Nunca tantos brasileiras(os) viveram com uma remuneração que equivale ao piso nacional ou menos: 30,2 milhões de pessoas
De acordo com o DEESE , o trabalhador remunerado pelo piso nacional do salário mÃnimo comprometeu em agosto, 55,93% do salário mÃnimo lÃquido, já descontada a contribuição previdenciária, para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta
por redação da Rede Brasil Atual – Sociedade e Trabalho Vulgarizado pelas Elites Brasileiras
Foto no Banco Central/Divulgação
Reajustado apenas pela inflação, salário mÃnimo perde poder de compra em cenário de crise econômica
O Brasil tem hoje um número recorde de 30,2 milhões de trabalhadores remunerados com até um salário mÃnimo (R$ 1,1 mil) por mês, o que equivale a 34,4% do total ocupado no paÃs. O percentual também é o mais alto já apurado desde o inÃcio da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de DomicÃlios (Pnad), do IBGE, em 2012.
Os dados, sistematizados em um estudo elaborado pela consultoria IDados, com base nas estatÃsticas do segundo trimestre deste ano e divulgados pelo portal G1 da rede Globo, refletem também a desigualdade brasileira, já que as remunerações mais baixas afetam em especial alguns segmentos sociais. O levantamento mostra que 43,1% dos negros ocupados recebem até um salário mÃnimo. No melhor momento da série, no quarto trimestre de 2015, este percentual era de 34,4%.
O cenário é ainda pior para o trabalhador quando são considerados os efeitos da inflação no salário mÃnimo. De acordo com o Dieese, o custo da cesta básica subiu em 13 das 17 capitais pesquisadas em agosto. No perÃodo de 12 meses, a cesta subiu em todas, com aumentos que variaram entre 11,90%, em Recife, e 34,13%, em BrasÃlia.
Ainda de acordo com a entidade, o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em agosto, 55,93% do salário mÃnimo lÃquido, já descontada a contribuição previdenciária, para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta.
Governo brasileiro não tem polÃtica de valorização do trabalho
O piso nacional não tem reajuste acima da inflação há seis anos e a proposta do governo Bolsonaro para o salário mÃnimo nos próximos três anos acaba de vez com a polÃtica de valorização.
Em 2004, as centrais sindicais lançaram uma campanha de valorização, que teve como resultado a elevação do piso nacional acima da inflação em três anos seguidos, até a implementação, no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, da polÃtica permanente. Ela levava em conta critérios como o repasse da inflação do perÃodo, o aumento real pela variação do Produto Interno Bruto (PIB), além da antecipação da data base de sua correção até ser fixada em janeiro, como é hoje.
Com a polÃtica de valorização, houve aumento de poder de compra no perÃodo. Para efeito de comparação, em 1995 o salário mÃnimo comprava 1,2 cesta básica, já em 2016, o trabalhador podia adquirir 2,4 cestas.
Publicado na Rede Brasil Atual: 18/09/2021
Fonte: https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2021/09/brasil-trabalhadores-vivendo-salario-minimo/
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