo que os ciclistas viajam sem a bicicleta, pegando-a no momento do desembarque. Diferentemente de outras iniciativas, como na rede de transporte público de Berlim onde se paga uma taxa extra para se levar a bicicleta, no caso dos vagões externos não há taxa adicional pelo serviço.
  
Troca de garrafas PET por passagens de metrô
Em Pequim, os moradores da capital chinesa podem pagar suas passagens de metrô com garrafas PET. O sistema funciona com máquinas em que o usuário deposita até 15 garrafas de plástico e pode se locomover por todas as oito linhas de metrô, ao longo de suas mais de 100 estações. Depois de coletadas, as garrafas recicláveis seguem para uma central onde são processadas para que o plástico assuma outros fins de uso. Em 2013, uma ação teste realizada no metrô do Rio de Janeiro durante o Carnaval permitiu o passe livre para quem apresentassem uma lata de cerveja vazia nas catracas. A ideia era incentivar os foliões a não dirigir depois de beber.
 
Rodovia para ciclistas
Uma rodovia exclusiva para ciclistas com 60 km de extensão ligando as cidades de Dortmund a Duisburg, na Alemanha. É o que promete o projeto intitulado Radler B-1. A ideia surgiu depois da experiência positiva com a autoestrada A-40, que ficou três anos sendo fechada aos finais de semana para virar um espaço de recreação e passeio. Com o aumento considerável no fluxo, resolveu-se criar a rodovia destinada para os ciclistas, que, além das faixas asfaltadas, terá iluminação púbica e barreira de proteção. Além disso, não possuirá cruzamentos, de modo a aumentar a segurança dos ciclistas. A previsão é que a Radler B-1 comece a funcionar em 2021. Aqui, uma rodovia desse tipo contribuiria para o deslocamento de pessoas que moram e trabalham em cidades diferentes, porém próximas ou mesmo dentro de uma mesma megalópole.

  
Carona solidária
Apesar de existirem de forma crescente, porém ainda inicial em cidades do Brasil como São Paulo, ferramentas de economia colaborativa e carona solidária ganharam força no México e vêm causando polêmica. Além de aplicativos à la Uber, voltados para deslocamentos dentro de uma mesma cidade, outros focam em viagens mais longas, como o Tripda. Nele, os usuários podem publicar anúncios de suas próximas viagens e oferecer lugares em seus veículos, segundo o preço que estabelecerem. O foco são jovens entre 18 e 30 anos. As ferramentas de iniciativa têm sido alvo de intensos protestos, especialmente de cooperativas e empresas de táxi.
http://www.cartacapital.com.br/especiais/infraestrutura/conheca-cinco-inovacoes-que-podem-ajudar-as-cidades-brasileiras





Brasil pode aproveitar a crise global como oportunidade de recuperar indústria

  • Depois de absorver o impacto do recuo dos preços internacionais das commodities, país precisa se voltar para a elevação de valor agregado em produtos primários e para a substituição de importações
Por Marcio Pochmann - Sociedade e Crise Econômica Mundial
abr
industria.jpgIndústria: ampliação do conteúdo nacional da produção pressupõe vontade e força política em torno de um projeto
Um efeito direto da crise de dimensão global iniciada em 2008, que estabeleceu novo regime de baixíssimo crescimento econômico no mundo, é a mudança expressiva nos preços relativos de bens e serviços. O mais evidente disso é perceptível na trajetória dos preços das commodities, os bens primários associados aos recursos naturais e intensivos em mão de obra barata.
Nos anos 2000, por exemplo, o preço médio do conjunto dos produtos primários subiu quase duas vezes mais que o preço médio em dólar dos manufaturados. Em grande medida, o efeito China foi fundamental para explicar tanto a inundação global da oferta de bens manufaturados de menor preço, como a crescente demanda por produtos primários no mundo.
De um lado, as nações exportadoras de manufaturas tiveram de acomodar para baixo os preços dos seus produtos frente ao avanço da oferta chinesa com menor custo. De outro, os países vendedores de produtos primários assistiram à demanda e aos preços subirem consideravelmente, melhorando a balança comercial e favorecendo os governos não liberais a adotar politicas de crescimento econômico com distribuição de renda, sobretudo, do trabalho.
No século 18 e, em grande parte do século 19, a Inglaterra exerceu a função quase monopolista de exportadora de produtos manufaturados, assim como grande compradora dos produtos primários. Naquela ordem internacional, a expansão do mundo capitalista associava-se à dinâmica da economia inglesa, seja no auge, seja no descenso, como na longa Depressão entre 1873 e 1896 que consolidou a industrialização dos Estados Unidos e Alemanha.
Nesta segunda década do século 21, a desaceleração chinesa é fruto da grave crise de 2008,  iniciada nos países ricos, cujo efeito principal foi a imposição do regime de contida expansão econômica mundial. Por consequência, a diminuição das exportações dos produtos manufaturados chineses, bem como a demanda cadente por produtos primários.
Com isso, o preço médio em dólar das commodities caiu 1/3 após a crise de 2008, enquanto o conjunto das manufaturas manteve estabilizado o preço médio. O reflexo direto da mudança nos preços relativos foi a queda no valor das exportações nos países vendedores de commodities.
Os países que têm inserção no comércio mundial de produtos primários absorveram o impacto da queda dos preços em suas contas externas e internas. Inicialmente buscaram deslocar, quando possível, a fonte do dinamismo externo para o interno, por meio de políticas anticíclicas.
Mas a prevalência do regime de baixo dinamismo na economia mundial levou à exaustão o uso da política econômica comprometida com a sustentação do ritmo de produção e, em consequência, do nível de emprego. Dificilmente encontra-se atualmente algum país exportador de produtos primários em boas condições econômicas.
Isso vale tanto para a Rússia, maior exportador de petróleo, quanto para o Chile, grande vendedor de cobre no mundo. E o Brasil não se manteve diferente desta condicionalidade imposta pela grave crise de dimensão global.
A mudança nos preços relativos provocada pela crise econômica internacional não deveria ser vista apenas enquanto descrição de parte importante dos problemas que atingem o Brasil, mas sim como potencial a ser mais bem explorado para uma nova base de sustentação do crescimento econômico. O que implicaria a adoção de um verdadeiro programa de reindustrialização, com a elevação do valor agregado nos setores produtores de commodities e a substituição das importações.
A ampliação do conteúdo nacional da produção brasileira pressupõe mais do que discurso. Necessita vontade e força política para fazer convergir o que resta da burguesia industrial com o movimento progressista em torno de um programa com começo, meio e fim.

