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11.08.2021

Facebook, Google, Twitter, Whats, Tik Tok e Telegran: presidente do Brasil com discurso do ódio estimula violência, desinformação e riscos a menores

Discursos de Ódio na Rede: o Brasil tem mais postagens que Índia e os Estados Unidos. Ao que se refere aos discursos de ódio, o Brasil alcança 78 pontos contra 57 dos Estados Unidos e 50 da Índia. No bullying, o Brasil lidera com 58 contra 45 dos Estados Unidos. Relativamente à desinformação, o Brasil registra 48 pontos, contra 45 da Índia e 40 dos Estados Unidos

por Pedro do Coutto na Tribuna da Internet – Sociedade e Golpe-2016 Espalha Conflitos no Brasil

Charge do Adnael (humorpolitico.com.br)

Na edição de sábado (7/nov/2021), o jornal Estadão, publicou reportagem de Bruna Arimathea, Bruno Romani e Giovanna Wolf, com base em documento interno do Facebook que vazou para o New York Times, The Guardian, Le Monde e para o próprio Estadão. O documento focaliza também as correntes mais comuns do WhatsApp, cujas características são praticamente iguais às do Facebook em matéria de mensagens brasileiras divulgadas nas redes sociais.

Na edição de domingo, na Folha em reportagem de Patrícia Campos Mello e Lucas Alonso trata da posição brasileira no Facebook que alerta para a circulação da violência de modo geral, incluindo, mas não priorizando o Brasil. A matéria do Estadão compara a chamada onda tóxica nas redes, reunindo principalmente o Brasil, a Índia e os Estados Unidos, provavelmente por se tratarem de países de maior população, excetuando-se os regimes fechados da China e da Rússia.

Discursos de Ódio na Rede

O Brasil tem mais postagens que Índia e os Estados Unidos. Ao que se refere aos discursos de ódio, o Brasil alcança 78 pontos contra 57 dos Estados Unidos e 50 da Índia. No bullying, o Brasil lidera com 58 contra 45 dos Estados Unidos. Relativamente à desinformação, o Brasil registra 48 pontos, contra 45 da Índia e 40 dos Estados Unidos.

No campo da violência explícita, o Brasil dispara com 70 pontos, enquanto a Índia e os Estados Unidos, respectivamente, têm 54 e 51 pontos. Em ameaças a pessoas, o Brasil lidera com 70, seguida pelos Estados Unidos com 52 e pela Índia com 44. Na exposição de riscos a menores, o Brasil registra os mesmos 70 pontos, a Índia 43 e os Estados Unidos 42.

No WhatsApp, parte do sistema do Facebook, o quadro praticamente se repete. Sobre os discursos de ódio, o Brasil tem 58, os Estados Unidos 55. No bullying, o Brasil registra 58 e os Estados Unidos 44. Na desinformação, Brasil 51, Estados Unidos 33 e Índia 51. No WhatsApp surge a questão do roubo de identidade, uma pessoa se fazendo passar por outra; 74 no Brasil, 58 nos Estados Unidos, 44 na Índia.

Reflexão sobre as redes sociais

O documento aponta que, no Brasil, existe a percepção de que desinformação, linguagem de ódio, bullying e exposição de risco a menores são problemas muito maiores no Facebook do que em outras plataformas. A empresa recomenda que uma equipe investigue “por que o alcance [de conteúdo de exploração infantil] é maior [no Facebook] do que em outras plataformas no Brasil e na Colômbia”.

Além disso, o texto afirma que as mensagens políticas são o tipo de desinformação com maior alcance na plataforma no Brasil, na percepção das pessoas que analisaram esses temas nas redes sociais globais.

Já nos Estados Unidos e no Reino Unido a visão geral é que o conteúdo noticioso é o maior veículo de desinformação quanto aos direitos civis, ligada à integridade eleitoral ou das instituições, no Facebook.  A percepção avaliada pela empresa é de que, no Brasil, considera-se que o Facebook é a plataforma em que o discurso de ódio tem o maior alcance.

A matéria do Estadão destina um capítulo ao impacto social e psicológico dos rumos presentes na constelação de Zuckerberg e das redes sociais. Um uso inadequado das redes sociais de difícil enfrentamento já que, como sustento sempre, na internet cada um é o editor de si mesmo, pois cada um utiliza como quer as redes sociais ao seu alcance. As restrições podem ser tomadas e vem sendo pelos canais, através dos quais as mensagens são desferidas e atingem em múltiplos casos, gratuitamente a honra e a privacidade de seres humanos. Há necessidade de um estudo mais profundo sobre a matéria, sobretudo porque o fenômeno estende-se também a Google, Instagram, TikTok, Twitter e Telegran.

A empresa do qual o Facebook faz parte mudou de nome

 As informações foram encaminhadas à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos e fornecidos por Frances Haugen ao Congresso Americano. A reportagem destaca que a Folha faz parte do consórcio de veículos e mídia que teve acesso aos papéis, revisados por advogados e com trechos ainda ocultos, a serem decifrados. A empresa do qual o Facebook faz parte, tal a gravidade do assunto, mudou de nome e passou a tentar ser conhecida como Meta, palavra em português.

Uma das questões que mais preocupam os dirigentes do Facebook é a exploração infantil. As análises tiveram base também nas plataformas. No relatório reservado, o Facebook refere-se ao perigo da violência explícita e acentua que as percepções detectadas dependem de uma série de fatores, incluindo contextos culturais. Porém, acho que há assunto, como são os casos legais e morais, que apresentam os mesmos riscos e gravidade em todas as línguas, incluindo o campo da pornografia e o roubo de identidade.

As reportagens no Estadão e na Folha certamente se não forem lidas atentamente pelo ministro Luís Roberto Barroso devem ser lidas, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, e pelo ministro Alexandre de Moraes que vai sucedê-lo no TSE. Inclusive O Globo, através de reportagem de Mariana Muniz, focaliza a preocupação de Luís Roberto Barroso com a monitoração do Telegram, site que os bolsonaristas estão migrando, depois que as outras plataformas começaram a bloqueá-los. Mariana Muniz ouviu também o ministro Edson Fachin que afirmou como a desinformação bloqueia o direito de escolha dos candidatos pelos eleitores. Na Folha, Matheus Teixeira entrevista o ministro Alexandre de Moraes sobre sua ideia de coibir e impedir as informações falsas nas eleições de 2022.

São informações quanto aos meios de comunicação na internet, que afetam a todos, o que deverá despertar o interesse dos usuários das redes sociais, para que se conheça qual o alcance e influencia a que estamos sendo afetados. A finalidade principal é quanto a defesa que cada um terá ao seu alcance e enfrentamento do mal que é propagado no maior meio de comunicação social planetário.

Publicado na Tribuna da Internet: 8 de novembro de 2021

Fonte:  http://www.tribunadainternet.com.br/

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