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4.22.2018

Os EUA já não são mais aquele… Até quando apoiaremos a maior força bélica da história?


Os Estados Unidos mantêm a maior força bélica jamais vista na história da humanidade. Forças terrestres, aéreas, navais, porta-aviões, bases militares, mísseis, foguetes, energia atômica e nuclear espalhadas pelo mundo. Para que serve tudo isso? A melhor pergunta é: quanto custa e como sustentar tudo isso? 

por Paulo Cannabrava Filho* para Ópera Mundi – Sociedade e Geopolítica Mundial

Eles são hoje o país capitalista que abriga o maior número de pobres, que tem o maior déficit orçamentário e a maior dívida externa. Você verá neste texto que, como o general Napoleão Bonaparte foi derrotado pelo “general inverno”, os generais estadunidenses certamente serão derrotados pelo “general dinheiro”.

Os Estados Unidos cercou o Brasil com suas bases militares
 Na América Latina, só cercando o Brasil, são mais de uma dezena de bases militares, com tropas:
No vizinho Peru, Iquitos, Nanay e Santa Lúcia, na Amazônia onde, em dezembro de 2016 já foi autorizada a construção de uma nova base, próximo à fronteira com o Equador. Além dessas, foram construídos outros “centros de operações de emergência” (base militar com tropas. Em 2015 já havia mais de 3.200 efetivos e o objetivo é chegar a 5 mil), em Lambayeque, Loreto, Piura, San Martín, Trujillo e Tumbes.
O Peru é um país que se deixou ocupar, ocupação que ameaça a segurança de toda Nossa América. E isso com o pretexto de combater o narcotráfico e insurgentes (guerrilheiros ou opositores, dá na mesma).
Na Colômbia, é onde os Estados Unidos têm bases há mais tempo, por conta do combate às guerrilhas e ao narcotráfico. Depois que Rafael Correa, presidente do Equador, mandou retirar a base naval e aérea de Manta, foi reforçada a presença na vizinha Colômbia. Segundo especialistas, as bases em Larandia, Três Esquinas, Arauca, Puerto Leguizamo, Letícia e Florencia, formam um “arco estratégico” com vistas a uma potencial invasão na Venezuela.
Esse “arco estratégico”, ou melhor, cerco militar, se completa com bases de escuta e com tropas de assalto de Ilha Sofía em Aruba e Hato Rey em Curaçau, ambas no Caribe. E em Honduras, a base de Palmerola, com centro de operações e aeroporto de grande porte, é a maior base estrangeira na Nossa América.
No Caribe, além dessas mencionadas, os Estados Unidos mantêm bases em Cuba (Guantánamo) e em Porto Rico (Vieques), já meio desativada, pois o país — ainda considerado pelos Estados Unidos um enclave colonial — está um caos e no abandono depois do furacão.
Na América Central, Comalca, em El Salvador. Os Estados Unidos voltaram a ter bases no Panamá. Depois de terem sido expulsos, invadiram o país e agora já possuem base com modernos equipamentos de controle de comunicação.
Na Argentina, os Estados Unidos já estão construindo bases na Patagônia e nas proximidades da Tríplice Fronteira (Argentina, Brasil e Paraguai). Não se pode deixar de lembrar que o Arquipélago das Malvinas é uma imensa base militar múltipla do Reino Unido.
No Paraguai, base Mariscal Estigarribia, na região do “Chaco Paraguayo”, o Pantanal lá deles.
No Brasil, por enquanto o Império se contenta com as tropas pretorianas brasileiras. Há continuar esse governo ilegítimo ou sucedê-lo mais um agente do capital financeiro ou a serviço dos Estados Unidos, o que dá na mesma, teremos bases militares no Nordeste, na Amazônia e seguramente no extremo Sul. Já estão ensaiando para isso. Com essa finalidade foram realizadas aquelas manobras, em novembro de 2017, em conjunto Estados Unidos, Colômbia, Peru e Brasil na região da tríplice fronteira da Amazônia Ocidental.
Pra que tudo isso? Vão invadir o Brasil? Não precisam. Já tomaram conta.
O problema é: quando nosso povo latino-americano vai entender que o inimigo é externo e interno, mas é um só na sua complexidade, e a estratégia a ser construída é de libertação nacional.
Para que servem?
Os Estados Unidos dizem que podem chegar a qualquer ponto do planeta para defender seus interesses. Podem mesmo? Podem aqui nas indefesas Américas, mas já tomaram conta sem disparar um tiro. Sobram o Oriente do Mediterrâneo e o Oriente Médio, zona em conflito desde os tempos antes do Dilúvio, já invadida, ocupada e destruída pelo Império.
Estados Unidos/OTAN cercaram a Rússia e a China tentando sufocá-las. O tiro saiu pela culatra, China e Rússia estão se unindo num projeto de desenvolvimento e a tal Rota da Seda, que envolve mais de uma centena de países, está sendo construída sem deslocamento de tropas, apenas com financiamento de obras de infraestrutura. Mas isso não significa que a China não esteja modernizando e ampliando suas forças armadas.
Contudo, essa Guerra de Movimento já está ficando pra trás. O principal problema é o quanto custa sustentar todo esse aparato bélico. Enquanto os Estados Unidos gastam vidas e orçamento para sustentar sua força militar, os BRICS gastam em infraestrutura para o desenvolvimento. Agora já nem todos, pois o Brasil de Temer não tem como seguir no grupo, está fazendo tudo ao contrário.
Quem vai derrotar o império, desta vez não será o “general inverno” nem o Exército Vermelho. O que parece certo é que será o “general dinheiro” que vencerá e dobrará o império.
Em novembro de 2017 o Congresso estadunidense aprovou um orçamento de 700 bilhões de dólares e, no começo deste ano (janeiro de 2018), Trump pediu mais 54 bilhões.
Como é que vão pagar isso? Boa pergunta… primeiro reduzirão gastos sociais e depois imprimirão mais papéis e aumentarão a dívida.
Diante disso, a pergunta que fica no ar: até quando os países do mundo vão financiar as guerras dos Estados Unidos?
É isso, gente, estamos financiando os déficits dos Estados Unidos comprando seus títulos. Grande parte dos países do Ocidente compram esses títulos, inclusive o Brasil. A China é a maior financiadora dos Estados Unidos, ou credora se preferirem, pois possui nada menos que 1,3 trilhão de dólares da dívida estadunidense.
Está, portanto, nas mãos dos povos do mundo determinar o fim do Império. Mas é preciso uma consciência proativa.
* Paulo Cannabrava Filho é jornalista e editor de Diálogos do Sul

Fontes:
ü   https://thoth3126.com.br/Estados Unidos-uma-rede-militar-global-a-servico-de-quem/

ü  https://www.brasil247.com/pt/247/artigos/220497/A-rearticula%C3%A7%C3%A3o-da-IV-Frota-da-Marinha-estadunidense-o-PL-13115-de-Jos%C3%A9-Serra-e-a-amea%C3%A7a-de-golpe-no-Brasil.htm

http://forbes.uol.com.br/colunas/2017/03/saiba-quais-sao-os-paises-com-a-maior-presenca-de-militares-norte-americanos/

ü  https://oglobo.globo.com/mundo/Estados Unidos-reforcam-presenca-militar-na-europa-para-deter-russia-20745159

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http://operamundi.uol.com.br/dialogosdosul/os-estados-unidos-ja-nao-sao-mais-aquele-ate-quando-apoiaremos-a-maior-forca-belica-da-historia/14042018/#prettyPhoto