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2.26.2019

Receita Federal: investigação secreta alimentou juízes federais no Brasil e operação Lava-Jato


A estrutura policial montada dentro da Receita Federal para investigar "agentes públicos" não existe apenas para fins tributários, mas também por motivos políticos e outros...

por Pedro Canário, do Conjur e Portal Vermelho – Sociedade e Espionagem no Brasil por Autoridades Sem Rumo

Imagem na interntet, desembargador Luiz Zveite

Relatório investigação secreta da Receita sobre o desembargador Luiz Zveiter foi enviada aos investigadores da "lava jato"
Documentos obtidos pela Procuradoria-Geral da República a que a ConJur (revista eletrônica brasileira sobre direito) teve acesso mostram que, pelo menos desde agosto de 2018, existe um canal de envio de relatórios entre a chamada "equipe especial de fraudes" e a operação "lava jato".

Extrato datado de 6 de agosto de 2018 comprova que relatórios produzidos pela equipe em meio a investigações secretas foram enviados à operação Calicute, braço da "lava jato" no Rio de Janeiro. Os relatórios vasculham patrimônio do desembargador Luiz Zveiter, ex-presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, e de seu irmão Sérgio, advogado.

Quem recebeu os relatórios foi o auditor fiscal Marco Aurélio Canal, supervisor nacional da equipe de programação da Receita Federal na "lava jato". O carimbo do envio é mais um indício de que as investigações secretas tocadas pela Receita, reveladas pela ConJur no início do mês, não servem apenas à fiscalização tributária. Servem também para alimentar inquéritos contra os alvos da autoproclamada força-tarefa da "lava jato", que reúne juízes federais, procuradores da República, policiais federais e auditores fiscais.

O documento sobre Zveiter é semelhante ao relatório sobre o ministro Gilmar Mendes divulgado pela revista Veja. Vê os mesmos indícios de lavagem de dinheiro, corrupção, fraude, ocultação de patrimônio "ou" tráfico de influência que o auditor Luciano Castro viu no patrimônio de Gilmar e de sua mulher, Guiomar Feitosa, também advogada.

Não há certidão de envio dos documentos sobre Gilmar aos investigadores, mas o ministro tem seus motivos para acreditar que isso aconteceu.

Em dezembro de 2018, chegou ao Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), faculdade da qual Gilmar é sócio, uma intimação para prestar esclarecimentos à Receita. O pedido se baseava num acórdão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) que não tinha nada a ver com o IDP. Era uma decisão de transformar em diligência um julgamento sobre a tributação de operações de uma empresa de compra e venda de ações envolvendo fundos de hedge.

O ministro deu entrevista à rádio BandNews FM no início da tarde desta segunda-feira (25/fev). Contou que, assim que soube da intimação, procurou o então secretário da Receita, Jorge Rachid, para reclamar do "erro grosseiro". Rachid explicou que aquilo fazia parte da operação Calicute, a mesma que recebeu os documentos sobre Zveiter.

Para Gilmar, a existência das investigações demonstra que uma Gestapo, a polícia política nazista, foi montada dentro das instituições de persecução penal. O ministro se diz perseguido por ter se colocado contra as prisões abusivas da operação "lava jato" e contra as demandas corporativas que os procuradores transformaram em propostas para combater a corrupção.
 Fonte: Conjur
http://www.vermelho.org.br/noticia/318863-1

Promover soberania alimentar é chave para acabar com a fome, diz Papa


Trata-se de uma proposta alternativa de produção e consumo, contrária ao agronegócio e às políticas neo-liberais promovidas por instituições financeiras e transnacionais
Sumo pontífice abriu reunião do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), que ocorreu em Roma

por redação do Brasil de Fato – Sociedade, Soberania Alimentar e Sobrevida aos Humildes

Segundo papa, é necessário garantir “que cada pessoa e cada comunidade possa desenvolver suas próprias capacidades de um modo pleno" / Wikicommons

Em reunião na sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em Roma, o Papa Francisco defendeu a promoção da soberania alimentar como chave para combater a fome.
Segundo o líder religioso, é necessário garantir “que cada pessoa e cada comunidade possa desenvolver suas próprias capacidades de um modo pleno, vivendo assim uma vida humana digna desse nome”, para que os povos e comunidades “sejam responsáveis pela própria produção e pelo próprio progresso”. 
A fala ocorreu durante a abertura do Conselho de Governadores do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), que ocorreu na última quinta-feira (14), com a presença de delegações de 38 países, populações indígenas e camponeses da América, África, Ásia e da zona do Pacífico.
O sumo pontífice também elogiou a maior descentralização adotada nos últimos anos pelo FIDA. Para ele, desenvolver e manter iniciativas que prezem por uma produção rural que respeite a autonomia dessas comunidades irá “melhorar as condições de vida das pessoas mais necessitadas”. 
Criado em 1977, o FIDA é um organismo da ONU que tem como objetivo fornecer financiamento para programas que promovam o avanço econômico de populações rurais pobres, ajudando a melhorar a produtividade dessas comunidades.
Soberania alimentar
O conceito de soberania alimentar foi formulado como um contraponto à ideia de segurança alimentar, estabelecida pela FAO. Defendido por organizações internacionais como a Via Campesina, a soberania alimentar estabelece que para uma população ser livre, ela precisa ser soberana e essa autonomia passa pela alimentação. 
Desde que foi concebido, o princípio orienta a atuação de grupos envolvidos na luta camponesa. Trata-se de uma proposta alternativa de produção e consumo contrária ao agronegócio e às políticas neoliberais promovidas por instituições financeiras e transnacionais.

Edição: Vivian Fernandes

https://www.brasildefato.com.br/2019/02/19/promover-soberania-alimentar-e-chave-para-acabar-com-a-fome-diz-papa/