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4.14.2016

Para não pagar impostos, ricos escondem fortunas em empresas suspeitas

  • O significado do Dossiê do Panamá
  • Cresce a consciência de que quem procura estas offshores, na maioria das vezes, pertence ao 1% mais rico da humanidade
  • E fazem isto para fugir ao pagamento de impostos

Por Flavio Aguiar, para a Rede Brasil Atual  -  Sociedade e Injustiça do Dinheiro (fonte no final)

memória/empresa brasileira de comunicaçào
Uma boa parte da mídia conservadora tem procurado centrar a atenção despertada pelo assim chamado, entre outros nomes, Dossiê do Panamá no círculo em torno do presidente russo, Vladimir Putin (já que ele não está citado nominalmente), e da chamada "nova aristocracia chinesa", em torno do presidente Xi Jin Ping. Mas apesar disto fica a cada dia mais evidente que o estrago é muito maior.
A primeira vítima concreta dos "Panama Papers" foi o ex-primeiro ministro da Islândia, Sigmundur David Gunnlangsson, forçado a renunciar devido à descoberta de que ele fora dono de uma offshore que lucrara com a quebra dos bancos islandeses em 2008. Nada "ilegal", mas inadmissível para um primeiro-ministro.
Mais recentemente, o círculo tem se fechado em torno do primeiro-ministro britânico, David Cameron, e parte de sua família. Ainda não se sabe, neste caso, qual será a extensão do estrago, mas algum estrago haverá.
Porém o alcance do dossiê vai além.
Em primeiro lugar, há a questão do nome. O dossiê, no fim de contas, não é "do Panamá", mas sim da offshore Mossack Fonseca, que soe ter sede naquele país da América Central, mas tem raízes – ou tentáculos –, em mais de cem outros países pelo mundo afora. Aliás, o Panamá lucra muito pouco por albergar esta offshore.
Em segundo lugar, cresce a consciência de que quem procura estas offshores, na maioria das vezes, pertence ao 1% mais rico da humanidade. E fazem isto para fugir ao pagamento de impostos. Quer dizer: estão sonegando, em seus países de origem, não apenas impostos, mas o que eles significam: melhores serviços para a população, em termos de saúde, educação, segurança, transporte etc., e isto não apenas nos países do terceiro mundo ou emergentes, mas também em países considerados ricos.
Em terceiro lugar, há a questão da democracia. Estes fundos subtraídos ao controle de seus países de origem, em parte, são utilizados por esta elite malévola para financiar a direita em escala mundial, favorecendo políticas anti-povo, anti-soberania popular, a favor do império e da inimputabilidade dos mercados financeiros globais e nacionais.
Esta subversão acontece no mundo inteiro, do Ártico à Antártida e do Japão ao Alasca, no sentido leste-oeste, é claro.
Por aí se pode entender melhor o drama brasileiro, quando vemos uma presidenta sabidamente honesta correndo o risco de ser barrada em sua função legítima e legal por um bando quadrilheiro de assaltantes do erário público, no Congresso mais venal de nossa história recente. Estes parlamentares foram eleitos com a maior influência dos capitais vampirescos que querem sugar tudo das veias abertas de nosso país, a começar pelo pré-sal, com planos subsequentes de assaltar os fundos destinados à educação, saúde e outras finalidades precípuas do Estado.
Com apoio da mídia golpista, é claro, estimulado por um vice sequioso de ser o novo Café Filho do século 21 e açulado por representantes do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal (alguns, não todos) sequiosos por entrar para a história como os novos Silvérios dos Reis que levaram o novo Tiradentes à prisão e ao martírio.
http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/blog-do-velho-mundo/2016/04/o-significado-do-dossie-do-panama-3421.html

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