Páginas

5.07.2017

Em depoimento de Lula, juiz Moro monta ‘arapuca fascista’ para militantes

Nas redes sociais, Moro, que coordenará o depoimento, pede a ‘simpatizantes’ que evitem as manifestações de apoio a Lula, que devem ser marcadas pela violência policial

O apelo do juiz Sérgio Moro aos seus “simpatizantes”, como classifica os integrantes das facções neofascistas que apoiam a perseguição à esquerda, no Brasil, para que evitem manifestações na próxima quarta-feira, quando interrogará — pela primeira vez — o líder petista Luiz Inácio Lula da Silva, trata-se de uma armadilha. A suspeita é do jornalista Leandro Fortes, em uma rede social:
O juiz Sergio Moro tomará o depoimento de Lula, em CuritibaO juiz Sergio Moro tomará o depoimento de Lula, em dia de manifestações em Curitiba
Na nota, intitulada “Arapuca fascista”, Fortes desconfia que exista apenas “uma razão para o juiz Moro, que é um poço de vaidade, pedir a seus “simpatizantes” (gente, é jeca demais) para não marcharem sobre Curitiba, em 10 de maio, quando o ex-presidente Lula será interrogado por ele: a estratégia de repressão montada com a Polícia Militar”.
“A PM do Paraná, sob o comando do tucano Beto Richa, não teve escrúpulos para espancar professores e prender um palhaço, em praça pública, que ousou criticar o massacre. Por isso, é bem provável que Moro esteja evitando a presença de seus ‘simpatizantes’, não por magnanimidade, mas para que a arapuca de segurança pública capture só os manifestantes pró-Lula”, acrescenta.
Para o jornalista e escritor, as responsabilidades quanto a qualquer incidente que possa ocorrer, durante o ato público, estão claramente determinadas.
“Estamos falando em até 50 mil pessoas em um momento de grande tensão política. Caso haja uma tragédia, os responsáveis já estão conhecidos, de antemão”, afirmou.

Juiz youtuber

Na noite passada, o juiz Sérgio Moro divulgou um vídeo em que pede para que manifestantes não compareçam à Justiça Federal em Curitiba na próxima quarta-feira. Estão marcados protestos por ocasião do depoimento no ex-presidente Lula ao magistrado.
— Não costumo fazer isso, mas vou fazer isso dessa vez. Tenho ouvido que muita gente que apoia a Operação Lava Jato pretende vir a Curitiba manifestar esse apoio. Ou pessoas mesmo de Curitiba pretendem vir aqui manifestar esse apoio. Eu digo o seguinte: este apoio sempre foi importante, mas nessa data ele não é necessário — afirma o magistrado no vídeo. A peça de propaganda foi publicada na página que a mulher, Rosângela Wolff Moro, mantém em uma rede social.

Lula interrogado

Na próxima quarta, será primeira vez em que Lula e Moro se encontrarão cara a cara na sala de audiências. O depoimento de Lula será dado no processo em que ele é acusado de receber propina da empreiteira OAS. O dinheiro estaria nas reformas de um apartamento tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo. Além de um sítio em Atibaia, no interior do Estado. A defesa do ex-presidente nega que ele seja dono dos imóveis.
Grupos de simpatizantes do ex-presidente e de defesa da Lava Jato planejam se concentrar nas proximidades do Fórum. Mas a Secretaria de Segurança Pública do Paraná planeja um esquema especial para data. Haverá um bloqueio em um raio de 150 metros em torno do prédio. Apenas jornalistas credenciados e moradores da região poderão passar pelos policiais.
http://www.correiodobrasil.com.br/moro-monta-arapuca-fascista-para-militantes-depoimento-lula/

Parlamentares Golpitas brasileiros legislam em causa própria para escapar de dívidas com a União

