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6.23.2016

Ensino Médio Avança no Brasil, mas Jovens QueremTrabalhar Após 18 Anos

  • Dados derrubam tese de que com avanço da escolaridade jovem entra mais tarde no mercado de trabalho. “Isso é verdade só até 18 anos. A partir dessa idade, os jovens querem trabalhar”, diz Helena Abramo
  • Pesquisadora diz que ensino médio avança no país, apesar de lacunas 

    por Helder Lima, da RBA - Sociedade e Educação (fonte no final)

reprodução da RBA
helena abramo 2.jpgHelena: dados são contribuição para pensar como se dá a educação e o trabalho entre os jovens
São Paulo – Pesquisa mostrada hoje (22) pela conselheira da Fundação Perseu Abramo (FPA) Helena Abramo mostra que a escolaridade de ensino médio entre os jovens (15 a 29 anos) está avançando no Brasil, apesar de ainda ter lacunas. “Tem crescido o número de jovens com ensino médio completo já nesta geração”, disse Helena, ao participar de seminário promovido pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo de São Paulo.
Segundo Helena, que atuou na pesquisa “Agenda Juventude” quando participava da Secretaria Nacional da Juventude (SNJ), do governo federal, os dados mostram que na cidade de São Paulo 70% dos jovens entre 18 e 24 anos têm o ensino médio. “É claro que essa taxa tinha de ser de 100%, mas ela está avançando a cada ano”, afirmou. “A rapidez com que temos evoluído é significativa.”
A pesquisa da SNJ avaliou a evolução entre 2006 e 2013, estudando a situação dos jovens em três períodos da juventude: 15 a 17, 18 a 24 e 25 a 29 anos. Nesse período, em relação à qualidade do trabalho na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, a taxa de jovens desempregados recuou de 18,8% para 11,9%. A informalidade também recuou, de 37,2% para 24,4%.
A pesquisadora também afirmou que os dados derrubam a tese de que com o avanço da escolaridade média o jovem entra mais tarde no mercado de trabalho. “Isso é verdade só até os 18 anos. A partir dessa idade, os jovens querem trabalhar e nisso não há mudança”, destacou. Segundo ela, esse desejo de entrar no mercado de trabalho independe da classe social, pois todos os jovens desejam participar do mercado de trabalho.
Para Helena, os dados também são importantes para se avaliar como se dá o período de transição da escola para o trabalho, que marca a fase de juventude. Os dados mostram, por exemplo, que entre os 15 e 17 anos, a taxa dos que só estudam é de 67,8%, enquanto no segmento de 25 a 29 anos é de 3,2%. Já entre os que só trabalham, a taxa é de 5,5% no segmento de 15 a 17 anos e de 67,2% na faixa de 25 a 29 anos.
“Esses dados são uma contribuição para pensar como se dá a educação e o trabalho entre os jovens”, afirma, destacando que o período de 15 a 29 anos é marcado por uma longa transição. “Esse período se desenvolve em vários percursos de inclusão social e desenvolvimento de autonomia”, diz, destacando que o início no mercado de trabalho coincide muitas vezes pela saída da casa dos pais, em busca de uma vida independente. Segundo Helena, é também quando o jovem sai do âmbito de seu bairro para interagir com a cidade – e construir sua identidade. “A vida passa por uma equação entre todos esses elementos”, afirma.
http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2016/06/pesquisadora-diz-que-ensino-medio-avanca-no-pais-apensar-de-lacunas-8958.html

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