Riqueza de 1% da população supera a de 99% em 2015, mostra a ONG Oxfam

  • Segundo a ONG, a riqueza acumulada por 1% da população mundial superou a do restante um ano antes do previsto
Por Agência Brasil - Sociedade e Má Distribuição de Renda Mundial 
Foto: reprodução/Adital
desigualdade"Não podemos deixar que milhões de pessoas tenham fome, quando os recursos para ajuda estão concentrados"
Brasília – A riqueza acumulada por 1% da população mundial, os mais ricos, superou a dos 99% restantes em 2015, um ano mais cedo do que se previa, informou hoje (18) a organização não governamental (ONG) Oxfam, a dois dias do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.
"O fosso entre a parcela dos mais ricos e o resto da população aumentou de forma dramática nos últimos 12 meses", diz relatório da ONG britânica intitulado Uma economia a serviço de 1%.
"No ano passado, a Oxfam estimava que isso fosse ocorrer em 2016. No entanto, aconteceu em 2015, um ano antes", destaca no texto.
Para mostrar o agravamento da desigualdade nos últimos anos, a organização estima que "62 pessoas têm tanto capital como a metade mais pobre da população mundial", quando, há cinco anos, era a riqueza de 388 pessoas que estava equiparada a essa metade.
A dois dias do Fórum Econômico Mundial de Davos, onde vão se encontrar os líderes políticos e representantes das empresas mais influentes do mundo, a Oxfam pede a ação dos países em relação a essa realidade.
"Não podemos continuar a deixar que milhões de pessoas tenham fome, quando os recursos para ajuda estão concentrados, no mais alto nível, em tão poucas pessoas", afirma Manon Aubry, diretora dos Assuntos de Justiça Fiscal e Desigualdades da Oxfam na França, citada pela agência de notícias France Presse (AFP).
Segundo a ONG, "desde o início do século 21 a metade mais pobre da humanidade se beneficia de menos de 1% do aumento total da riqueza mundial, enquanto a parcela de 1% dos mais ricos partilharam metade do mesmo aumento".
Para combater o crescimento dessas desigualdades, a Oxfam pede o fim da "era dos paraísos fiscais", acrescentando que nove em dez empresas que figuram entre "os sócios estratégicos" do Fórum Econômico Mundial de Davos "estão presentes em pelo menos um paraíso fiscal".
"Devemos abordar os governos, as empresas e as elites econômicas presentes em Davos para que se empenhem a fim de acabar com esta era de paraísos fiscais, que alimenta as desigualdades globais", diz Winnie Byanyima, diretor-geral da Oxfam International, que estará em Davos.
No ano passado, vários economistas contestaram a metodologia utilizada pela Oxfam. A ONG defendeu o método utilizado no estudo de forma simples: o cálculo do patrimônio líquido, ou seja, os ativos menos a dívida.
A pequena localidade suíça de Davos vai acolher, a partir da próxima quarta-feira (20), líderes políticos e empresários para debater a 4ª Revolução Industrial.
Esta 46ª edição do fórum, que termina em 23 de janeiro, ocorre no momento em que o medo da ameaça terrorista e a falta de respostas coerentes para a crise de refugiados na Europa se juntam às dificuldades que a economia mundial encontra para voltar a crescer e à forte desaceleração das economias emergentes.
Segundo o presidente do fórum, Klaus Schwab, a "4ª revolução industrial refere-se à fusão das tecnologias", principalmente no mundo digital, que "tem efeitos muito importantes nos sistemas político, econômico e social".
http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2016/01/riqueza-de-1-da-populacao-supera-a-de-99-em-2015-mostra-oxfam-8071.html

