A mÃdia hegemônica encobre, mente e distorce os fatos de acordo com os próprios interesses
por José A. Baço* para
Chuvaacida – Sociedade e Imprensa Golpista
NTÓOÉ vergonhoso. Os
dias passam e a velha imprensa continua em silêncio sobre o depoimento do
advogado Rodrigo Tacla Durán. Isso surpreende? Não. O desdém pela democracia e
pelo próprio jornalismo tem sido a regra para os tÃtulos do costume. As
denúncias, que lançam um manto de suspeita sobre a Lava Jato, têm indiscutÃvel valor
jornalÃstico. É preciso investigar. Esse é o papel da imprensa. Nem que seja
para desmentir o advogado. Mas a mÃdia não cobre. Encobre.
Há um déficit de democracia nas redações. Para muitos tÃtulos da velha mÃdia brasileira, o valor-notÃcia passou a ser definido de acordo com os próprios interesses corporativos. “Deontologia”, essa palavra tão apreciada nos regimes democráticos, porque define valores éticos, não entra no dicionário. Os escrúpulos foram mandados à s urtigas e a infâmia tornou-se uma linha editorial. Essa mÃdia tornou-se um poderoso vetor para a destruição dos valores éticos no paÃs.
Há muito por esclarecer. Tacla Durán acusa o advogado Carlos Zucolotto, padrinho de casamento de Sérgio Moro, de ter oferecido redução de US$ 15 milhões para US$ 5 milhões numa multa que lhe seria imputada. E outros US$ 5 milhões deveriam ser pagos na forma de honorários. Ou seja, o famoso “por fora”. É grave. E no meio desse turbilhão surge uma sigla que já vai ficando famosa: DD, de Curitiba. Tentar adivinhar quem seria o tal DD virou uma das manias na internet. Seria Dower Doint?
A denúncia também explodiu no colo do casal Moro, uma vez que o nome de Rosângela Moro, mulher do juiz, apareceu no olho da tempestade. Há denúncias que envolvem dinheiro. Em sua defesa, ela postou que “o tempo esclarece tudo”. Esperemos. O escândalo não acaba aqui. Há ainda a denúncia de que procuradores da Lava Jato estariam a usar documentos de autenticidade duvidosa para legitimar a palavra de delatores. E mais: haveria uma intenção de direcionar essas delações para atingir alvos especÃficos. Quem seria? Pergunta retórica.
As acusações de Tacla Durán devem ser vistas com alguma cautela. Afinal, o homem não é um santo. Mas por que acreditar nele e não nos outros? Há pelo menos uma razão de peso. O advogado não está preso (nem será extraditado da Espanha, onde vive atualmente) e, por isso, não sofre do stress do encarceramento. Quem nunca ouviu acusações de que Curitiba é a “Nova Guantánamo”? Ou seja, um lugar onde o esgotamento psicológico é usado como técnica para quebrar os presos e obter delações.
Mas voltemos à mÃdia. É lÃdimo fazer projeções. Se fossem denúncias contra Lula, Dilma ou o Partido dos Trabalhadores, por exemplo, alguém duvida que haveria transmissão em direto pela televisão? Edições especiais? Ou até helicópteros? Mas o tema Tacla Durán foi relegado à não-existência pela velha mÃdia. E todos sabemos que se uma coisa não é vista no Jornal Nacional, então não existe. O lado bom é que o tema dominou as redes sociais. Mas o Brasil é um paÃs de infoexcluÃdos e a internet ainda não consegue levar as notÃcias a todos os lados.
Eis o cerne da questão. A mÃdia hegemônica encobre, mente e distorce os fatos de acordo com os próprios interesses. E tem contribuÃdo, com relevo, para a instalação desse clima de pouca-vergonha no paÃs. É preciso mudar. As plataformas digitais são uma solução de futuro, porque ainda carecem de maior implantação. Mas sem a democratização da mÃdia não há democracia. Infelizmente, só resta esperar que o próximo presidente, seja quem for, tenha tomates para resolver essa questão. Pelo bem do paÃs.
É a dança da chuva.
Há um déficit de democracia nas redações. Para muitos tÃtulos da velha mÃdia brasileira, o valor-notÃcia passou a ser definido de acordo com os próprios interesses corporativos. “Deontologia”, essa palavra tão apreciada nos regimes democráticos, porque define valores éticos, não entra no dicionário. Os escrúpulos foram mandados à s urtigas e a infâmia tornou-se uma linha editorial. Essa mÃdia tornou-se um poderoso vetor para a destruição dos valores éticos no paÃs.
Há muito por esclarecer. Tacla Durán acusa o advogado Carlos Zucolotto, padrinho de casamento de Sérgio Moro, de ter oferecido redução de US$ 15 milhões para US$ 5 milhões numa multa que lhe seria imputada. E outros US$ 5 milhões deveriam ser pagos na forma de honorários. Ou seja, o famoso “por fora”. É grave. E no meio desse turbilhão surge uma sigla que já vai ficando famosa: DD, de Curitiba. Tentar adivinhar quem seria o tal DD virou uma das manias na internet. Seria Dower Doint?
A denúncia também explodiu no colo do casal Moro, uma vez que o nome de Rosângela Moro, mulher do juiz, apareceu no olho da tempestade. Há denúncias que envolvem dinheiro. Em sua defesa, ela postou que “o tempo esclarece tudo”. Esperemos. O escândalo não acaba aqui. Há ainda a denúncia de que procuradores da Lava Jato estariam a usar documentos de autenticidade duvidosa para legitimar a palavra de delatores. E mais: haveria uma intenção de direcionar essas delações para atingir alvos especÃficos. Quem seria? Pergunta retórica.
As acusações de Tacla Durán devem ser vistas com alguma cautela. Afinal, o homem não é um santo. Mas por que acreditar nele e não nos outros? Há pelo menos uma razão de peso. O advogado não está preso (nem será extraditado da Espanha, onde vive atualmente) e, por isso, não sofre do stress do encarceramento. Quem nunca ouviu acusações de que Curitiba é a “Nova Guantánamo”? Ou seja, um lugar onde o esgotamento psicológico é usado como técnica para quebrar os presos e obter delações.
Mas voltemos à mÃdia. É lÃdimo fazer projeções. Se fossem denúncias contra Lula, Dilma ou o Partido dos Trabalhadores, por exemplo, alguém duvida que haveria transmissão em direto pela televisão? Edições especiais? Ou até helicópteros? Mas o tema Tacla Durán foi relegado à não-existência pela velha mÃdia. E todos sabemos que se uma coisa não é vista no Jornal Nacional, então não existe. O lado bom é que o tema dominou as redes sociais. Mas o Brasil é um paÃs de infoexcluÃdos e a internet ainda não consegue levar as notÃcias a todos os lados.
Eis o cerne da questão. A mÃdia hegemônica encobre, mente e distorce os fatos de acordo com os próprios interesses. E tem contribuÃdo, com relevo, para a instalação desse clima de pouca-vergonha no paÃs. É preciso mudar. As plataformas digitais são uma solução de futuro, porque ainda carecem de maior implantação. Mas sem a democratização da mÃdia não há democracia. Infelizmente, só resta esperar que o próximo presidente, seja quem for, tenha tomates para resolver essa questão. Pelo bem do paÃs.
É a dança da chuva.
http://www.chuvaacida.info/2017/12/tacla-duran-midia-nao-cobre-encobre.html
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