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9.07.2015

O papo de "maitre" da cozinha

Olha o Júnior !  Está na cozinha?

Temaki de picanha, sal da Amazônia e ceviche de calabresa. A "gourmetização" é a chave para o sucesso gastronômico moderno.
por Márcio Alemão Conto da Cozinha (fonte no final)

papinho-gourmetGetty Images
As diferentes invenções gastronômicas parecem ser o caminho para o êxito culinário.
- Júnior, meu caro! Há quanto tempo!
– Nem me diga. Desde que o Marcio Alemão começou com essa bobagem do Papinho Gourmet eu perdi um pouco do meu espaço.
– Então aproveita que ele se distraiu e conte pra gente como andam as coisas.
– Eu não posso me queixar.
– Muitas ideias?
– Você sabe que eu sou meio Abilio, meio Jorge Paulo Lemann... eu não sossego.
– Isso todo mundo sabe. Mas resuma pra gente onde você tem atuado, suas ideias, enfim.
– Resumo, né? Porque você sabe que a cabeça não para. Tekanha tem bombado.
– Tekanha seria o quê?
– Temaki de picanha.
– Mas isso tem num restaurante?
– Temakeria e picanharia do Peru. 
– Muito bom, cara! Eu admiro essa coragem do paulistano de instituir locais a partir de produtos: queijaria, temakeria, picanharia, é sensacional. E vende bem?
– Um sucesso. E a que mais sai vem com queijo de coalho.  Aliás, temaki de salmão com maionese e queijo de coalho também bomba. E o que tem muita pedida também é o ceviche de calabresa ao vinagrete.
– E na linha industrial?
– Eu tô finalizando a embalagem do sal gourmet da Amazônia.
– Sal da Amazônia!
– Fiz um acordo com o Alex e a gente desenvolveu um sal a partir do Sal Cisne. A gente espalha esse sal no chão, as formigas da Amazônia passam por cima dele e eu embalo.
– Sério? E o gosto, o sabor muda alguma coisa?
– Absolutamente nada, mas o preço vai pra casa do chapéu. 
– Na onda do food truck você não entrou?
– Mercado muito concorrido. Agora eu tô investindo no Master Chef Resort. Coisa da pesada. Agora as obras pararam um pouco porque a maioria da turma tá lavando o carro em Curitiba, se é que você me entende, hahahahaha.
– Hahaha! O velho e safado Júnior de sempre! E nesse Resort, o que aconteceria?
– O concurso, claro! Uma réplica da coisa. Uma semana de alegria. Quem ganha paga só 50% da estadia. 
– E o júri?
– Argentina, francês e cozinheiro tatuado tem de monte por aí. Arrumei uma meia dúzia deles porque, sabe como é funcionário, sempre arruma uma dor de barriga.  
– Meu caro, foi um prazer! E, tendo mais novidades, conta pra gente.
– Tem o meu azeite gourmet da Cantareira.
Tá brincando! Você tá produzindo lá?
– Imagina. Compro um português ou espanhol ou italiano, coloco rótulo da Cantareira e vendo por dez vezes o valor.
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/revista/865/olha-o-junior-9625.html

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