Uma comissão mista do Congresso Nacional aprovou na quarta-feira (3 maio) a Medida Provisória (MP) 766/17. A MP aprovada concede descontos de até 99% em multas, juros e encargos da Dívida Ativa da União

por Rede Brasil Atual para Sul 21 - Sociedade e Atuação de Parlamento Golpista no Brasil
Newton Cardoso Jr., devedor de R$ 67 milhões ao Estado, foi relator da MP que concedeu perdão aos grandes devedores: legislação em causa própria, com recursos públicos | Foto: Alex Ferreira/Câmara dos Deputados

Uma comissão mista do Congresso Nacional aprovou na quarta-feira (3) a Medida Provisória (MP) 766/17, sobre o Programa de Regularização Tributária (PRT), conhecido como Refis. A MP aprovada concede descontos de até 99% em multas, juros e encargos da Dívida Ativa da União.
Relator da proposta, o deputado Newton Cardoso Júnior (PMDB-MG), tem contra si dívida com o Estado, em nome de suas empresas, de mais de R$ 67 milhões. Ao todo, são 291 deputados federais que, somados, devem à União mais de R$ 1 bilhão em impostos, segundo o Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz). Já no Senado, são 46 parlamentares que, juntos, devem cerca de R$ 2 bilhões, diz a entidade.
A MP da renegociação concede desconto em multas e nos juros das dívidas parceladas, dobra o prazo máximo de parcelamento, de 120 meses (10 anos) para 240 meses (20 anos) e permite que empresas já em recuperação judicial também participem do programa.
Na quinta-feira (4) o Sinprofaz distribuiu uma lista dos parlamentares em débito com a União, publicada pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. A lista, antes disponível no site do sindicato, foi retirada por pressão política, mas a RBA teve acesso ao documento.

Nota Dividas Parlamentares Federais by redebrasilatual on Scribd: para ver na integra dados detalhados da PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL sobre as dividas dos dos parlamentares, acessar em http://www.w3.org/1999/xhtml .
“Em um país sério, um grande devedor, sendo parlamentar, nem sequer votaria uma medida dessas. No Brasil, um deputado que é grande devedor, que deve mais de R$ 67 milhões à União e que é da base do governo, foi designado para relatar a MP 766, que prestigia o mau pagador em detrimento do bom. Newton Cardoso autoconcedeu 99% de descontos para suas próprias dívidas com a União”, denunciou o presidente do Sinprofaz, Achilles Frias.
O texto do deputado Newton Cardozo prevê ainda que o valor das parcelas seja de acordo com um percentual da receita bruta da empresa, e não da dívida, e reduz ou acaba com outras garantias exigidas.
Após a aprovação do parecer na comissão mista, o texto segue para votação em plenário nas duas Casas – Câmara e Senado. Se aprovado, o prazo para adesão ao programa de refinanciamento das dívidas, que ia até maio, volta a ser reaberto por 120 dias.
Assista denúncia do presidente do Sindicato dos Procuradores da Fazenda, em audiência pública da CPI da Previdência em https://youtu.be/dI939MU43_8 .
http://www.sul21.com.br/jornal/parlamentares-legislam-em-causa-propria-para-escapar-de-dividas-com-uniao/

Tropas dos EUA participarão de exercício militar na Amazônia, a convite de governo golpista brasileiro

As Forças Armadas brasileiras classificaram a base internacional como “uma experiência inédita” no país

por BBC para Opera Mundi * - Sociedade e Militarismo Latino Americano
Exército brasileiro nega que a operação conjunta com EUA e países da região sirva como embrião para uma possível base multinacional na Amazônia | Foto: Sd Rafael/Exército Brasileiro

