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12.08.2020

Fóruns e Redes de Cidadania destacam a importância da agricultura familiar em mutirão

...a organização na agricultura familiar se fortalece: “O método é muito simples, tudo começa a partir da própria organização que existente na comunidade. Tudo é pensado, planejado e executado em mutirão. No final, todos trabalham e todos são beneficiados com a colheita”...

por Mariana Daixum no site A Nova Democracia – Sociedade e Luta Popular na Agricultura Familiar

Reunião de agricultores(as), foto na internet

No dia 16 de novembro de 2020, as comunidades que integram os Fóruns e Redes de Cidadania do Estado do Maranhão lançaram nota destacando a importância das roças comunitárias para o avanço da ocupação das terras tomadas pelo grande proprietário de terras e para a consolidação da posse da terra para a agricultura familiar. Além disso, segundo os(as) agricultores(as), elas também servem para demonstrar, na prática, a quem deve servir os alimentos produzidos na terra e qual a relação das roças comunitárias organizadas por essas comunidades e o poder público que apoia as iniciativas da agricultura familiar.

No país, a segurança alimentar de milhões de brasileiros está comprometida, devido ao agravamento da fome provocado pela desorganização do governo ultra-direitista e conservador ou mesmo os grandes proprietários de terras, que controlam e manipulam os preços dos alimentos básicos,  ao contrário da ação na agricultura popular (ou familiar). Em contrapartida, nos últimos anos, as comunidades integrantes dos Fóruns e Redes, têm conseguido assegurar a base alimentar de suas famílias: “As comunidades da baixada maranhense além da produção de grãos e tubérculos, tem aumentado a criação de animais de pequeno porte, principalmente porcos que deixaram de ser abatidos pelos grandes proprietários de terras, que tem cercas nos campos e segurança armada. Notório a melhoria na quantidade e qualidade dos alimentos consumidos pelas famílias de agricultores(as) familiares”. 

Agricultores(as) familiares preparam solo de roça comunitária, foto na internet

Parte dos produtos das roças comunitárias é comercializada em outras comunidades, originando um ciclo de economia solidária, que não depende do governo, grandes proprietários de terra, banqueiros ou os que excluem os humildes. Com isso, de acordo com os trabalhadores(as), a organização na agricultura familiar se fortalece: “O método é muito simples, tudo começa a partir da própria organização que existente na comunidade. Tudo é pensado, planejado e executado em mutirão. No final, todos trabalham e todos são beneficiados com a produção”. Quando da realização das tarefas, vários agricultores(as) viajam quilômetros de suas comunidades de origem para participarem dos mutirões em diversos locais, ficam durante dias convivendo, apreendendo, conversando, debatendo e praticando a agricultura familiar. É sempre muito prazeroso o cumprimento das tarefas coletivas”.

Agricultores(as) familiares aprendem coletivamente no campo, foto interntet

Os agricultores(as) salientam a importância destas práticas para a compreensão da necessidade da luta por uma sociedade livre, progressista e unida: “A partir desses momentos, os(as) agricultores(as) familiares vão se dando conta de que sozinhos e isolados jamais conseguirão vencer os obstáculos comuns, ou seja os grandes proprietários de terra, o governo federal sem rumo ou os políticos ultra-direitistas ou conservadores. Assim, começam a ter uma visão conjunta, vão traçando seus planos de lutas, união e ações, exercendo o poder político na construção da nova sociedade”.

No relato dado pelo Fórum e redes, é visível as benéficas consequências dessas atividades: “À medida em que os agricultores(as), quilombolas e indígenas vão reconquistando a sua própria história e a do seu povo, vai-se reconstruindo as amarras desfeitas pelo Estado, grandes proprietários de terras e banqueiros sempre negacionistas no que diz respeito ao direito elementar à terra e a vida. Vão se dando conta de que não é um pedaço de papel confeccionado num cartório, em um grande banco ou uma liminar de um juiz dada em favor dos grande proprietários de terras, que em uma canetada vai definir de quem é a terra. Já dizem em alto e bom som: a terra é de quem nela vive”. Porém, com o esforço coletivo, políticas pública progressistas e união dos agricultores(as) familiares em torno da causa rural, os resultados vão aparecendo em benefício dos pequenos agricultores, muitas vezes invisíveis aos olhos da sociedade brasileira.

Publicação na A Nova Democracia: 03 Dezembro 2020

Fonte: https://anovademocracia.com.br/noticias/14762-foruns-e-redes-de-cidadania-destacam-a-importancia-das-rocas-comunitarias

 

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