Tarifa zero no ônibus é realidade em 12 cidades brasileiras

  • No restante do mundo, 86 cidades, de 24 países, já aboliram a cobrança pelo transporte público. Coordenador do Projeto Cidades Sustentáveis conta como foi possível implementar a gratuidade
Por Redação da Rede Brasil Atual - Sociedade e Mobilidade Urbana
Foto: reprodução/TVT
tarifaEm São Paulo, 2,2 milhões de pessoas já contam com a isenção da tarifa
São Paulo – Nestas primeiras semanas de 2016, algumas cidades brasileiras têm sido palco de protestos contra o aumento das tarifas de ônibus trens e Metrô, e em defesa do transporte público gratuito. Em São Paulo, após as manifestações marcadas por intensa repressão policial na semana passada, o Movimento Passe Livre convoca mais uma mobilização amanhã (19), no cruzamento das avenida Faria Lima Rebouças Rebouças, na zona sul da capital.
Em meio aos protestos, a pergunta que fica é se realmente é possível uma cidade oferecer transporte de graça para toda a população ou trata-se de uma utopia, afinal o dinheiro tem que sair de algum lugar para manter a estrutura e os serviços.
Reportagem de Vanessa Nakasato, do Seu Jornal, da TVT, mostra exemplos de cidades em que a tarifa zero é possível. 
Sobre o assunto, a jornalista conversa com o coordenador da Rede Nossa São Paulo e do projeto Cidades Sustentáveis, Oded Grajew. Ele aponta caminhos na busca de uma solução para os problemas do transporte público, sobretudo na capital paulista.
Em todo o mundo, são 86 cidades, em 24 países, que não cobram tarifa para que a população acesse o transporte público. No Brasil, 12 cidades também já adotam o modelo. Maricá, no litoral do Rio é uma delas. Desde dezembro de 2013 os habitantes podem andar de ônibus gratuitamente na rede municipal.
"É uma cidade de 150 mil habitantes e tem transporte gratuito para a população. O governo aloca recursos no orçamento para viabilizar o transporte público de graça para toda a população", assinala Grajew sobre a experiência maricaense.
Outra cidade que também caminha no mesmo sentido é Agudos, no interior de São Paulo. Os 40 mil habitantes, desde 2003, não pagam tarifa para acessar o transporte coletivo. Os ônibus são operados pela prefeitura e os motoristas são funcionários concursados.
Para que o transporte coletivo pudesse ser gratuito, cada uma das cidades recorreu a uma solução diferente, aponta o coordenador da Rede Nossa São Paulo. O mais comum e viável, segundo ele, é elevar o imposto territorial que atinja as pessoas de maior renda. "Outras cidades cobram uma taxa de todos os habitantes. Nos EUA, por exemplo, é por volta de 5 dólares por ano para cada habitante", comenta Grajew. "É uma decisão política que envolve uma decisão econômica, sobre o que vai se priorizar no orçamento e de onde que se vai buscar recursos para viabilizar o serviço para a população."
Gratuidade em SP
Na capital paulista, 2,2 milhões de pessoas, dentre aposentados, pessoas com mais de 60 anos, deficientes, estudantes de baixa renda e trabalhadores desempregados já contam com a isenção da tarifa – juntos, eles representam 22% dos passageiros.
O coordenador da Rede Nossa São Paulo afirma que os primeiros passos a serem dados é tratar o tema com transparência e discutir alternativas com a sociedade. "O que pode se fazer, de imediato, é abrir a discussão. Abrir as contas para a população, olhar todos os números, o quanto que a prefeitura gasta em cada coisa, quanto é o lucro das empresas, os impostos que são cobrados, e envolver a sociedade na discussão."
Sobre os impactos de uma eventual tarifa zero na cidade, Oded Grajew afirma que vão muito além da simples isenção da tarifa. "Melhora a qualidade de vida. As pessoas podem ter acesso à cultura, ao lazer, porque podem se deslocar. Melhora a saúde da população, porque há menos poluição causada pelo transporte individual."
Ele cita ainda que as cidades que acabaram com a cobrança de tarifa conseguem atrair empresas, que se livram assim de arcar com os custos do vale-transporte, e lembra que, por tudo isso, a questão dos transportes é também uma questão de direitos.
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