O Exército brasileiro convidou tropas dos Estados Unidos para participar de um exercício militar inédito na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia, informou nesta quinta-feira (04 maio) a BBC Brasil.
A Operação América Unida será realizada em novembro e estará baseada na cidade de Tabatinga, no Amazonas, que faz fronteira com Letícia, na Colômbia, e Santa Rosa, no Peru – a cerca de 700 quilômetros da fronteira entre Brasil e Venezuela.
Segundo o Exército informou à BBC Brasil, a operação terá dez dias de simulações militares comandadas a partir de uma base multinacional formada por tropas brasileiras, colombianas, peruanas e norte-americanas.
As Forças Armadas brasileiras classificaram a base internacional como “uma experiência inédita” no país, que irá abrigar, além das tropas, equipamentos militares, de logística e de comunicação.
A operação conjunta é parte do AmazonLog, exercício militar na Amazônia brasileira criado pelo Exército e inspirado em atividade similar realizada pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Hungria em 2015, da qual o Brasil participou como observador.
Questionado pela BBC Brasil, o Exército brasileiro negou que a operação sirva como embrião para uma possível base multinacional no local, como aconteceu após o exercício da Otan na Hungria. “Ao contrário da Otan, a qual é uma aliança militar, o trabalho brasileiro com as Forças Armadas dos países amigos se dá na base da cooperação”, disseram porta-vozes do Exército à agência britânica.
“Com uma atividade como essa, busca-se desenvolver conhecimentos, compartilhar experiências e desenvolver confiança mútua”, acrescentou o Exército, que afirmou também que o objetivo da operação é fortalecer a “capacidade de pronta resposta multinacional, sobretudo nos campos da logística humanitária e apoio ao enfrentamento de ilícitos transnacionais”.
A corporação disse também à BBC Brasil que convidou “observadores militares de outras nações amigas e diversas agências e órgãos governamentais”. Segundo o site Diálogo, que cobre temas militares nas Américas, também foram convidadas tropas de Bolívia, Argentina, Equador, Chile, Uruguai, Panamá e Canadá, além de observadores da Junta Interamericana de Defesa, da Conferência dos Exércitos Americanos e do Conselho de Defesa Sul-Americano.
De acordo com a agência britânica, a operação se dá em meio a uma série de novos acordos entre as Forças Armadas de Brasil e EUA e visitas de autoridades norte-americanas a instalações brasileiras com o objetivo de “reaproximar” e “estreitar” as relações militares entre os dois países.
Nessa reaproximação está a condecoração em Brasília com a medalha da Ordem do Mérito Militar do comandante do Exército Sul dos EUA, major-general Clarence K. K. Chinn, em março. Durante sua passagem pelo Brasil, o comandante norte-americano visitou as instalações do Comando Militar da Amazônia, onde a atividade conjunta será realizada em novembro.
O Exército Sul é responsável por realizar operações multinacionais com 31 países nas Américas do Sul e Central e no Caribe, segundo o Departamento de Defesa norte-americano.
Também em março, o Exército dos EUA inaugurou um centro de tecnologia em São Paulo para “desenvolver parcerias com o Brasil em projetos de pesquisa com foco em inovação”, e o Ministério da Defesa do Brasil e o Departamento de Defesa dos EUA assinaram o Convênio para Intercâmbio de Informações em Pesquisa e Desenvolvimento, ou MIEA (Master Information Exchange Agreement), na sigla em inglês.
Segundo a embaixada dos EUA no país afirmou à BBC Brasil, “outros acordos estão em discussão, incluindo suporte logístico, testagem e avaliação em ciência e tecnologia e trocas científicas.”
Embora o comando multinacional na Amazônia tenha um caráter inédito, esse não será o primeiro exercício mútuo entre tropas brasileiras e norte-americanas no país. Em 2016, por exemplo, as Marinhas de Brasil e EUA fizeram uma atividade preparatória para a Olimpíada no Rio de Janeiro, envolvendo treinamentos com foco antiterrorismo. Antes disso, em 2015, um porta-aviões dos EUA passou pela costa de Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro para treinamento da Força Aérea Brasileira (FAB).

http://www.sul21.com.br/jornal/convite-brasil-tropas-dos-eua-participarao-de-exercicio-militar-na-amazonia/