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3.22.2017

Moro impõem restrição à liberdade de imprensa ilegal ao blogueiro Eduardo Guimarães



Blogueiro Eduardo Guimarães é levado em condução coercitiva ilgegal em São Paulo, por meio de intimidação do juiz Moro

da redação de Rede Brasil Atual - Sociedade e Justiça Federal Injusta no Brasil (vídeo no final do texto) 


O blogueiro Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, foi levado, em condução coercitiva, para depor na sede da Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, na manhã desta terça-feira (21/03/2017), em mais uma ação da Operação Lava Jato. Ele foi liberado no final da manhã, quando afirmou não ter entendido a condução coercitiva, porque não se recusou a ir à PF, e criticou a apreensão de seus equipamentos, o que segundo Guimarães “viola a minha atividade jornalística”.
Liberado por volta das 11h30, ele falou aos Jornalistas Livres sobre o caso, referente à divulgação de uma nota, em seu blog, sobre a iminente condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que efetivamente ocorreu em 4 de março de 2016. “Recebi de uma fonte as informações antes, e eles queriam saber se tenho alguma ligação com a pessoa que vazou. Não conheço essa pessoa. Divulguei porque é o meu trabalho jornalístico. Sou blogueiro e o meu trabalho é divulgar”, afirmou Guimarães, que também questionou a motivação da condução, já que não teria se recusado a prestar depoimento.
Ele também reclamou da apreensão de seus equipamentos. “Sou agora um blogueiro sem equipamento nenhum.”
Segundo Guimarães, os agentes chegaram à sua casa por volta das 6h, com um mandado de busca e apreensão, levando celulares, inclusive de sua mulher, notebook e pen drive. Ele foi conduzido no carro da PF para a Superintendência da Lapa, na zona oeste.
Pelas redes sociais, blogueiros e apoiadores informavam que, até as 11h, Eduardo Guimarães ainda não havia prestado depoimento e, por isso, não se sabia com precisão o motivo de sua detenção. O blogueiro avisava ainda que estava bem e tranquilo, que nada deve à Justiça e que estava pronto para o depoimento, que era sobre a “fonte” responsável pela informação publicada. “Evidentemente, eles já tinham chegando à fonte”, comentou ao sair do prédio da PF.
O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) classificou a ação da PF contra o blogueiro como um fato de “extrema gravidade”. “É uma restrição à liberdade de imprensa e informação. É censura. É uma tentativa de constranger àqueles que questionam a postura do Judiciário e do próprio juiz (Sérgio) Moro”, afirmou.
Em audiência por videoconferência em que o deputado participou como testemunha de defesa em um dos processos da Lava Jato também nesta terça, Teixeira conta que arguiu diretamente o juiz Moro, que confirmou ter determinado a condução coercitiva do blogueiro. Moro alegou que Eduardo Guimarães não é jornalista. Já o deputado retrucou afirmando que, pela legislação, nada o impede de exercer o jornalismo.
Segundo o deputado, ao tentar descobrir a fonte de Eduardo Guimarães, que o teria informado sobre os vazamentos seletivos e antecipado a condução coercitiva de Lula, Moro age contra a Constituição, que garante o sigilo da fonte jornalística.
A bancada dos deputados estaduais do PT suspendeu as atividades programadas para esta terça-feira (22/03/2017) em solidariedade ao blogueiro. Os deputados José Zico Prado, líder da bancada na Assembleia de São Paulo, e Alencar Santana Braga foram à sede da Superintendência da PF.
O blogueiro terá de voltar ao local em 3 de abril, por causa de outra publicação, de 2015, em sua conta no Twitter, em que criticou o juiz Sérgio Moro por estar prejudicando a economia brasileira. Por causa disso, foi acionado pela Associação Paranaense dos Juízes Federais, por suposta ameaça a Moro. “Isso é uma arbitrariedade, é uma vergonha.”
Em solidariedade a Eduardo Guimarães, e pela liberdade de expressão, foi realizado um ato (22/03/2017), no Sindicato dos Engenheiros, que fica na Rua Genebra, 25, no Centro de São Paulo.
Assista o momento em que Eduardo Guimarães é liberado pela Polícia Federal de São Paulo:


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